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JUNTO AOS SELVAGENS: VETERINÁRIA SOMA 10 ANOS DE TRABALHO NO ZOO

Por Equipe Cães&Gatos
Por Equipe Cães&Gatos

Cláudia Guimarães, da redação

claudia@ciasullieditores.com.br

Da clínica de cães e gatos e atendimentos a pets exóticos à ingressão na Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Este foi o trajeto da médica-veterinária Claudia Rossi Ontivero, mais uma de nossas personagens principais neste Dia Internacional da Mulher.

A primeira diferença entre estes trabalho, segundo ela, obviamente, está relacionada às espécies diferentes dos animais de um zoo e de uma clínica, além da quantidade destes animais. “Para o trabalho no zoo, é preciso saber de anatomia, fisiologia, biologia, comportamento, medicina, diagnóstico e tratamento de mamíferos, aves, répteis, anfíbios e invertebrados. Além disso, os atendimentos podem ocorrer tanto no hospital veterinário, como nos recintos, devido ao tamanho (como uma girafa ou elefante) ou periculosidade e posso ter um contato diário com os animais em tratamento”, conta. Outra dissemelhança se dá por conta da periculosidade ou dificuldade de aproximação, ou seja, quando muitos animais necessitam ser anestesiados para serem atendidos e tratados.  

A veterinária, que desde a faculdade já tinha vontade de trabalhar com selvagens em zoológico ou em vida livre, revela que, na Divisão de Veterinária em que atua, a maior parte do trabalho é executada por mulheres, sendo três veterinárias, duas residentes, uma enfermeira, secretária, auxiliares e estagiárias. “O zoo possui como colaboradoras, ainda, aproximadamente, 14 biólogas e muitas outras encarregadas, tratadoras e auxiliares.

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“Somos capazes tanto intelectual, quanto fisicamentepara as funções desempenhadas com selvagens”,afirma Claudia Ontivero (Foto: divulgação)

Rotina e tarefas. Claudia realiza atendimentos clínicos, cirurgias, emergências, anestesia, diagnóstico por imagem (radiologia, ultrassonografia e endoscopia), medicina preventiva e necropsia de todos os bichos do zoo, do sapo ao elefante.  “Além disso, tenho especialização e realizo os procedimentos de odontologia veterinária nos animais”, diz.

Ela menciona que o trabalho não possui uma rotina estabelecida, já que cada dia é diferente do outro, o que é uma das coisas que mais gosta. “Trabalho com todas as espécies de animais e os atendimentos são divididos entre os veterinários e residentes, dependendo da necessidade ou da complexidade de cada caso. Neste momento, estou responsável por alguns casos, como com alguns chimpanzés, orangotango, cascavel, hipopótamos, tigres, ararajubas, entre outros. Normalmente, pela manhã, são realizados os procedimentos que necessitam de sedação/anestesia ou que precisam de um manejo mais elaborado junto aos setores responsáveis pelos animais”, descreve.

Além disso, a profissional realiza reavaliações, coletas de materiais para exames, preenchimento de fichas de atendimento e laudos. “’Aprendizado constante’ é o que define minha atuação na Fundação. Todos os dias é preciso estudar e pesquisar, pois não há livros ou manuais que explicam todas as doenças ou problemas que as espécies selvagens podem apresentar. O aprendizado deve ser diário e contínuo”, avalia.

Elas são capazes. Diante de sua experiência e das outras profissionais que acercam nas atividades, Claudia garante que o trabalho com animais selvagens pode ser realizado, sim, por mulheres. “Somos capazes tanto intelectual, quanto fisicamente para as funções.  Caso haja necessidade de realizar trabalhos que demandem uma habilidade física mais intensa, podemos utilizar equipamentos ou, ainda, trabalhar em equipe. Além disso, somos sensíveis para perceber as poucas mudanças nos animais, o que é uma vantagem já que os selvagens, normalmente, escondem os sintomas de doenças e nossa habilidade de realizar várias tarefas ao mesmo tempo ajuda neste trabalho tão diversificado”, argumenta.

Claudia se sente gratificada ao ver que seu trabalho melhora não só a saúde ou minimiza a dor de algum animal, mas que também contribui para seu bem-estar e para que ele possa demonstrar seus comportamentos normais e mais próximos de sua natureza selvagem. “Meu recado a todas as médicas-veterinárias é que é possível trabalhar com o animais e se dedicar, ao mesmo tempo, à família, filhos e lazer ou qualquer outro interesse fora da profissão. Desejo que todas possam trabalhar com o que gostam, em um ambiente que as respeite e que as permitam desenvolver todo seu potencial”, remata.

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