A vida selvagem no Brasil enfrenta ameaças significativas, com o tráfico de animais e a destruição de seus habitats naturais colocando várias espécies em risco de extinção. O Brasil, por ser o país com a maior biodiversidade do planeta, tornou-se alvo de criminosos que exploram sua riqueza natural em busca de lucro. De acordo com a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), cerca de 38 milhões de animais são retirados ilegalmente da natureza todos os anos, um número alarmante que representa quase o dobro da população de Minas Gerais.
Além disso, a perda de habitat devido à urbanização e à poluição é uma das principais causas da diminuição das populações de várias espécies. O zootecnista Fernando Petroni destaca a importância de entender que “proteger a biodiversidade é garantir o equilíbrio dos ecossistemas e as condições necessárias para a continuidade da vida na Terra”, alertando que a degradação ambiental afeta diretamente a qualidade de vida humana. O tráfico de animais, por sua vez, além de ser uma prática cruel, compromete toda a cadeia alimentar e o equilíbrio dos ecossistemas.
O trabalho de médicos-veterinários e zootecnistas tem se mostrado essencial na preservação das espécies ameaçadas. O médico-veterinário André Grespan, especializado no atendimento a animais silvestres, lembra que, “preservar a vida selvagem não significa apenas proteger espécies carismáticas como onças e araras, mas garantir o equilíbrio natural que assegura ar puro, água potável e um planeta habitável para as futuras gerações”. Esses profissionais atuam tanto no atendimento emergencial quanto na reabilitação de animais resgatados de situações de risco.

Nos Centros de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), os animais resgatados ou apreendidos passam por um processo de reabilitação antes de serem devolvidos à natureza. Em 2024, o Cetras-SP recebeu mais de 8 mil animais, sendo que 60% deles foram vítimas do tráfico ilegal. A reabilitação é um processo demorado, que pode variar de semanas a anos, dependendo das condições do animal, e tem como objetivo restabelecer sua saúde para garantir seu retorno ao habitat natural.
Projetos como o Projeto Tamar, criado na década de 1980 para proteger as tartarugas marinhas, representam um modelo de sucesso na preservação da vida selvagem no Brasil. Com unidades de pesquisa espalhadas por todo o litoral, o projeto realiza um trabalho contínuo de reabilitação e monitoramento das espécies, além de promover a educação ambiental. “As tartarugas desempenham um papel fundamental na cadeia ecológica, ajudando a manter o equilíbrio da fauna marinha e promovendo a saúde dos ecossistemas costeiros”, explica Gabriela Dutra, médica-veterinária do projeto. A preservação dessas espécies não apenas protege o meio ambiente, mas também assegura um futuro sustentável para o planeta.
Fonte: CRMV-SP, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
FAQ
1. O que são as principais ameaças à vida selvagem no Brasil? As principais ameaças à vida selvagem no Brasil incluem o tráfico de animais silvestres e a destruição dos habitats naturais devido à urbanização e poluição. O tráfico ilegal retira milhões de animais da natureza todos os anos, enquanto a perda de habitat prejudica o equilíbrio ecológico e ameaça diversas espécies.
2. Como os médicos-veterinários e zootecnistas ajudam na preservação da vida selvagem? Médicos-veterinários e zootecnistas desempenham um papel crucial no atendimento emergencial a animais silvestres e no processo de reabilitação. Eles ajudam a restabelecer a saúde dos animais resgatados e garantem que sejam devolvidos aos seus habitats naturais de forma segura, além de atuar na preservação e manejo de espécies ameaçadas de extinção.
3. O que é o Projeto Tamar e como ele contribui para a preservação da vida selvagem? O Projeto Tamar, criado na década de 1980, é um exemplo de sucesso na proteção das tartarugas marinhas no Brasil. Ele realiza a reabilitação de tartarugas, realiza pesquisas de campo e promove a educação ambiental. O projeto tem um impacto direto na preservação das espécies e no equilíbrio dos ecossistemas marinhos, ajudando a garantir um futuro sustentável para o planeta.
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