Com o problema, veterinárias explicam o que muda no tratamento
Lidar com um animal em tratamento oncológico demanda muita atenção e resiliência. Entre os percalços ao longo do processo, a síndrome paraneoplásica (SPN), que faz com que toda a terapêutica seja ampliada e, em alguns casos, revista, se faz presente.
De acordo com a médica-veterinária especializada na área de Oncologia Clínica, professora e veterinária da clínica Onco Cane, Suzana Terumi Honda Battaglia, houve um aumento na casuística de câncer na clínica veterinária. “Ele pode estar relacionado a diversas causas, uma vez que a etiologia do câncer é multifatorial. O aumento da longevidade pode ser uma delas, pois o câncer faz parte das doenças relacionadas ao envelhecimento e o aumento da longevidade pode ser devido à melhora nos métodos de diagnóstico e aos avanços nos tratamentos, tornando-os disponíveis e acessíveis”, afirma.
Com atendimento exclusivo a pacientes com câncer, a médica-veterinária, cirurgiã oncológica e pesquisadora da Universidade de Campinas (Unicamp), Cláudia Ronca Felizzola, afirma que, logo que se formou, há 32 anos, e trabalhava no Hospital Veterinária da Universidade de São Paulo (USP), os casos de neoplasia eram mais raros. “Ocorriam mais traumas, anomalias congênitas ou adquiridas. Nestes últimos anos, realmente, houve um aumento da incidência de animais com câncer, assim como os tipos das neoplasias também se modificaram. Inicialmente, ocorria muito câncer de mama em fêmeas intactas, porém, com as campanhas de castração precoce, diminuiu a incidência desse tipo de doença”, conta.
Ainda segundo ela, outras neoplasias aumentaram a frequência, como linfoma, neoplasias hepáticas, neoplasias vesicais, neoplasias adrenais, entre outras. “Os animais, em especial os cães, vivem no mesmo ambiente em que vivemos e são, por isso, sinalizadores do nosso meio ambiente. Hoje, eles entram em contato com poluição, organofosforados, fumaça de cigarro, irradiação ultravioleta, que têm a característica de provocar alterações gênicas, causando o câncer. Além destes fatores extrínsecos, há um fator intrínseco ao paciente que favorecerá a formação do câncer”, afirma.
Diante da maior incidência das neoplasias, a síndrome paraneoplásica surge. A médica-veterinária, mestra em Cirurgia Veterinária e doutora em Ciências Médicas, área de concentração Oncologia Comparada, e responsável pela equipe de profissionais da Onco Cane Veterinária, Renata Sobral, explica que as síndromes paraneoplásicas referem-se às manifestações clínicas relacionadas a distúrbios na homeostase em pacientes portadores de determinados tipos de câncer. “Este desequilíbrio ocorre em virtude da produção e da liberação, pelo próprio tumor, de substâncias, como hormônios, mediadores inflamatórios, peptídeos ativadores ou, ainda, da resposta imune do próprio paciente”.
Quer saber mais? Leia a reportagem de capa completa, clicando aqui.
Fonte: Redação Cães&Gatos VET FOOD.