Cláudia Guimarães, da redação
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Eles possuem emoções, sentimentos e querem sempre estar perto de seus tutores. Os animais de companhia, após muitos estudos, já são considerados seres sencientes e enxergam em seu proprietário algo especial, o veem como um ser de sua família e, mais que isso, como um líder.
Todo esse carinho é reconhecido pelas pessoas que fazem o número de pets chegar a mais de 130 milhões no mundo inteiro, entre cães, gatos, aves, peixes e alguns tipos mais exóticos. Um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, Rio de Janeiro/RJ), em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet, São Paulo/SP), mostrou que o Brasil tem a segunda maior população de pets do mundo, com 22,1 milhões de felinos e 52,2 milhões de cachorros.
De acordo com o jornalista e especialista em senciência e direito dos animais, Gilberto Pinheiro, o sentimento do animal se aprofunda à medida em que o tempo passa e as afinidades se manifestam. “Os pets sabem quando estamos felizes ou infelizes, em virtude dessa convivência de ternura”, afirma.
Incentivo às atividades. A presença dos animais de estimação também se apresenta como um fator especial no rendimento dentro das profissões. Uma pesquisa, realizada em 2017, pelo Hospital Veterinário Banfield (EUA), parte da Mars Petcare, explorou as percepções de mil funcionários e 200 líderes de Recursos Humanos, de diferentes indústrias norte-americanas, de pequeno a grande porte, diante de um ambiente de trabalho pet friendly. O resultado mostrou que sete em cada 10 entrevistados consideraram o impacto da presença dos pets no trabalho extremamente positivo.
Companhia do pet no local de trabalho proporciona efeitopsicológico positivo aos profissionais (Foto: reprodução)
Os cinco maiores benefícios da implementação de uma política pet friendly no ambiente de trabalho são, de acordo com o levantamento: motivação dos funcionários (93%), redução de estresse (93%), equilíbrio entre vida pessoal e profissional (91%), maior dedicação/lealdade à empresa (91%) e redução do sentimento de “culpa” em deixar seus pets em casa (91%).
Além disso, a pesquisa demonstrou que os colaboradores da geração millennial (18 a 35 anos) defendem muito as iniciativas corporativas que contemplem os animais, sendo que 43% desejam que suas empresas permitam a visita de pets, 60% preferem manter seu emprego em empresas que tenham políticas pet friendly definidas, 70% dizem que os pets impactam positivamente o ambiente de trabalho, 42% consideram importantes quaisquer iniciativas e programas relacionados a pets e 73% acreditam que permitir pets no trabalho traz benefícios para os colaboradores.
Portanto, segundo Pinheiro, o animal doméstico ficar próximo ao seu tutor em ambiente de trabalho, desde que não seja um local com muita agitação ou que lhe provoque estresse, é algo muito positivo. “O benefício, em síntese, é o bem-estar deles, o prazer de estar próximo ao seu tutor e a companhia que deve ser de todas as horas”, argumenta.
O profissional frisa as circunstâncias do ambiente, porque, se nós não nos sentimos bem em ambientes agitados, estressantes e com discussões constantes, os animais também respondem assim, ficando inquietos e podendo, inclusive, ficar descontrolados. “Agora, se houver calma e silêncio, será o melhor possível para eles. O pet tem atitudes semelhantes às de crianças quando muito amadas. Eles gostam de mimo, de carinho e de atenção”, compara.
O Brasil está aderindo! A prática de pet friendly ainda é pouco usual por aqui, porém, como aponta a psicóloga Clínica e proprietária da Clínica Psicologia Sorocaba (Sorocaba/SP), Kelly Pedroso, algumas startups e fabricantes de itens para animal apoiam a levada dos pets ao local de trabalho. “Poder levar nossos caninos ou bichanos para o escritório pode ser sensacional e o efeito psicológico, com certeza, é benéfico. A presença dele trará maior leveza e descontração, já que, normalmente, esses ambientes são carregados de estresse e pressão psicológica”, explana.
