Inflamação está entre as mais frequentes nas clínicas e hospitais veterinários. Problema não é tão recorrente na espécie felina
Cláudia Guimarães, da redação
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Conhecida como inflamação do ouvido, a otite externa é o principal motivo pelo qual os proprietários de cães levam seus animais às clínicas veterinárias. A condição otológica é caracterizada pela inflamação da orelha externa, incluindo o conduto auditivo, e atinge de 20 a 25% dos cães, sendo um, em cada quatro casos, considerado grave.
A médica-veterinária com ênfase em dermatologia, Ana Claudia Balda, explica, durante lançamento do produto Posatex, da MSD Saúde Animal (São Paulo/SP), ocorrido no dia 14 de junho, em São Paulo (SP), que os casos graves podem ser identificados por meio de sintomas como vermelhidão, calor ou inchaço, secreção purulenta, alterações físicas no conduto auditivo, dor ou desconforto perceptível. “Também pode haver, nestas situações, a perda de função auditiva e recorrências. Se não tratados adequadamente, podem evoluir para otite média, provocando, inclusive, sintomas neurológicos no pet”, atenta.
Para diagnosticar a inflamação, Ana conta quais os principais exames que devem ser pedidos pelos especialistas: “É importante que seja realizada a otoscopia, parasitológico, citologia e, em alguns casos, cultura e antibiograma”.
A otite pode ter várias causas e afeta partes diferentes do ouvido dos cães. A especialista conta que ela é denominada otite externa, média ou interna, variando de acordo com o local prejudicado pelo problema.
A causa da inflamação pode ser por infecção causada por bactérias e normalmente tem pus. “Este tipo é chamada de otite infeciosa e é preciso tratar com antibióticos injetáveis e orais juntamente com medicamento tópico”, diz Ana Claudia que também cita as otites causadas por fungos: “É a forma mais comum. Os sintomas são excesso de cera com cheiro adocicado”, conta.
Parasitas como carrapatos e ácaros também pode causar o problema. Nestes casos, a profissional orienta medicamentos específicos e de acordo com a gravidade, serão tópicos, orais e/ou injetáveis. “Outros fatores como sarna, produção excessiva de cera, traumas, alergias, tumores, questões hormonais e a presença de algum corpo estranho no ouvido do animal também podem influenciar no aparecimento da otite canina”.
Como discorrido pela especialista, a inflamação no ouvido pode acarretar uma série de novos problemas capazes de levar ao estreitamento do conduto auditivo, ao aumento da temperatura, da umidade e da secreção. “Essas condições podem causar aumento do número de bactérias e leveduras no ouvido, o que pode levar à otite externa. A cronicidade da doença pode levar o paciente a ser submetido a procedimentos cirúrgicos radicais, como a retirada do conduto auditivo”, explana Ana Claudia.
A otite externa pode ser resultada por algumas causas primárias que levam à inflamação do conduto. Destacam-se as disfunções alérgicas, alimentares, presença de ectoparasitas ou corpos estranhos, desordens de queratinização (seborreia) ou doenças autoimunes. “Estes problemas precisam ser identificados e tratados corretamente pelo médico-veterinário”, alerta a médica-veterinária que ainda complementa que as raças Cocker Spaniel, Basset Hound, Golden Retriever, Dachshund e Labrador são algumas das raças mais acometidas pela inflamação.
Os gatos também podem apresentar otopatias, mas em menor proporção, de acordo com a especialista. “Um a cada três pacientes serão da espécie felina”, mensura. Ana ainda diz que, na maioria das vezes, o tratamento para gatos pode ser igual ao de cães, mas há uma preocupação em relação à toxicidade das medicações para os felinos. “Deve-se ter um cuidado especial com os veículos, em resumo, o proprietário deve buscar a ajuda de um médico-veterinário”, orienta.
Ana Claudia ainda menciona que o comportamento do animal e do proprietário também é um ponto a ser priorizado, já que limpeza excessiva, contato permanente com a água, entre outros, podem fomentar a otite. “Presença de doença imunossupressora ou obstrutiva e condições ambientais também podem servir de fatores predisponentes para o desenvolvimento da inflamação”.