Cláudia Guimarães, de Novo Hamburgo (RS)
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Não à toa, a Fenac Experiências Conectam leva esse slogan. A promotora de eventos adquiriu, em 2019, a Feira de Negócios para Animais de Estimação (Feipet) e tem o objetivo de se tornar a segunda ou terceira maior feira pet do Brasil. Nesse ano, a oitava edição do evento ocorreu de 26 a 28 de setembro, em Novo Hamburgo (RS), onde fica localizado o pavilhão de eventos da promotora.
Essa edição da Feipet marca o retorno dos eventos presenciais da Fenac, que tiveram de ser pausados por conta da pandemia de Covid-19 e o distanciamento social aconselhado pelos órgãos de saúde do Brasil e do mundo. “A Fenac foi criada para um incentivo econômico não somente regional, já que, com o passar do tempo, ela extrapolou seus limites de Estado e do Brasil, tendo feiras internacionais e, naturalmente, foi criada em cima de um setor ao qual estava inserida geograficamente: o setor de calçado, grande motor dessa região. A Feipet foi escolhida pela Fenac, que trabalhou para adquirir essa feira, que já somava sete edições de história, mas tínhamos certeza de que o segmento precisava da continuidade de um evento do segmento pet, como nós sabemos fazer”, argumenta o diretor presidente da Fenac, Márcio Jung.
Segundo o organizador do evento, o objetivo da Fenac é tornar a Feipet maior dentro do segmento e com potencial de desenvolvimento gigantesco pela frente. “Esse setor será extrapolado diversas vezes, porque o está se consolidando em cima da cultura e do comportamento das pessoas e, quando isso acontece, esse caminho tende a ser duradouro e é o que vamos ter aqui. A Feipet se propõe a ser o local de encontro não só de vendas, mas, também, para o compartilhamento de cultura, ensinamento e conteúdo”, expõe.
Jung conta que todas as feiras da Fenac são pensadas para percorrer o caminho do conteúdo. “Queremos transformar a vida do visitante, queremos oferecer elementos diferentes para que ele saia daqui e aplique, imediatamente, em seu negócio, seja uma atitude uma mudança simples, um maquinário, um processo, uma nova tecnologia, mas que saia, minimamente, modificado para melhor. Nós nos propomos a ser o ponto de encontro desse segmento, preparando, para o ano que vem, uma nova feira, muito maior e com algumas mudanças, para buscar o crescimento do evento”, revela.
Quando questionado sobre o fato de não estar nos grandes centros que são palco de um número maior de eventos da Medicina Veterinária e dos pet shops, Jung comenta que essa não é uma preocupação, já que a Fenac conhece o mercado profundamente. “Temos uma network muito forte. A região de Novo Hamburgo (RS) é um polo exportador e importador gigantesco. Aqui, conhecemos o container, o navio, o despachante de aduaneiro, toda a comunicação é muito fácil, vivemos exportando. É nesse entusiasmo que entendemos que a Feipet, nas nossas mãos, irá mudar para melhor”, garante.
O diretor presidente da promotora de eventos também destaca que a Fenac é a única promotora com pavilhão próprio no Brasil. “Temos as nossas feiras, com nossa estrutura e dinheiro para bancar uma feira dessa, seja o tempo que for, até ela dar certo”, compartilha Jung que adiciona suas considerações sobre o atual momento pandêmico que vivemos: “O desafio em realizar esse evento durante uma pandemia é convencer as pessoas de que as nossas ações de biossegurança são melhores que os outros. Temos rastreabilidade das pessoas para poder comunicar, caso algo ocorra, de forma segura. Dentro do ambiente de feira as pessoas tendem a ser mais obedientes. Se alguém avisar que está utilizando a máscara de forma errada, a pessoa não vai se importar e vai respeitar os protocolos. Isso se dá por conta de que, na Feipet, os visitantes são pessoas que já estão inseridas em um setor da saúde, que é a Medicina Veterinária.
Para finalizar, Yung declara que a Feipet deseja oferecer uma experiência importante para quem expõe e para quem visita. “Estamos aqui para proporcionar tudo de bom que possa haver em uma feira. Tenho certeza de que, com o nosso esforço, os expositores e visitantes vão querer estar na próxima edição”, adiciona.
Apoio dos conselhos de classe
Dentre os nomes importantes presentes na cerimônia de abertura da oitava edição da Feipet, estava a secretária Geral do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio Grande do Sul (CRMV-RS), Marianne Lamberts, que declarou sentir-se honrada em participar da abertura do evento.
Conforme destacado pela profissional, a Feipet está consolidada como o evento que congrega todos segmentos dentro da área pet, objetivando o empreendedorismo e a capacitação técnica do setor. “Nesses três dias de evento, os segmentos da indústria, de comércios, de vendas e os médicos-veterinários demonstram a força do setor pet, sempre com um objetivo maior: a saúde e o bem-estar dos animais”, pondera.
