O ecocardiograma é a modalidade de exame de imagem mais empregada dentro da Cardiologia, seja Humana ou Veterinária. Segundo o médico-veterinário, que trabalha exclusivamente com Cardiologia, Vinícius Dayoub Gonçalves, trata-se de um tipo de ultrassonografia cardíaca, em que o intuito é avaliar o coração de forma a associar uma avaliação qualitativa quanto às suas alterações estruturais e morfológicas com uma avaliação quantitativa quanto às suas funções hemodinâmicas.
“O ecocardiograma transtorácico, como o próprio nome infere, é o exame realizado, majoritariamente, com o paciente acordado com o uso da sonda/probe ecocardiográfica através do tórax do paciente, possibilitando a visualização do coração”, informa.
O uso desse exame na emergência pode ser importante, como explica Gonçalves. “Digamos que um paciente chega ao consultório com uma dispneia expiratória. Ao exame físico, você auscultou um sopro sistólico de alta intensidade (IV/VI para cima) em hemitórax esquerdo e crepitação difusa, e o paciente está muito instável para realizar um RX de tórax (geralmente, está). O ecocardiograma, nessa ocasião, com algum profissional treinado à disposição, pode ajudar e muito na diferenciação de uma possível pneumonia de edema pulmonar cardiogênico, pois trará informações a respeito do motivo do sopro auscultado (degeneração mixomatosa da valva mitral com insuficiência de grau importante, por exemplo), remodelamento de câmaras cardíacas (esquerdas, nesse caso hipotético) e quanto às pressões de enchimento no ventrículo esquerdo (que dizem respeito à probabilidade de edema pulmonar cardiogênico devido às pressões venosas dentro do átrio esquerdo), além de avaliar dilatação de veias pulmonares e presença das já citadas ‘linhas ou bandas B’ em campos pulmonares caudodorsais (característico de edema pulmonar cardiogênico)”, exemplifica.
Além da emergência, a avaliação ecocardiográfica auxilia no manejo dos animais, que padecem frequentemente de doenças cardíacas, segundo Gonçalves. “O ecocardiograma é um exame auxiliar que traz enormes e enriquecedoras informações para o profissional que está na linha de frente do atendimento. Em um paciente dispneico, por exemplo, pode ser responsável por uma tomada de decisão rápida que muda drasticamente o prognóstico do paciente, pois direciona o diagnóstico corretamente bem no início da abordagem. Em pacientes com tamponamento cardíaco na sala de emergência, além de nos trazer respostas quanto ao motivo da efusão pericárdica (grande maioria das vezes secundária à neoplasia, em cães), nos auxilia sobremaneira guiando a periocardiocentese e evidenciando a ausência dos sinais ecocardiográficos sugestivos de tamponamento cardíaco”, diz.
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Fonte: Redação Cães&Gatos VET FOOD.