A alimentação com dietas cruas é um fator de risco no desenvolvimento da resistência aos antibióticos em cães, concluiu uma revisão veterinária da literatura científica sobre o tema.
De acordo com os pesquisadores, esta prática, cada vez mais popular entre os tutores de cães e gatos, aumenta a exposição dos animais a bactérias resistentes, como as Enterobacterales, representando uma ameaça tanto para a saúde animal como para a saúde pública.
A análise concluiu que a dieta crua foi destacada em diversos estudos como fator-chave que contribui para o surgimento de bactérias resistentes em cães, apontando para a necessidade de educar os tutores sobre os riscos associados a esta dieta, a fim de reduzir a carga de bactérias resistentes e promover práticas alimentares mais seguras para os animais de companhia.
A resistência aos antibióticos, pensando nas bactérias, é uma preocupação mundial crescente, não apenas em humanos, mas também em animais. Os pesquisadores destacam ainda que, no caso dos cães, a identificação dos fatores de risco associados à presença de bactérias resistentes “é essencial para desenvolver medidas de controle eficazes”.
Entre os fatores de risco mais investigados nos estudos científicos, destaca-se o uso de antibióticos em 28 dos 40 estudos, seguido da implementação de uma dieta crua e internação hospitalar. A alimentação com dietas cruas foi identificada como um risco significativo em nove dos 14 estudos que a investigaram.
“Esta descoberta dá ênfase a importância de um uso responsável de antibióticos na Medicina Veterinária para reduzir a proliferação de bactérias resistentes”, salientam os cientistas.
E continuam: “esta revisão científica fornece informações valiosas para os veterinários, autoridades de saúde pública e comunidade científica, ressalvando a urgência de implementar maiores medidas de controlo no uso de antibióticos, assim como de educar os tutores sobre dietas adequadas para seus animais de companhia. Sem dúvida que a luta contra a resistência aos antibióticos requer esforços conjuntos entre médicos veterinários, tutores e autoridades de saúde”.
Fonte: Veterinária Atual, adaptado pela Equipe Cães e Gatos.
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