Exercitando o questionamento científico, PIAC premia estudantes
Programa está na 9ª edição e busca projetos que tragam inovações aos produtos Ourofino
Gabriela Salazar, da redação
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“Não podemos ficar parados, temos que estar sempre buscando aprender mais”, com as palavras da residente em Medicina Veterinária, da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul, São Paulo/SP), Luana Afonso de Almeida, primeira colocada do prêmio PIAC 2017, é possível afirmar que o Programa de Incentivo ao Aperfeiçoamento Clínico (PIAC) vem cumprindo seus objetivos.
Em sua nona edição, a premiação, que ocorreu no dia 07 de março, na sede da empresa Ourofino (Cravinhos/SP), teve como cases vencedores "Uso de Prediderm em dose anti-inflamatória no tratamento de gastrite linfoplasmocitária em cão" em 1º lugar e "Utilização do Sulfato de Condroitina e Glicosamina em cães com colapso de traqueia" em 2º lugar, do estudante da Anhanguera Educacional (Campinas/SP), Roberto Cangussú.
O programa recebeu 27 casos que foram analisados pela equipe técnica da Ourofino. A gerente de Técnica da Linha Pet da empresa, Andrea Savioli, acompanha o projeto desde seu início em 2009 e considera essa troca uma motivação para a continuidade: “O cotidiano do hospital veterinário é muito rico em relação a casos clínicos e nós vemos nisso uma oportunidade muito grande de incentivar essas pessoas a chegarem na detecção de novos usos dos produtos”.
Andrea garante que, dentro da avaliação dos projetos, a inovação é um dos principais fatores que levam à premiação. “Quando o estudante pega um caso clínico raro, que é o que a gente busca como premiação nesses relatos, ele começa a estudar e tem nisso uma oportunidade de aprendizagem muito grande, pois exercita o questionamento cientifico”, relata.

Cangussú enxergou no programa essa oportunidade. “O relato de caso ajuda muito e as ocorrências são diversas e quanto mais nós da Medicina Veterinária nos prepararmos e buscarmos soluções para qualidade de vida dos animais, melhor será”, afirma o estudante do terceiro ano.
Buscando essa nova usualidade para o produto, Cangussú viu na recorrência de colapsos de traqueia, ocorridas no hospital veterinário de sua universidade, um caminho para a pesquisa científica. Junto a sua orientadora Marta Lupp, o estudante iniciou a detecção das patologias até chegar em oito casos confirmados. “Estes animais diagnosticados foram tratados com o Congromax, sulfato de congroitina e a glicosamina, durante 60 dias e dois deles apresentaram remissão total dos sintomas e os outros tiveram melhoras significativas”, relata.
A pesquisa do estudante teve duração de 60 dias e todo trabalho foi acompanhado por um médico-veterinário. “Semanalmente nós conversávamos com os tutores para saber se estava tendo uma evolução clínica e os resultados foram surpreendentes. Sempre que ligávamos tinha um relato de melhora”, comemora Cangussú.
A Universidade Cruzeiro do Sul, também tem muito a comemorar, segundo o orientador do projeto que recebeu a primeira colocação, Eduardo Fernandes Bondan, essa é a quarta vez que um aluno da instituição é premiado no PIAC. “É um incentivo muito grande para nós e para a instituição. Somos de um curso relativamente recente e essa é uma janela de visibilidade para o nosso complexo”, relata o professor, que vibra a colocação de sua orientanda. “Ter alguém da universidade ganhando o prêmio motiva os demais alunos a participarem. Nós sempre aguardamos o mês de agosto, que é quando, geralmente, abre o edital, para conversamos com os alunos sobre possíveis casos”, completa.
A residente, que concluiu o curso na universidade em 2015, conta que o caso vinha sendo trabalhado pela médica-veterinária, já premiada pelo PIAC, Fernanda Zuchetto Rossi, e que, a partir deste quadro, decidiu fazer o estudo. “Como a gastrite linfoplasmocitária se trata de uma doença crônica, o tratamento nunca acaba, sempre que aparecem os sintomas é necessário voltar a ministrar os medicamentos. Quando surgiu a nova etapa do PIAC pensamos que seria um caso interessante para mostrarmos que o Prediderm pode ser utilizado em uma dosagem diferenciada para uma doença que costumamos ministrar uma quantidade bem maior”, explica Almeida.
A primeira colocada também conta que vê a premiação como um crescimento na carreira. “É um diferencial para o meu currículo. O fato de querer aprender conta muito, tem gente que se forma e para de estudar”, ressalta.
Para Andrea, o resultado desta edição foi satisfatório. “Ano a ano vemos uma especificação maior com a busca de inovação. Nós vemos que os alunos tentam buscar atender esse quesito e percebemos que eles entendem o objetivo do programa”, celebra a profissional.