A alopecia pós-tosa é um problema cada vez mais recorrente nos pets, mas que pode ser, facilmente, evitado. Muitos tutores não sabem a respeito e até alguns profissionais têm dúvidas sobre o assunto, já que por conta da internet e das redes sociais, muitas informações são divulgadas erradas e acabam sendo difundidas incorretamente.
Usualmente, a alopecia pós-tosa afeta raças nórdicas e primitivas, como o Spitz Alemão, Huskies Siberianos, Malamutes do Alaska, Samoiedas, Chow Chows, entre outras. Essas raças têm uma fase telógena prolongada, que acontece duas vezes no ano.
“A troca normal de pelagem nos animais acontece na primavera e no outono. Na primavera, o pelo trocado é substituído por um pelo mais fino, preparando o animal para o verão. No outono, ocorre a mesma troca, porém, o pelo que vem é mais grosso e denso, preparando o animal para o inverno. Por ser tropical, o nosso clima não tem as estações muito bem definidas e os cães perdem pelo o ano todo, mas com mais intensidade entre os meses de abril a maio e de setembro a outubro. E o que acaba acontecendo é que devido a tantas quedas, os tutores acabam optando por tosar seu bichinho e é aí que está o perigo”, explica a groomer especialista em tosa, Liliane Santos.
Segundo ela, Spitz Alemão e o Lulu da Pomeranea, por exemplo, são cães de pelagem dupla, mais longa e grossa e outra mais fina e densa, que tem a aparência de uma lã. Essa pelagem mais fina e densa se chama subpelo e sua função é controlar e equilibrar a sua temperatura corporal. “O que muitos não sabem é que existe um trimming – esse é o nome da tosa desta raça – com uma altura segura de pelos onde protegemos o pet da alopecia pós-tosa, onde aparamos somente os pelos primários, protegendo os subpelos e resguardando a pele de trocas bruscas de temperatura”, destaca.
Com isso, não é indicado a tosa baixa dessas raças, seja na máquina ou na tesoura, como por exemplo a famosa Tosa Boo. Liliane ressalta que é importante informar que qualquer tosa que altere o isolamento térmico da pele do bichinho pode causar a alopecia pós-tosa. Claro que quanto mais curto o pelo, mais prejudicado é o isolamento térmico e maior a possibilidade de causar o problema.
“Caso o animal seja tosado abaixo do subpelo, os pelos retirados podem não crescer mais ou demorar até dois anos para voltar ao normal. E mais comum de acontecer é os pelos crescerem de forma irregular e, por isso, sendo tosados novamente, dando continuidade a Alopecia Pós-Tosa”, lembra a groomer.
A especialista finaliza advertindo que em alguns casos mais graves, o animal perde quase todo o pelo do corpo, poupando apenas a cabeça e os membros. E com a pele mais exposta ao sol, a coloração da pele pode ficar mais escurecida e ressecada.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
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