A executiva também lembra que o convívio do homem com os animais vem desde a pré-história e a pandemia de Covid-19 demonstrou uma necessidade especial dos animais para melhoria da nossa estabilidade emocional. “Nunca convivemos tanto com os nossos pets como hoje e esse convívio exigiu e está exigindo que esse segmento seja cada vez mais organizado e profissionalizado. O veterinário cumpre um papel importante nesse segmento. Pela nossa formação profissional, temos conhecimento para atuar na área de ciências agrárias e da saúde, no que se refere à produção animal, produção de alimentos, saúde animal, pública e ambiental. Assim, somos os verdadeiros profissionais da Saúde Única, o conceito que engloba o cuidado com o homem, com o animal e com o meio ambiente. Em nome do médico-veterinário e presidente do CFMV, Francisco Cavalcanti de Almeida, e em meu nome, enquanto secretária Geral do CRMV-RS, desejo que a Feipet seja sempre um absoluto sucesso”.
Em nota enviada à equipe da C&G VF, a presidente do CRMV-RS, Lisandra Dornelles, destacou que o setor pet é um mercado em expansão Brasil e no mundo. “Os médicos-veterinários e zootecnistas têm papel fundamental no desenvolvimento técnico e econômico desse segmento e a Feipet, desde 2013, reforça a importância dessa área de atuação de nossos profissionais”, comemora.
Veterinária de todos os ângulos
Este foi o slogan do seminário Vet 360, que visou abordar a Medicina Veterinária de diversos ângulos aos convidados que estivessem presentes para assistir palestras com profissionais renomados, com temas da clínica à gestão e inovação.
Quem comandou esse evento dentro da Feipet foi um casal apaixonado pelo mercado pet, com mais de 27 anos de experiência na área comercial, os cofundadores da Estalo Pet, que tem como propósito ajudar no desenvolvimento do maior número de pessoas e empresas possíveis, para colaborar com a profissionalização do setor, Larissa Sales e Diogo Peraça.
Durante os três dias de simpósio, eles chamaram ao palco profissionais como o médico-veterinário Kaleizu Rosa, que ministrou uma palestra sobre gestão pessoal e interpessoal. Na apresentação, o profissional destacou que o veterinário deve entender que, para se sentir valorizado, é preciso buscar habilidades técnicas, mas não só isso. O profissional deve ir além: saber se relacionar com as pessoas. “Na maior parte do nosso trabalho, não lidamos com os animais, mas, sim, com pessoa, seja ela tutor, recepcionista da clínica, colegas de equipe, entre outros”, defende.
Então, comunicação eficiente, empatia, positividade, liderança, proatividade, ética e planejamento são algumas das palavras-chaves para relações com pessoas do seu ambiente de trabalho. Em breve, reportagem completa sobre as considerações do palestrante aqui em nosso portal de notícias.
A agressividade dos gatos também foi um tema debatido em palestra apresentada pela veterinária Ceres Faraco. Ela comentou que o ronronar dos gatos pode ser positivo ou negativo. “Alguns estudiosos defendem que ele surgiu como espécie de manipulação dos humanos, porque os gatos obtêm algum tipo de benefício com isso, carinho, comida, etc. Mas existem situações em que esse ronronar indica estresse. Precisamos estudar para descobrir como acontece com cada gato”, compartilha.
A médica-veterinária Fernanda Alvares, empreendedora da distribuidora Vetlog, também subiu ao palco do Vet 360, para falar sobre como empreender no setor pet. Segundo ela, quando a pessoa decide abrir um CNPJ, é como ter um filho. “Se preocupa o tempo todo, não tem férias, não tem fim de semana, deve ter comprometimento para fazer dar certo. Tudo isso faz com que a empresa cresça e se torne rentável”, comentou.
A independência financeira também é o objetivo que move muitas pessoas ao empreendedorismo, como mencionado por Fernanda. “Ela nos dá a liberdade para definir o que é melhor para a nossa própria empresa”, frisa. Mas, como lembrado pela profissional, o empreendedor deve seguir alguns passos importantes para empreender e que, de acordo com ela, foram muito importantes na sua experiência. Em breve, eles estarão listados e explicados em reportagem exclusiva aqui de nosso portal.
As advogadas Aline Gueno e Vanessa de Oliveira, do Jurídico Pet, também apresentaram uma palestra no evento sobre os problemas jurídicos que mais afetam uma empresa do segmento pet. Seu sócio passou a se dedicar para outro projeto e deixou de colaborar com a empresa? Outra empresa está utilizando a sua marca e confundindo os seus clientes? Você paga muitos tributos e parte deles são indevidos? Apenas um processo trabalhista pode quebrar o seu negócio? As profissionais responderam essas e outras perguntas que serão abordadas em reportagem futura aqui em nosso portal.