Por Camila Mello, adestradora da Cão Cidadão
Sempre no fim do ano intensificam-se as campanhas para que as pessoas não adquiram, nem utilizem, fogos de artifício nas comemorações. É exatamente nessa época em que os índices de acidentes com cães aumentam, podendo levar a fugas irreversíveis, e, em casos extremos, até ao óbito dos nossos amigos peludos.
Há cães que não toleram sons altos, agudos e abafados. A audição dos pets é bastante elevada como se usassem um amplificador nos ouvidos, onde o som toma outra proporção.
Ter medo de sons altos, entretanto, não é uma regra, há aqueles que tem maior tolerância. Isso pode estar relacionado a uma boa dessensibilização quando filhote, pela personalidade tranquila do animal e até pela ausência de qualquer trauma relacionado a esta questão.
Idealmente, deveríamos trabalhar este aspecto desde a fase de filhote, momento em que o pet está descobrindo o mundo, apresentar sons diversos, em diferentes situações, de forma lúdica e positiva, para que façam associações positivas com estes estímulos. Isto serve para que em eventos, como comemorações com fogos de artifício e exposição em ambientes barulhentos, o cão se sinta confortável.
Entretanto, há casos em que o cão não sabe lidar com situações como estas, sentindo medo excessivo, e então, cabe ao tutor trabalhar este aspecto para garantir o bem-estar do seu amigo, garantindo que nenhum acidente aconteça.
Caso o pet seja intolerante a sons altos, importante treiná-lo para que modifique sua reação ao ser exposto a esta situação. Uma associação positiva a ser feita nesses casos, de forma gradativa, é apresentá-lo ao som e ao mesmo tempo começar a brincar com coisas que o cão goste muito, ou seja, tornar a hora de ouvir este som, a hora da brincadeira mais legal.
Isso fará com que o pet se distraia e comece a abstrair o som que lhe causa medo, ficando assim mais relaxado. Na mesma linha de associação positiva e dessensibilização, executar comandos que o cão já saiba fazer como: “senta”, “deita”, “pata”, entre outros, enquanto ouve o som, também o ajudará a tirar o foco do barulho.
Haverá casos em que o animal não conseguirá efetivamente abstrair o som e se sentirá incomodado, nestes casos, sugere-se levar o pet a um local mais afastado e se possível fechado a fim de amenizar a altura e aí sim, colocar em prática as possibilidades descritas acima.
Importante destacar que em casos assim devemos ficar próximo ao pet e certificar-se de que não há no ambiente nenhum objeto ou local em que ele possa se machucar, caso queira, pelo medo, fugir ou se esconder.
Conte sempre com a ajuda de um profissional para conduzir os treinos juntamente com você, para juntos, garantirem o bem-estar e segurança do cão.