Em setembro, completam sete meses da tragédia que devastou o Litoral Norte de São Paulo, em São Sebastião. Além de trazer prejuízos financeiros, com os deslizamentos de terra, também causou a morte de mais de 60 pessoas e destruiu centenas de casas na região.
E uma dessas casas destruídas pertencia a uma acumuladora de animais – nome comumente utilizado para referir-se a pessoas que sofrem de um transtorno psiquiátrico chamado de Síndrome de Noé, que causa uma compulsão em abrigar mais e mais animais, sem perceber as condições insalubres às quais acumulador e acumulados estão submetidos.
A presidente da ONG Confraria dos Miados e Latidos, Tatiana Sales, afirma que só quem já entrou em uma casa de acumulador consegue compartilhar a sensação: “É muito difícil colocar em palavras. A parte mais impressionante costuma ser o cheiro. Anos e anos de urina e fezes acumuladas, restos de ração e por vezes até corpinhos que não resistiram à disputa pelos poucos recursos. É um cenário devastador”, declara.
Já tendo sofrido uma vez pelo abandono e uma segunda vez ao serem “resgatados” por uma pessoa que não tinha condições de lhes oferecer uma vida digna, um grupo de 17 gatos sofreu um terceiro golpe: se viram do dia pra noite sem um teto e rodeados de água.
Em uma ação coordenada por várias entidades da Proteção Animal, o Grupo de Resgate Animais em Desastres (GRAD) resgatou e deu uma nova chance a essas 17 pequenas vítimas, quase invisíveis em meio a tanta comoção. A professora Vânia Plaza Nunes, presidente e fundadora do GRAD, explica a principal função da entidade. “O GRAD existe justamente com o objetivo de promover ajuda humanitária aos animais e pessoas em circunstâncias de vulnerabilidade em desastres, com equipe técnica qualificada e capacitada para atuar em diferentes situações”.
Falta de informação sobre a FIV ainda é uma barreira
Dos 17 gatos trazidos pelo GRAD, nove foram assumidos pela ONG Confraria Miados e Latidos. Destes, apenas quatro ainda não ganharam um lar, pois testaram positivos para FIV – a AIDS Felina. “A FIV não é uma sentença de morte. A maioria dos gatinhos chega a viver vidas longas, felizes e saudáveis. Porém, como ela é transmissível, os gatinhos FIV positivos só podem ser doados para lares em que não haja outros gatos negativos para a doença. Isso acrescenta uma camada adicional de dificuldade na hora de promover a adoção”, acrescenta Tatiana, da Confraria dos Miados e Latidos.
Conheça abaixo os quatros gatos que sobreviveram ao abandono, uma vida em situação de acumulação, um desastre ambiental e a uma doença crônica – e que agora só precisam de uma família para chamar de sua:
Para adotar um deles, é só escrever para o e-mail queroadotar@miadoselatidos.org.br ou pelo Whatsapp (11) 2341-9870.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães e Gatos VET FOOD.
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