Até o ano de 1997, haviam mais acidentes envolvendo animais peçonhentos na zona rural. Mas, hoje, em 2023, os acidentes com maior proporção estão acontecendo na zona urbana, porque envolve o desmatamento de pastagens, então o ser humano mexe no ambiente e estes animais procuram outros refúgios.
Aranhas, escorpiões e até cobras estão surgindo com frequência em algumas residências. Mas, afinal, o que deve ser feito com estes animais ao encontrá-los dentro de casa?
De acordo com a coordenadora do Laboratório de Animais Peçonhentos da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Ilka Biondi, muitas vezes, a orientação é exterminá-los. “Não tem como ficar com um escorpião vivo dentro de casa, é o mesmo caso da aranha”, diz.
Mas, caso a pessoa viva em uma área com vegetação próxima, podem pegar uma vassoura e jogar a aranha no mato. “Ela está ali na região porque possivelmente tem rato, então não precisa matar aquela aranha; agora se for um escorpião, se for uma aranha pequena, que esteja dentro de casa, o recomendado é exterminar”, informa.
E usar inseticida, resolve? Segundo Ilka, este não é o método mais recomendado. Isso porque ele é recomendado para matar insetos. “Se você reside dentro de um condomínio, e o condomínio resolve fazer uma dedetização na área externa, estes animais irão adentrar para as residências. Então se torna uma dedetização equivocada – primeiro é necessário fazer a dedetização dentro de casa, para depois fazer na área externa”, explicou.
De acordo com a coordenadora do Laboratório, as aranhas menores que aparentemente não causam nenhum tipo de dano, são as mais perigosas. “Por isso é importante que, todo final de semana, ao limpar a casa, a pessoa olhe o berço da criança, pega um borrifador com álcool, e mata estas pequenas aranhas que ficam debaixo das cadeiras, nos cantos das paredes”, diz.
Ela explica que uma aranha caranguejeira não faz mal nenhum, ela não tem veneno. “As pessoas têm medo, por conta do tamanho dela, mas é aquele ditado, tamanho não é documento”, diz e acrescenta: “Mas, as aranhas pequenas, que vivem mais dentro das residências, elas sim possuem um risco”.
O escorpião que causa acidentes é a fêmea, e sua reprodução pode ultrapassar 20 filhotes de uma única vez. “Na primeira gestação são 25 filhotes, depois de três meses, mais 22, depois de três meses, mais 10, vai diminuindo, até que chega um momento que este escorpião só vai gerar dois filhotes e depois morre”, orienta.
FUI PICADO, E AGORA?
Ilka lembra que são diferentes as condutas para a picada em um adulto e em uma criança. Quando uma aranha pica, deixa uma bolha; a serpente, quando dá o bote, deixa duas marcas; mas, quando o escorpião ataca, não deixa nenhuma marca – ou seja, a pessoa não sabe se foi picada por um escorpião.
Esse tipo de picada começa a inchar o dedo, depois vem uma dor insuportável e, depois, essa dor é modificada e a pessoa passa a ter falta de ar.
“Alguém que pesa cerca de 90 kg, depois que é picado, passa cerca de 4 horas para começar a sentir aquela dor, e depois ir para a emergência”, pontua e complementa: “Já uma criança, que tem o peso menor, na hora em que é picada, vai começar a gritar, a chorar, a mãe vai achar que é cólica, vai verificar que não tem febre; mas, na verdade, foi um escorpião. Ao chegar na emergência, já está com falta de ar. Ou seja, aquela picada já atingiu o sistema respiratório, e é por isso que muitas pessoas acabam morrendo”, concluiu.
Fonte: Acorda Cidade, adaptado pela equipe Cães e Gatos VET FOOD.
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