As indústrias que produzem alimentos e outros itens voltados para animais de estimação devem concluir o ano de 2022 com faturamento projetado em R$ 41,5 bilhões. Apesar da alta de praticamente 16% em relação ao ano passado, o momento é reflexo da alta dos preços. Desse total, o segmento de pet food deve chegar aos R$ 33 bilhões, de pet vet, R$ 5,8 bilhões e pet care, R$ 2,7 bilhões.
“Os números apontam que a indústria de pet food representa 80% do faturamento do setor. Pet vet, atualmente, é cerca de 14%, e pet care 6%. Essas porcentagens são praticamente as mesmas em relação aos números de 2021, o que demonstra que não existiu grandes alterações na cadeia de produção e demanda”, conta o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), José Edson Galvão de França. Em relação ao crescimento de cada segmento industrial, o crescimento apontado para o pet food, é de 17%, pet care 16% e pet vet 11%.
Entre 2020 e 2021, as matérias-primas de origem animal, passaram por um aumento que superou os 50% no valor, como no caso da farinha de carne, 45% na farinha de vísceras e 70% no óleo de frango. Mas para se ter uma base de comparação, o arroz, por exemplo, um dos ingredientes do pet food mais usado, subiu mais de 100% nos últimos cinco anos. O milho mais de 200%, e a soja, mais de 130%. Todos eles influenciados tanto pelo câmbio do dólar, quanto pela demanda internacional.
“Para não onerar tanto o consumidor, as indústrias têm diminuído suas margens de lucro. Essa estratégia evita que o preço aumente tanto quanto o custo de produção tem aumentado, e permite que as famílias continuem oferecendo o pet food para seus animais. Mas sabemos que, a médio prazo, a conta não fecha. Uma alternativa seria a redução da carga tributária para o setor, ainda muito alta”.
De acordo com França, a cada R$ 1 pago pelo consumidor, praticamente R$ 0,50 são impostos. É uma das cargas tributárias mais altas do mundo, e muito mais elevada do que outros países no top 10 mundial, ainda que o setor tenha sido declarado essencial durante o período mais duro da pandemia, entre 2020 e 2021. Dessa forma, além de não passar por desabastecimento nas indústrias, os produtos também estiveram à disposição da população do Brasil todo, no varejo convencional (mercados e supermercados) e no varejo especializado (pet shops).
Mercado internacional
No mundo todo, o mercado pet cresceu 5,4% em faturamento em 2021, quando comparado com o ano de 2020. Dessa forma, o faturamento do setor globalmente é de US $ 139,2 bilhões.
De acordo com as estimativas da Abinpet, com base nos dados mundiais informados pela Euromonitor International, o Brasil, até o final de 2022, deve chegar ao top 3 do mercado mundial em faturamento. Atualmente, ao lado do Japão, o País é o quarto faturamento mundial com 4,5% da fatia. Logo à frente está o Reino Unido e Alemanha (4,6%), China (9%) e Estados Unidos (44,8%).
População pet no mundo
Esse mercado fornece produtos para pets que somam, em todo o mundo, 1,7 bilhões de animais de estimação. Peixes são os mais numerosos, com mais de 641 milhões de animais, número estável entre 2020 e 2021. Na sequência estão os cães, mais de 455 milhões. Tanto peixes quanto cães apresentaram crescimento de menos de 1%.
Já em relação aos gatos, o crescimento foi expressivo: alta de 3,1% de acordo com a Euromonitor entre 2020 e 2021, fechando o último ano com uma população mundial de 355 milhões de animais. É a população que mais cresce nos últimos cinco anos.
O número de aves ornamentais é de 170 milhões de animais, o que configura queda de 4,1% em relação a 2020, quando o número foi de 178 milhões. A população de pequenos mamíferos e répteis se mantém estável em 62 milhões.
Exportações
Durante os primeiros seis meses de 2022 a balança comercial foi positiva. O valor total exportado no período superou o mesmo período de 2021 em 20%, chegando aos US $ 209 milhões. Em relação ao volume, registra-se uma alta tímida, de 1,7%. Pet food representa 95% do valor exportado, seguido dos produtos de pet care e animais vivos (2%) e pet vet (1%).
Importações
As importações de pet food são oriundas principalmente da Áustria, Hungria e EUA. Os três países representam 67% do todo o valor das importações, porém, vale destacar que o valor importado é irrisório quando comparado ao valor do faturamento. As importações ocorrem por trocas intercompany, isso porque as multinacionais também produzem no Brasil e o pouco que trazem para o nosso mercado está concentrado em produtos ainda não nacionalizados.
De 2020 para 2021, por exemplo, a alta das exportações foi de cerca de 60%, de US $ 9,3 milhões para US $ 14,7 milhões. No entanto, até o primeiro semestre de 2022, houve queda significativa: 49% a menos no volume trazido de fora, e 23% no valor, chegando, por enquanto, a US $ 6 milhões.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
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