A modalidade de educação a distância para o curso de medicina veterinária gera diversos debates. Frente a essa temática, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) salienta sua discordância com a prática e pontua a importância dos treinamentos presenciais.
Além das aulas teóricas, a prática das atividades presenciais dentro do curso são essenciais para o entendimento das técnicas, manejo e, até mesmo, o desenvolvimento de habilidades do trato com os tutores.
Os profissionais ligados à educação também relatam as vantagens do ensino presencial. De acordo com o presidente da Comissão Nacional de Educação em Medicina Veterinária (Cnemv) do CFMV, Rafael Gianella Mondadori, professor da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel/RS), estudos científicos comprovam que a aprendizagem ativa é mais proveitosa.
“Para retenção do conhecimento, o aprender fazendo é bem mais eficaz do que uma leitura, um audiovisual ou até mesmo uma demonstração”, afirma Mondadori.
Por isso, a resolução do CFMV demanda que hospitais, clínicas veterinárias e fazendas de ensino sejam laboratórios didáticos especializados, integrados ao projeto pedagógico do curso, visando assegurar a formação teórico-prática do médico-veterinário, inclusive para pesquisa e extensão.
Os hospitais e clínicas de ensino devem prover atividades sobresponsabilidade técnica e supervisão permanentede um docente médico-veterinário (Foto: reprodução)
Ambiente. Para que a técnica seja desenvolvida também é necessário que o estudante tenha contato com estruturas que colaborem com esse processo, como hospitais, clínicas veterinárias e fazendas de ensino.
Além disso, o CFMV também ressalta a importância de se ter professores qualificados, instalações adequadas e equipamentos suficientes para ensinar sobre clínica, cirurgia, reprodução animal, patologia, diagnóstico por imagem e laboratório clínico, bem como sobre produção animal nas diferentes espécies de interesse.
“A reeducação frente aos casos práticos só acontece quando o estudante vivencia o dia a dia dos serviços”, comenta o presidente da comissão.
Determinações. A resolução estabelece um referencial mínimo de atendimentos para cada 80 vagas anuais autorizadas para estudantes. O documento determina que os hospitais e/ou clínicas próprios dos cursos atendam, anualmente, no mínimo 750 casos de clínica de pequenos animais; 180 casos de clínica cirúrgica de pequenos animais; 150 casos de clínica médica e cirúrgica de grandes animais; 80 casos de clínica médica e cirúrgica de animais selvagens e de companhia não convencionais; 330 procedimentos anestésicos inalatórios ou intravenosos; 2.300 exames de laboratório clínico; 400 exames de diagnóstico por imagem; 150 casos de patologia (necropsia); e 120 casos de biotécnicas e clínica da reprodução animal.
Fonte: CFMV, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.