A ansiedade por separação apresentada em um número crescente de cães tem se tornado protagonista de inúmeros estudos, que visam entender o comportamento dos pets. Segundo a Universidade de Lincoln, no Reino Unido, nestes casos, mais importante do que ensinar o cão a superar o afastamento do tutor, é ajudá-lo a lidar com suas frustrações.
O estudo Intitulado Developing Diagnostic Frameworks in Veterinary Behavioral Medicine: Disambiguating Separation Related Problems in Dogs levantou que o transtorno, em específico, deve ser encarado como um sintoma das frustrações do animal, que os exteriorizam na forma de alguns comportamentos negativos, como destruir objetos, latir em excesso e urinar e defecar pela casa.
A pesquisa publicada na Frontiers in Veterinary Science em janeiro deste ano, indica que compreender as causas das frustrações do animal é essencial para um tratamento eficaz. Nela, foram avaliados cerca de 2700 cães de mais de 100 raças, identificando quatro formas principais de estresse quando os cachorros se separam dos tutores, são eles: fugir de algo dentro de casa; querer chegar a algo do lado de fora; reagir a eventos ou barulhos e o aborrecimento.
De acordo com o estudo, os diferentes estados emocionais dos cachorros se combinam para criar comportamentos problemáticos, onde mesmo que os picos sejam apresentados com a saída do tutor, as ações dos animais são a soma de uma combinação de fatores de risco, como temperamento, tipo de relação estabelecida com o cuidador e a interação entre ambos.
Para o professor de Medicina Veterinária comportamental na Escola de Ciências da Vida da Universidade de Lincoln, citado pelo Science Daily, rotular as ações problemáticas do cão como separação por ansiedade não é muito útil, de acordo com ele, esse é o começo do processo de diagnóstico, não o fim. “A nossa nova pesquisa sugere que a frustração, nas suas variadas formas, é em grande parte o núcleo do problema, e precisamos perceber está variedade se buscamos oferecer melhores tratamentos aos cães”, afirmou.
“Até agora, havia a tendência de se pensar nisto como uma condição isolada, por exemplo: ‘O meu cão tem ansiedade de separação’ e depois focarmos na dependência do dono e como torná-los mais independentes. Porém, este novo trabalho indica que ter ansiedade de separação é mais ‘O meu cão está mal da barriga’, o que pode ter muitas causas e assumir muitas formas”, explicou o professor.
Fonte: Veterinária Atual, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.