Buscando um olhar diferente para a criação de pets com deficiência visual, três alunos da Escola Técnica Estadual (ETEC) Rosa Perrone Scavone, de Itatiba (SP), desenvolveram um colete capaz de medir a distância entre o animal e um possível obstáculo, como, por exemplo, uma parede.
A roupa possui um dispositivo com sensor de distância na parte frontal, em formato de arco, que fica posicionado na frente da cabeça do animal, ajudando na proteção do bichinho. Esse aparelho mede a distância entre o pet e o obstáculo. Caso o objeto detectado esteja dentro da área prevista na programação, é emitido um sinal sonoro, que não é prejudicial ao animal, e acionado um sensor de vibração.
O professor Humberto Augusto Zanetti conta que sempre está incentivando os alunos do curso técnico de desenvolvimento de sistemas a pensarem em trabalhos que atendam alguma demanda da sociedade e que o grupo quis desenvolver a pesquisa com pets que, geralmente, na idade avançada, perdem a visão ou até animais que tenham, por outro motivo, algum problema de visão.
Antes da ideia se tornar realidade, foram feitas diversas pesquisas de viabilidade, produtos relacionados e o que já era encontrado no mercado. E, a partir de um produto que já tinha sido desenvolvido, mas que apresentava falhas, o grupo pensou em criar algo eletrônico, confortável e mais leve.
“Ele funciona à bateria. Tem uma programação feita no Arduino, uma placa que fica acoplada na roupinha. Ele tem uma aro que contorna a cabeça do cachorro e na ponta desse aro tem um sensor de distância. Já na roupa tem um motor de vibração, assim como o motor de vibração que a gente tem no celular. Quando o cachorro se aproxima de um obstáculo, na cabeça dele, o sensor de distância vê que aquele espaço está muito curto, próximo a bater. Então, ele manda um sinal para o Arduino que ativa o motor de vibração”, explica Zanetti.
O projeto começou em 2022 e percorreu o ano letivo inteiro com testes e pesquisas. “Como tinham recursos bastante limitados, a gente usou uma pelúcia para fazer esses testes, pelo menos para colocar em prova o que estava acontecendo”, disse o orientador.
Para a aluna Ana Carolina De Lucca Leite Soares, o pontapé para o desenvolvimento do produto surgiu da própria cachorrinha que tem em casa e que não enxerga muito bem, junto a uma ideia de outro projeto já feito pelo grupo anteriormente. “A nossa amiga falou: ‘por que a gente não pega de base um projeto que a gente já fez no primeiro ano e passa para os cachorros, agora?’. Esse projeto que a gente fez é uma bengala inteligente que tem sensores na ponta, no meio e no final. Então, quando a pessoa estava andando, ela apitava sinalizando que iria bater. Adaptamos esse conceito, mas agora para os animais”, comenta.
Ela ainda explica que o grupo conversa para continuar trabalhando no desenvolvimento do colete, mesmo após o encerramento do curso.
“Queremos melhorar ele para consertar algumas coisas que poderiam dar erro ou algum tipo de empecilho no futuro. Uma dessas coisas seria colocar um sistema GPS para se o cachorro se perder, o dono consiga achar ele por um aplicativo. Estamos conversando com os nossos professores, porque queremos aprimorar e deixar ele mais utilizável”, diz Ana.
Fonte: G1, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
LEIA TAMBÉM:
Projeto de lei propõe incluir gastos veterinários no imposto de renda para pessoa física
Estudo indica que sopros cardíacos são prevalentes em 28,2% dos gatos domésticos
Algumas afecções podem comprometer o funcionamento normal do bico das aves