O primeiro a publicar uma pesquisa sobre o assunto foi o cientista francês Antoine Parent no ano de 1700. Para contextualizar, Isaac Newton ainda estava vivo na época e o grande trabalho dele, Princípios Matemáticos da Filosofia Natural, tinha sido publicado havia apenas 13 anos. O interesse final de Parent não era apenas entender a queda dos felinos, mas, também, pesquisar como objetos grandes e pesados se movem e giram e, ao mesmo tempo, caem em uma posição de equilíbrio.
Quase como uma reflexão tardia, Parent sugeriu que, assim como um objeto pesado poderia tombar com o lado pesado para baixo na água devido ao choque de gravidade e a uma força flutuante para cima, um gato em queda livre poderia ajustar sua coluna para virar-se, movendo seu centro de gravidade sobre o centro de flutuabilidade. Essa ideia está errada, uma vez que a flutuabilidade do ar é muito fraca para afetar um gato durante a queda.
Mesmo assim, essa explicação e outras derivadas dela permaneceram comuns em livros populares sobre gatos durante a metade do século 19. A comunidade física, no entanto, já havia encontrado outras explicações. No início do século 19, havia um crescente reconhecimento de que certas propriedades fundamentais da natureza são preservadas em qualquer processo físico.
Muitas pessoas estão familiarizadas com o conceito de conservação de energia, a ideia de que a energia não é criada nem destruída, mas transformada. Por exemplo, quando um carro se move, isso ocorre por conta da conversão da energia química do combustível no movimento mecânico das rodas. Quando o carro para devido à ação dos freios, o movimento se transforma em energia térmica devido ao atrito.
Está provado que esse fato é preservado em qualquer processo físico. Para um único objeto em movimento, o impulso é o produto da massa vezes a velocidade e os objetos mais pesados e mais rápidos têm mais impulso do que os leves e lentos.
Então, como fazem para cair de pé? Para ser justo, os físicos rapidamente reconheceram seu erro e propuseram vários mecanismos pelos quais um gato pode se endireitar utilizando várias manipulações de partes seu corpo. O mais importante desses mecanismos foi mostrado pelos fisiologistas holandeses G.G.J. Rademaker e J.W. Ter Braak alguns anos depois, em 1935. Na época, a questão do endireitamento de um gato havia sido chegada a pesquisadores do cérebro. Eles queriam entender quais partes do sistema nervoso do gato controlavam esse reflexo.
Rademaker e Ter Braak ajudaram a responder a essas perguntas, mas, durante o processo, consideraram as explicações físicas insatisfatórias e decidiram construir suas próprias. Eles imaginaram o gato como se fossem dois cilindros. Se o gato se dobrar pela cintura, ele pode torcer as duas metades do corpo em direções opostas, fazendo com que seus angulares opostos se cancelem em grande parte.
Quando se dobra, seu corpo é orientado em uma direção diferente, embora o gato não tenha um momento angular fixo quando começa a cair. Esse movimento, agora conhecido como modelo “dobrar e girar” para endireitar um gato, é, possivelmente, a manobra mais importante que esse felino realiza durante o endireitamento.
Mas a pesquisa sobre a física por trás desse fenômeno não terminou aqui. Rademaker e Ter Braak apresentaram apenas o modelo mais simples de um gato em rotação. Eles capturaram a essência do movimento, mas não todos os detalhes.
Fonte: G1, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.