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Ações durante pandemia mostram a importância da Saúde Única

Ações durante pandemia mostram a importância da Saúde Única Profissional explica o conceito e sua aplicabilidade e destaca as funções de veterinários
Por Equipe Cães&Gatos
Por Equipe Cães&Gatos

Profissional explica o conceito e sua aplicabilidade e destaca as funções de veterinários

Cláudia Guimarães, em casa

claudia@ciasullieditores.com.br

Há muitos séculos, já se falava na interação entre saúde humana e animal. Com o passar do tempo, vários estudos mostraram a importância dessa interatividade, também, com o meio ambiente. Foi assim que, em 2011, entidades ligadas à saúde reconheceram existir uma integração muito estreita entre o meio ambiente, as doenças animais e a saúde humana. Então, foi criado o termo One Health, traduzido para Saúde Única.

O conceito com propostas de planejamento de políticas públicas para os municípios, Estados e países, visando melhorar a saúde global, poucas vezes pôde ser aplicado na prática. Mas, historicamente, estamos vivendo um desses momentos: a pandemia do novo coronavírus. De acordo com o veterinário clínico de pets e tesoureiro do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Wanderson Alves Ferreira, aproximadamente 60% das doenças humanas são zoonoses, ou seja, transmitidas dos animais para o homem, além daquelas de origens  ambientais, que são grandes desafios a serem enfrentados pelo ser humano no mundo. “Daí a importância de cuidar bem dos animais e do meio ambiente para, também, termos boa saúde humana”, aponta.

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Em casa, as pessoas também podem contribuir parafortalecer a Saúde Única (Foto: reprodução)

Além de situações de pandemia global, que acabam tomando maior proporção em notícias e ações, Ferreira lembra que convivemos a todo o tempo com doenças, como leptospirose, brucelose, tuberculose, raiva, ou transmitidas por vetores como leishmaniose, dengue, doença de chagas, malária, além das arboviroses (febre amarela, etc.). “Sem contar as questões sanitárias advindas da contaminação da água e da poluição ambiental. Também temos as doenças parasitárias, como a cisticercose, que tantos problemas ainda causam nos brasileiros e em outros povos. Todas são doenças evitáveis, seja por meio de vacinas, de campanhas educativas ou de programas públicos adequados de saneamento básico”, comenta.

Veterinários em ação. Na visão de Ferreira, todas as profissões da saúde têm muito a contribuir neste momento atual, pois a Covid-19 atem muitas nuances que requer dezenas de ações. “A grade curricular do médico-veterinário contempla várias disciplinas que têm muita similaridade com a Medicina Humana e que o capacitam para tal, tais como: histologia, anatomia, fisiologia, farmacologia, doenças parasitárias e infecciosas, patologia, análises clínicas. Portanto, pode contribuir desde a triagem de pacientes, como, também, em laboratórios clínicos de diagnóstico, dentre outras ações que esta pandemia requer e que este profissional possa, facilmente, se adequar para contribuir”, reconhece.

Por outro lado, o profissional também admite que, realmente, existe o estigma que de médico-veterinário é doutor de bicho. “Na verdade, pouquíssimas profissões não têm o homem como beneficiário final de seu trabalho e a Medicina Veterinária não é diferente. Só para citar um exemplo, a inspeção de carne e leite, realizada pelo médico-veterinário em frigoríficos e laticínios, poupa o ser humano de adquirir uma série de zoonoses; bem como na conservação dos alimentos nos supermercados e distribuidoras de proteína animal, proporcionando alimento seguro. No meio ambiente, a atuação é muito ampla, com orientações na proteção e conservação dos recursos hídricos no meio rural, passando por atuação em políticas públicas de saneamento urbano, bem como na área pet”, salienta.

Portanto, na opinião do tesoureiro do CFMV, nenhum comentário mal intencionado deve interferir no cadastro de veterinários no Ministério da Saúde a fim de auxiliarem o trabalho no SUS. “Especialmente uma pandemia como da Covid-19, acredito que toda contribuição seja válida”, reforça.

E em casa, as pessoas também podem contribuir para fortalecer a Saúde Única? Ferreira garante que sim! “Cuidando da saúde dos animais (alimentação, vacinação, vermifugação, coletando e destinando as fezes adequadamente); não adquirir carne, leite e derivados de forma clandestina, sem inspeção veterinária; ter consciência sanitária, visando preservação ambiental. Essas são algumas das formas de ajudar”, enumera e arremata com um recado: “O meio ambiente nos proporciona a alimentação e a convivência com os animais. Preservá-lo é nosso dever”.