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Inovação e Mercado

Crescimento do setor pet desacelera no primeiro trimestre 

Projeção de faturamento do IPB para o ano é de R$ 64,7 bilhões, aumento de 12,1%
Por Equipe Cães&Gatos
faturamento
Por Equipe Cães&Gatos

Projeção feita pelo Instituto Pet Brasil (IPB), com base no desempenho do primeiro trimestre, aponta para uma desaceleração do setor pet em 2023. 

O faturamento bruto do setor cresce desde 2013, tendo atingido R$ 60,2 bilhões em 2022. O ritmo de crescimento, porém, vem diminuindo desde o ano passado. Em 2021, a alta no faturamento foi de 27%; em 2022, 16,4%; e, para 2023, a projeção é de 12,1% (com previsão de faturamento total de R$ 64,7 bilhões até o fim deste ano). 

A projeção tem como fonte números do DATA PET, plataforma que reúne uma série de dados relevantes do setor gerenciada pelo IPB, instituição que há 10 anos estimula o desenvolvimento do setor pet brasileiro.

O presidente do Conselho Consultivo do IPB, Nelo Marraccini, destaca que a projeção de crescimento indica uma consolidação dos bons resultados obtidos nos anos anteriores, mas a desaceleração demonstra que, em 2023, o setor enfrenta grandes desafios. “Colhemos bons frutos nos últimos anos. Agora, precisamos avançar em pautas fundamentais, que pressionam o setor e impactam diretamente na qualidade de vida dos nossos animais de estimação. A alta carga tributária sobre a alimentação pet é uma dessas preocupações”, declara. 

Marraccini explica que o segmento de alimentação pet, chamado de pet food, corresponde atualmente a 55,3% do faturamento total do setor, com previsão de arrecadação de R$ 37,3 bilhões em 2023. Apesar desse desempenho, esse segmento ainda enquadra-se tributariamente como “item supérfluo”. “A tributação que recai sobre esses produtos é semelhante ao de bebidas ou de cigarros, alcançando 50% de tributos no valor final. Essa comparação foge à realidade brasileira: os animais de estimação são considerados membros da família, e já passou da hora de o governo federal considerar a alimentação pet como item de primeira necessidade”, afirma Marraccini. 

Hoje, a tributação sobre o alimento pet supera os 50% na somatória de alíquotas (Foto: reprodução)

Hoje, a tributação sobre o alimento pet supera os 50% na somatória de alíquotas, um índice descabido e que coloca o Brasil como um dos países que mais tributa o alimento pet no mundo, diz Marraccini. “Para 2023, as previsões indicam a manutenção da cautela para o setor. A instabilidade econômica, as prováveis alterações nas legislações que alavancaram o comércio e serviços nos últimos anos e a discussão ainda sem previsão de término ou possíveis ajustes da Reforma Tributária trazem um alerta para todos”, adiciona.

Outros segmentos 

Em segundo lugar na projeção de faturamento do setor pet, aparece o segmento de venda de animais de estimação diretamente dos criadores. A projeção é de movimentar R$ 7,1 bilhões em 2023 (10,5% do faturamento total e alta de 12,8% em relação a 2022). Em terceiro lugar está o segmento pet vet, que é a venda de medicamentos veterinários, com R$ 6,8 bilhões (10,2% do faturamento do mercado e projeção de alta de 16% para 2023). 

Os demais segmentos são serviços veterinários (R$ 6,4 bilhões, 15,2% de alta e uma fatia de 9,6% do mercado), serviços gerais (R$ 5,8 bilhões, 10,3% e 8,7% respectivamente) e pet care, os produtos de higiene e bem-estar animal, (R$ 3,8 bilhões, 16,5% e 5,8%). 

Canais de acesso

Com uma fatia de 48,9%, os pet shops pequenos e médios representam praticamente metade de todo o dinheiro movimentado pelo varejo pet. Com alta de 12,6%, esse canal de acesso dos consumidores projeta faturamento de R$ 32,9 bilhões em 2023. 

Com um aumento de 13,3% em relação a 2023, as clínicas e hospitais veterinários se mantiveram como segundo principal canal de acesso aos produtos e serviços. Com a projeção de faturar R$ 12,3 bilhões, eles representam 18,3% do faturamento total. 

Com 6,7% da fatia do mercado, o e-commerce pet tinha R$ 1,44 bilhão de faturamento em janeiro de 2020 e a indicação é que chegará aos R$ 4,5 bilhões no final de 2023, um aumento de mais de 200%. 

O e-commerce especializado (empresas que vendem os seus produtos apenas pela internet) lidera as vendas em 2023, com participação de 42,5% sobre o faturamento total. A projeção indica que o segmento movimentará R$ 1,92 bilhão dos R$ 4,51 bilhões até o fim do ano. 

Neste segmento, o e-commerce de Mega Stores ainda supera os pequenos e médios pet shops e se consolida na segunda colocação, com um faturamento previsto de R$ 1,17 bilhão, contra R$ 971,6 milhões. Clínicas e os hospitais veterinários, agrolojas, varejo alimentar (mercados e mercearias) e outros (como clubes de serviços, lojas de conveniência e farmácia) completam, nesta ordem, a lista.

Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães e Gatos VET FOOD.

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