Para ela, desde que existam regras pré-estabelecidas, mal a presença dos animais não pode fazer. “Pode, sim, levar à dispersão, mas, se os funcionários forem informados sobre os benefícios e limites dessa prática, mal nenhum fará. A grande questão é a perda do rendimento, da produtividade, porém, estudos mostram que, na maioria das vezes, há melhora no bom desenvolvimento dos funcionários”, declara e adiciona que, no mundo contemporâneo, capitalista e superficial, os animais só nos fazem bem, em todos os locais.
Como um membro da família. Segundo a pesquisa da Abinpet, apesar da presença de cães ser superior a dos gatos, estima-se que, em 10 anos, o número de felinos ultrapasse a quantidade de cães domésticos no Brasil. Essa expectativa pode estar relacionada à verticalização dos grandes centros e à mudança no estilo de vida das pessoas, fazendo com que os brasileiros optem por um animal de estimação mais independente e de fácil adaptação aos ambientes menores.
Os profissionais da redação da C&G VF têm os corações divididos entre as espécies, porém, não abrem mão da companhia dos animais. Confira, em nossa galeria, fotos que retratam a cumplicidade e carinho mútuo.
A médica-veterinária e diretora Técnica e Comercial da Revista, Márcia Faccioli, tem uma dupla bastante inusitada em casa: duas raças de aparências completamente diferentes, que enchem a família de amor. “A pequena Peteca de um ano, não parece, mas tem pedigree. É uma fêmea de Jack Russel, com 7kg, levada, valente e ciumenta. Já a Morena, uma Fila Brasileiro de 6 anos, pesa quase tanto quanto eu, 50 kg, e tem um temperamento doce e carinhoso. O que têm em comum? A nítida predileção por um dos membros da família e a desconfiança com estranhos”, narra (Foto: C&G VF)
Na foto, o jornalista João Paulo Monteiro aparece com Nick Brown Santos, um Cocker Inglês, de 18 anos. Ele foi o “escolhido” entre os três cães e cinco gatos que convivem com sua família, todos resgatados, com exceção de Nick. “O cão acompanhou a família em diversos momentos. Companheiro, nunca foi muito brincalhão, mas está sempre por perto. Sempre adorou passear e explorar novos lugares”, conta e ainda revela que o nome do animal é inspirado em um político britânico, seu xará (Foto: C&G VF)
A jornalista Cláudia Guimarães também teve que descobrir qual, entre os 8 gatos e três cães que tem em casa, ficaria mais fotogênico. Ela conta que a Luna, de 4 anos, possui uma bipolaridade gigante: “Ora quer carinho, brinca com as outras gatas, ora não gosta nem que olhe para ela”. O animal foi doado por uma vizinha que, quando a viu, achou que era sua gata que havia fugido há alguns dias. “Depois de uma semana, a gata dela voltou e aí ela percebeu a troca. Eu, que não posso ver um gato sem dono, já a adotei sem pensar duas vezes”, expõe (Foto: C&G VF)
“Mel, 9 anos, vira latíssima”, é assim que a jornalista Natália Ponse apresenta uma de suas companheiras de quatro patas. “Ganhei no meu aniversário de 16 anos, de uma amiga dos meus pais. Ela tem personalidade forte, só aceita carinho quando quer e é a cachorra mais inteligente que eu já vi na vida. Abre portas, pega coisas em lugares altos, mas, por outro lado, morre de medo de secador de cabelo”, descreve (Foto: C&G VF)
A coordenadora de Publicidade, Tatiane Amor, também apresenta sua Shakira, de 12 anos: “É uma boa menina, muito carinhosa, ‘cãopanheira’, engraçada e morta de fome, como todo bom e velho vira-lata”, brinca (Foto: C&G VF)
Perto de completar seis meses, o gato Bento ilustra a foto com a editora chefe da C&G VF, Sthefany Lara. “Ele é um SRD, mas com o coração de um lord. Adotei esse lindo menino, que tem como particularidade gostar de dormir de patinhas dadas comigo. Ele é perfeito”, declara (Foto: C&G VF)
Big Joy, uma mistura de labrador com vira-lata foi adotado após a responsável pelo Planejamento, controle e operações da empresa, Monique Leite, ver uma publicação no Facebook. “Se você bater palmas, ele se apoia nas patas de trás, fica em pé e imita as palmas com as patinhas da frente”, relata (Foto: C&G VF)