O glaucoma é a segunda causa mais comum de cegueira no mundo, segundo informações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma estimativa aponta que, neste ano, mais de 11 milhões de pessoas podem ficar cegas. Em 26 de maio, é lembrado o Dia Nacional de Prevenção e Combate ao Glaucoma e à Catarata para conscientizar as pessoas dos cuidados que devem ter com os olhos e sobre como agir em caso de identificação de alguma doença oftalmológica. E o alerta estende-se, também, aos tutores com relação à saúde dos pets, já que essas enfermidades ocorrem com a mesma gravidade em animais de estimação.
Para o médico-veterinário membro da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), Eduardo Pacheco, todos os animais podem ter doenças oculares. As de origem genética são mais frequentes naqueles cuja criação não é controlada, como nos cães de raça pura de criadores irregulares, mais uma importância do cuidado necessário ao se escolher um canil ou gatil.
Shih-tzu, Pug, Lhasa Apso, Boxer, Bulldog e Boston Terrier são algumas das raças caninas que fazem parte do grupo com os maiores riscos de ter problemas oculares. Já em felinos, raças como persa ou exótico destacam uma propensão maior a ter tais complicações ao longo da vida, incluindo catarata, glaucoma, conjuntivite, úlcera de córnea, ceratoconjuntivite seca e doença das pálpebras. “Vale também lembrar que todos os animais, inclusive os sem raça definida (SRDs) podem desenvolver alguma lesão oftalmológica, por isso a importância de estar sempre atento”, indica Pacheco.
Pug, Lhasa Apso, Boxer, Bulldog e Boston Terrier são algumas dasraças caninas mais acometidas (Foto: reprodução)
Como identificar esses problemas? Pacheco explica que, para saber se há alguma alteração oftalmológica, deve-se observar as seguintes situações: aparecimento de secreções, desconforto nos olhos, alteração na coloração dos olhos, mudança no comportamento do animal, que passa a raspar a face nos objetos ou coçar com a própria pata, por exemplo. “Há alterações que não são visíveis para o tutor, por isso, é sempre indicado ir a uma consulta com médico-veterinário oftalmologista pelo menos uma vez ao ano”, orienta.
O médico-veterinário da Comissão de Entidades Regionais Veterinárias do CRMV-SP, Marcio Motta, enfatiza a importância de os tutores estarem atentos ao comportamento dos pets: “Normalmente, os animais apresentam pequenas alterações no comportamento que para o tutor atento podem chamar a atenção, como piscadas e/ou lacrimejamento excessivo, dificuldade em abrir os olhos, pupilas alteradas, presença de secreção excessiva, que pode ser líquida, com pus ou esbranquiçadas, e episódios de cegueira que podem ser prolongados ou momentâneos”, detalha.
Além disso, continua Motta, podem ocorrer incômodos em ambientes com muita claridade. “Podem ocorrer algumas alterações nos pets como apatia, falta de apetite, começar a esbarrar em coisas, como cadeiras, sofás, e também a apresentação de certa irritabilidade”, completa.
Tratamentos e prevenção. De acordo com Pacheco, os tratamentos podem variar de colírios e medicamentos via oral até uma cirurgia, dependendo do caso. “O controle ou extinção da doença vai depender muito do tipo de enfermidade, da precocidade do diagnóstico, da introdução do tratamento mais adequado o mais rapidamente possível e da adesão do tutor ao processo – se ele não fizer conforme orientado, não funcionará”, alerta Pacheco.
Já Marcio Motta ressalta que um diagnóstico preciso é de suma importância para seguir o tratamento, pois um problema oftalmológico pode não ter a causa base diretamente nos olhos, mas ser proveniente de uma doença infecciosa, de uma doença autoimune, dentre outras.
Fonte: CRMV-SP, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.