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Inovação e Mercado

APÓS 45 ANOS FAZENDO HISTÓRIA, CASAL LARSSON SE DESPEDE DA VIDA ACADÊMICA

Por Equipe Cães&Gatos
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Cláudia Guimarães, da redação

claudia@ciasullieditores.com.br

Com amor à profissão e companheirismo de sobra entre eles, o casal Larsson, formado por Maria Helena Matiko Akao Larsson e Carlos Eduardo Larsson, viveu e se empenhou por 45 anos na docência de cursos de Medicina Veterinária em universidades públicas. Após tanta dedicação, agora, marido e mulher tomam uma difícil, porém respeitosa, decisão: a aposentadoria.

Larsson conta que a decisão, apoiada por seus alunos, foi tomada após muita reflexão e decidida em consenso. “Não foi fácil, mas há momentos certos e precisos, acreditamos que nossa missão na denominada ‘academia’, relativa ao: ensino, orientação, pesquisas, publicação, participação em conclaves, prestação de serviços à comunidade, nos serviços especializados do Hovet e, ainda, na administração e em órgãos colegiados da universidade, completou-se com dedicação intensa, sem preterir de conduta ética”, atesta. Maria Helena completa afirmando que o casal se retira com a certeza de ter bem cumprido suas aspirações.

Para o Prof. Titular do Departamento de Clínica Médica (VCM), da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP, São Paulo/SP), Larsson, é muito difícil apontar momentos e acontecimentos memoráveis sem se referir a ocasiões familiares, como a formação de filhos: Mariana Larsson se tornou jornalista e o primogênito seguiu a mesma carreira paterna e materna. “Motivo de muito orgulho nosso”, comenta.

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Casal Larsson afirma que não é fácil oafastamento, mesmo que de livre eespontânea vontade (Foto: C&G VF)

Na carreira, o profissional ressalta a obtenção dos títulos e funções acadêmicas (mestrado, doutorado, livre docência, adjunto e professor titular em patologia médica). Também se lembra das posições assumidas dentro do associativismo, na presidência da SPMV, SBMV, Anclivepa-SP e na SBDV. “Também gosto de citar a fundação da Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária (2000), momento de concretização de um sonho meu e de Cid Figueiredo, docente da Unesp de Botucatu (SP), e considerado o pioneiro da dermatologia veterinária no Brasil”, insere. A SBDV, segundo ele, foi a primeira das entidades voltadas especificamente a dermatologia veterinária da América Latina. Larsson também destaca a criação do primeiro serviço voltado à dermatologia veterinária em hospitais veterinários-escola na América Latina e a coautoria de um primeiro livro voltado à especialidade no Brasil, em 2015. “Afora organizar e coordenar o primeiro Congresso Brasileiro de Dermatologia Veterinária, há dois anos”, cita.

Os títulos acadêmicos também são mencionados por Maria Helena como grandes destaques de sua trajetória profissional. “A educação dos filhos, concomitantemente com o progredir da carreira acadêmica, também foi importante, bem como os pós-doutorados em países de costumes diferentes aos nossos foram os acontecimentos que mais me marcaram”, declara.

Como não poderia ser diferente, Larsson garante que foi exposto a inúmeros desafios durante sua história na dermatologia veterinária e no setor em geral e agradece a Deus por ter vencido cada um deles. “Refletindo muito, talvez, os dois maiores com quais me deparei foram nas lides associativistas, que sempre me desafiaram desde que as abracei, em meados dos anos 1970”, lembra. O primeiro deles foi a reconstrução da Anclivepa-SP que o profissional assumiu, com o auxilio de abnegados e sonhadores colegas, a presidência em 1991, tirando a associação da inatividade a qual passava.

Questionada sobre a falta que a atuação no mercado pode causar no casal, Maria Helena diz que, como ambos pediram à FMVZ e à Reitoria da USP a continuidade de suas atuações como professores seniores sem remuneração, por dois anos, consideram mais conveniente crer que o desligamento pleno será minimizado. “Dessa maneira, podemos atuar, sem encargos de gestão e administração, na tríade ‘ensino – pesquisa – extensão de serviços à comunidade’, colaborando nestes momentos difíceis da universidade sem perspectivas de reposição de docentes”.

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Os Larsson garantem que sonharam econcretizaram tudo o que almejaram dentroda profissão (Foto: C&G VF)

O casal revela que, ao informar os colegas de profissão sobre sua decisão, muitos duvidaram se conseguiriam uma pressuposta ociosidade plena. “E nós também. Após quase meio século de dedicação à difícil carreira docente, não é fácil o afastamento mesmo que de livre e espontânea vontade. A falta de convívio diário com nossos clientes, pacientes e com o alunado será bastante sentida”, presume Maria Helena. Apesar disso, o casal acredita que este é o momento da mudança em suas vidas e, seguramente, asseguram que realizaram todo o pretendido. “Sonhamos e concretizamos os sonhos sonhados. Somos imensamente gratos a todos que colaboraram para tal intento. Não vivemos para fazer um pouco de história na profissão e se algo ocorreu foi simplesmente viver a par com esta bendita veterinária”, destaca Larsson.

Após a aposentadoria, ele quer se dedicar um pouco mais à família e à escrita de livros, além de realçar sua presença no associativismo. Para ela, o intuito daqui pra frente é escrever um livro de Cardiologia Veterinária, já iniciado, além de intensificar sua dedicação à família, em especial aos netos. “Como planos, tentaremos manter a conexão mental e a saúde, acompanhando a trajetória de filhos, netos, familiares, colegas e ex-orientados, tentando, ainda, colaborar, no tempo que nos resta, um pouco mais pela profissão que tudo nos propiciou”, promete Larsson.

O profissional afirma que, caso fosse possível viajar em uma máquina do tempo, apenas deslumbraria todo seu feito, sem nenhuma alteração. “Nada faria de diferente. Vivi e dediquei-me por algo que acreditava e sonhara. Não me arrependo de nada e, tampouco, me vanglorio. Fiz o que deveria, no mínimo, ter realizado e recebi a recompensa justa por fazer”. Maria Helena também garante que, se fosse preciso, faria absolutamente tudo igual, novamente.

Os Larsson fazem questão de agradecer a algumas pessoas essenciais para suas profissões. Ele menciona Eduardo Harry Birgel, Oswaldo Soldado, Dino Pattoli, Gil Paim, Carlos Santa Rosa, Lluiz Ferrer e a todos os colegas e amigos do VCM. Ela cita Profs. Drs. Ruy Laurenti, Fernando Varella de Carvalho, Adayr Mafuz Saliba (in memorian), a todos colegas de departamento, em especial  à Mitika K. Hagiwara, aos orientados e, logicamente, aos familiares, sem olvidar dos que a receberam nos pós-douturados, Mineo Hayasaki e John David Bonagura.

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