De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), mais de 900 espécies de animais foram declaradas extintas desde 1.500, muitas outras são classificadas como “possivelmente extintas”. Entre elas, dezenas são espécies de anfíbios, que atualmente são considerados os vertebrados mais ameaçados de extinção no planeta.
Assim como outros animais, os anfíbios desempenham um papel fundamental na dinâmica da natureza, especialmente em ecossistemas aquáticos e terrestres. Por exemplo, sapo são predadores de mosquitos, escorpiões, aranhas e outros animais que podem transmitir doenças. Além disso, são considerados bioindicadores da qualidade ambiental, pois sua presença (ou ausência) reflete o equilíbrio do ambiente em que vivem.
O que são anfíbios?
Para ser considerado anfíbio o animal deve pertencer a uma das três ordens da classe Amphibia:
- Anura: sapos, pererecas e rãs;
- Caudata: salamandras e tritões;
- Gymnophiona: cobras-cegas (cecílias).
Os animais da ordem Anura possuem patas traseiras desenvolvidas e são capazes de saltar. Já os da ordem Caudata têm o corpo alongado, cauda e se movem de forma semelhante a lagartos. Por fim, os Gymnophiona contam com o corpo cilíndrico sem patas e lembram minhocas ou cobras.
Inclusive, alguns desses animais são estudados pela indústria farmacêutica, pois produzem secreções com potencial para o desenvolvimento de medicamentos. Essas secreções também são utilizadas em rituais culturais de diferentes tradições indígenas.
Um exemplo é o sapo-macaco-gigante (Phyllomedusa bicolor), comumente usado por tribos da Amazônia e conhecido como Kambô. Nos rituais sua secreção é aplicada em pequenas queimaduras feitas na pele.
Quantos anfíbios já foram extintos?
Segundo a organização AmphibiaWeb, mais de 8.800 espécies de anfíbios já foram catalogadas em todo o mundo. No Brasil, uma lista divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente em 2022 indica que existem 1.188 espécies registradas no território nacional.
Publicado no final de 2023, o relatório State of the World’s Amphibians descreve que estão confirmadas 37 espécies de anfíbios completamente extintas na natureza. Além disso, outras duas desapareceram da natureza e sobrevivem apenas em cativeiro.
Das mais de oito mil espécies conhecidas, 41% estão ameaçadas de extinção, e mais de 900 não possuem dados suficientes para que seu risco de extinção seja avaliado. No contexto das mudanças climáticas, 846 estão ameaçadas por efeitos, como o aumento da temperatura, a alteração de habitats e outros impactos ambientais.
Motivos da extinção dos anfíbios
Atualmente, os anfíbios são considerados o grupo de vertebrados mais ameaçado do planeta, com quase metade em risco de extinção. Enquanto 41% enfrenta algum grau de ameaça, esse percentual é de aproximadamente 26% entre os mamíferos e 15% entre as aves.
A principal causa da ameaça de extinção dos anfíbios é a perda do habitat natural, provocada pela destruição de florestas tropicais, uso de pesticidas, drenagem de lagos e rios, entre outras atividades humanas.
“A perda e a degradação do habitat são a principal ameaça aos anfíbios, afetando 2.686 espécies. Terras estão sendo rapidamente desmatadas para a produção de madeira, enquanto a expansão agrícola e urbana está substituindo habitats chave para anfíbios”, de acordo com o State of the World’s Amphibians.
Em segundo lugar, as mudanças climáticas representam um grave risco, já que esses animais são extremamente sensíveis a variações de temperatura e umidade — fatores cada vez mais alterados pelos efeitos dos gases de efeito estufa.
A terceira maior ameaça são as doenças, em especial o fungo causador da quitridiomicose, responsável pela extinção de pelo menos nove espécies desde a década de 1980.
Outros fatores que contribuem para o declínio dos anfíbios incluem o aumento das queimadas, a predação por espécies invasoras e o uso desses animais para fins gastronômicos, medicinais ou como animais de estimação.
Fonte: CNN Brasil, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
FAQ
Qual a importância dos anfíbios na natureza?
Os anfíbios são importantes, especialmente, nos ecossistemas aquáticos e terrestres. Eles são predadores de animais que podem transmitir doenças, são considerados bioindicadores da qualidade ambiental e possuem um papel de relevância em estudos para o desenvolvimento de medicamentos.
Por que os anfíbios estão sendo extintos?
Existem diversas razões para a extinção dos anfíbios. As mudanças climáticas são um fator de risco, devido a sensibilidade desses animais a variações de temperatura e umidade. O fungo causador da quitridiomicose também é considerado uma ameaça para os afíbios, assim como a perda do seu habitat natural.
Quantas espécies de anfíbio existem?
Já foram catalogadas no mundo mais de 8.800 espécies de anfíbios no mundo. Já no Brasil, uma lista publicada pelo Ministério do Meio Ambiente em 2022 mostrou que existem 1.188 espécies registradas em território nacional.
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