Contato físico com a mãe facilita futura socialização dos filhotes
O leite materno é fundamental para o desenvolvimento dos bebês com saúde e bem-estar. No caso dos filhotes de cães e gatos, não é diferente. A amamentação fortalece o sistema imunológico e contribui para com aspectos comportamentais da vida adulta dos pets.
Do ponto de vista da imunidade, as mamadas das primeiras horas após o parto são cruciais. Isso porque é o período em que é liberado o colostro, que antecede o leite. Por meio dele, os filhotes recebem a imunidade da mãe e estarão mais protegidos, mesmo após a fase de amamentação, do que aqueles que não receberam o colostro.
Conforme explica o médico-veterinário presidente da Comissão Técnica de Nutrição Animal (CTNA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), Yves Miceli de Carvalho, embora seja chamado de primeiro leite, trata-se de um conteúdo formado por imunoglobulinas. “É um complexo rico em anticorpos”, garante.
O leite é um alimento rico em gorduras, proteínas e minerais (como o cálcio), ou seja, de alta relevância nutricional. Integrante da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais (CTCPA) do Conselho, o médico-veterinário Otávio Verlengia argumenta que esta composição é perfeita para exigência calórica que o rápido crescimento dos filhotes demanda. “Em situações em que não houver o leite da mãe, é sempre indicado contar com as orientações de um médico-veterinário”, destaca.
Muito além de alimentar. Além de nutrir e fortalecer, a amamentação materna é importante para o comportamento dos mamíferos. É o que afirma a médica-veterinária presidente da Comissão Técnica de Bem-estar Animal do CRMV-SP, Cristiane Schilbach Pizzutto: “O contato físico, o calor, o cheiro e o movimento para sugar o leite são vínculos atrelados ao fechamento de um ciclo parental”, diz.
Outro tópico importante é a contribuição para que os filhotes sejam de mais fácil socialização e menos propensos a manifestar agressividade e ansiedade, por exemplo. “O resultado da amamentação também é decisivo para o comportamento na vida adulta, embora, todos os animais tenham que ser expostos a outras vivências para a socialização”, afirma Cristiane.
Desmame requer atenção. O período de amamentação varia de acordo com a espécie e a raça do animal. No caso de cães de grande porte, pode chegar a 60 dias. O desmame, no entanto, deve ser estimulado a partir de 21 dias, para que haja uma transição gradual da dieta líquida para a sólida. Vale lembrar que substituições bruscas podem ter um impacto negativo na saúde dos filhotes e das fêmeas.
De acordo com o presidente da CTNA/CRMV-SP, é importante que as cadelas recebam ração de qualidade para filhotes no final da gestão (ou já no início, no caso dos felinos) e durante a amamentação. Isso ajudará para melhor equilíbrio aos filhotes, quando forem desmamar e receber ração. “O desmame, no geral, acontece naturalmente”, diz Verlengia, referindo-se a um esperado distanciamento da mãe quando os dentes dos filhotes começam a despontar. “As mamadas ficam mais espaçadas e, paralelamente, eles começam a ir até o pote de ração”, adiciona.
Fonte: CRMV-SP, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.