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Especial dia mundial do cachorro

Veterinária ensina como nutrir cães idosos para uma vida longa e saudável

Ajustes na dieta são importantes para a entrega de todos os nutrientes essenciais para essa fase da vida
Por Cláudia Guimarães
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Por Cláudia Guimarães

Conforme os cães envelhecem, suas necessidades nutricionais sofrem mudanças significativas, exigindo ajustes cuidadosos na dieta para que possam continuar saudáveis e ativos durante a velhice. A médica-veterinária Especialista em Medicina de Pequenos Animais e professora do Curso de Medicina Veterinária na Anhanguera Taquaral, Mariana Albiero Ferreira, oferece uma visão detalhada sobre as necessidades alimentares dos cães idosos e como elas podem ser atendidas para promover a longevidade e o bem-estar.

Principais mudanças nutricionais 

Durante o processo de envelhecimento dos cães, ocorre uma série de mudanças em seu metabolismo que impactam diretamente suas necessidades nutricionais. “A redução do metabolismo basal é uma das principais mudanças, o que pode levar ao ganho de peso se a ingestão calórica não for controlada”, explica a docente. Para evitar a obesidade, que é um problema comum em cães idosos, segundo a profissional, é essencial reduzir a ingestão calórica e garantir que o alimento seja nutricionalmente denso, mas com menos calorias.

No mercado, existem dietas especialmente formuladas para os cães idosos, conhecidas como dietas sênior (Foto: reprodução)

Além da redução calórica, a necessidade de proteínas de alta qualidade aumenta com a idade. “Cães idosos têm mais dificuldade em absorver proteínas e uma ingestão adequada é crucial para manter a massa muscular e prevenir a sarcopenia, que é a perda de massa muscular comum nessa fase da vida”, ressalta a veterinária.

Outro aspecto importante é o aumento da ingestão de fibras. “As fibras são essenciais para manter a saúde digestiva e ajudar no controle do peso, além de prevenir problemas como constipação, que pode ser mais comum em cães idosos”, comenta. Ela também destaca a importância de gorduras e ácidos graxos, como ômega-3 e ômega-6, que são cruciais para a saúde das articulações e da pele. “Esses ácidos graxos têm propriedades anti-inflamatórias e podem ser particularmente benéficos para cães com artrite”, acrescenta.

Nutrientes essenciais na velhice

Além das proteínas e fibras, alguns nutrientes específicos são particularmente importantes para a saúde dos cães idosos, conforme explicado por Mariana: “Vitaminas como E e C, além do betacaroteno, desempenham um papel vital no combate aos radicais livres e ao estresse oxidativo, que se tornam mais prevalentes à medida que o cão envelhece. Estes antioxidantes ajudam a proteger as células contra danos, apoiando a saúde geral e retardando o envelhecimento celular”.

A suplementação com glucosamina e condroitina também pode ser benéfica, de acordo com a veterinária, especialmente para cães com problemas de mobilidade. “Esses nutrientes ajudam a manter as articulações saudáveis, o que é vital para cães idosos que podem sofrer de artrite ou rigidez articular”, afirma. Além disso, ela expõe que a L-carnitina, um nutriente que ajuda no metabolismo das gorduras, pode ser especialmente útil para cães idosos com predisposição a problemas cardíacos.

Dietas específicas para os idosos

Para atender às necessidades nutricionais específicas dos cães mais velhos, existem dietas especialmente formuladas, conhecidas como dietas sênior. “Essas dietas são projetadas para ajudar a gerenciar os desafios de saúde associados ao envelhecimento, como a obesidade, a perda de massa muscular, e os problemas articulares”, comenta a docente da Anhanguera Taquaral. Segundo ela, essas dietas, normalmente, contêm menos calorias e gorduras, mas são ricas em fibras e proteínas de alta qualidade, além de ingredientes que ajudam a manter a saúde das articulações, ossos, pele e pelagem.

A alimentação adequada pode ser uma ferramenta poderosa para ajudar a manejar condições de saúde comuns em cães idosos, como artrite, insuficiência renal e problemas cardíacos. “No caso da artrite, os ácidos graxos ômega-3, especialmente derivados de óleo de peixe, ajudam a reduzir a inflamação nas articulações e melhorar a mobilidade”, explica a veterinária. Já para a insuficiência renal, Mariana recomenda uma dieta com proteínas de alta qualidade e baixo teor de fósforo, que pode ajudar a diminuir a carga sobre os rins e retardar a progressão da doença.

Para cães com problemas cardíacos, ela sugere dietas com baixo teor de sódio para prevenir a retenção de líquidos e o aumento da pressão arterial, além de suplementos de taurina e L-carnitina, que são importantes para a função cardíaca. “Esses aminoácidos podem ser suplementados em casos de insuficiência cardíaca para ajudar a manter o coração funcionando de forma mais eficiente”, adiciona.

A alimentação caseira é uma opção que pode oferecer benefícios significativos, mas deve ser feita com cautela (Foto: reprodução)

Nutrientes inadequados e suplementação

Embora a suplementação possa ser benéfica, é importante evitar o excesso de certos nutrientes, que podem ser prejudiciais. “O sódio e o fósforo em excesso, por exemplo, podem agravar problemas renais e cardíacos, respectivamente. Além disso, proteínas de baixa qualidade e gorduras saturadas em excesso devem ser evitadas para prevenir problemas de saúde”, alerta a veterinária.

Para garantir uma suplementação segura e eficaz, Mariana recomenda sempre consultar um veterinário antes de introduzir qualquer suplemento na dieta de um cão idoso. “Suplementos como ômega-3 e 6, glucosamina, condroitina e selênio podem ser extremamente benéficos, mas precisam ser administrados na dose correta e sob orientação profissional”, enfatiza.

E quando o assunto for alimentação caseira para os cães idosos, Mariana afirma que é uma opção que pode oferecer benefícios significativos, mas deve ser feita com cautela. “Qualquer dieta caseira precisa ser balanceada e calculada sob orientação de um veterinário nutrólogo para garantir que o cão receba todos os nutrientes essenciais. Até mesmo os petiscos devem ser controlados para não extrapolar a quantidade de calorias permitidas”, destaca.

Palatabilidade sem obesidade

Uma preocupação comum entre os tutores de cães idosos é a perda de apetite. “As rações para cães idosos já são formuladas pensando na palatabilidade, com sabor, cheiro e formato adaptados para favorecer a aceitação. Além disso, aquecer ligeiramente o alimento pode ajudar a torná-lo mais atrativo”, sugere a profissional.

Para evitar a obesidade, ela recomenda práticas como dividir a dieta em várias refeições ao longo do dia e incorporar exercícios leves na rotina do cão. “Consultas periódicas com o veterinário são essenciais para monitorar a saúde do cão e ajustar a dieta conforme necessário”, frisa.

A alimentação adequada é fundamental para garantir que os cães envelheçam com saúde e qualidade de vida. Ajustar a dieta para atender às necessidades nutricionais específicas dos cães idosos, incorporar suplementos de forma consciente e manter um monitoramento regular da saúde são práticas que fazem toda a diferença na longevidade e bem-estar dos nossos companheiros de quatro patas. “Cuidar da alimentação do seu cão idoso é uma forma de assegurar que ele envelheça com dignidade, conforto e muita saúde”, finaliza.

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