É muito comum que os tutores que possuem mais de um pet em casa, especialmente de diferentes espécies, se vejam em dúvidas se a interação entre os animais é apenas uma brincadeira ou, realmente, uma briga.
Esse questionamento é ainda mais recorrente durante os momentos de convivência entre cães e gatos, já que há anos existe a lenda urbana de que essas duas espécies não se dão bem. Portanto, está na hora de entender um pouco mais sobre isso.
Segundo a médica-veterinária Valeska Rodrigues, durante interações bem-intencionadas os gatos costumam correr em perseguição a outro pet. Eles alternam as mordidas com lambidas no outro animal, indicando que aquilo é uma socialização. Os cães também podem mordiscar durante as brincadeiras, mas não apresentam sinais de defesa ou ataque.
Além disso, comumente, quando estão brincando, os cachorros mantêm as orelhas em posição normal ou em pé e podem correr para chamar atenção ou mesmo utilizar utensílios como ossos, brinquedos ou bolas. “Além de latir pra chamar os donos, ou mesmo saltar”, adiciona Rodrigues.
Mesmo assim, a atitude de um pet que está brincando pode incomodar o outro animal de estimação – gerando briga entre os dois.
Por isso, cabe ao tutor estabelecer os limites entre os animais, observando de forma atenta as interações que pareçam problemáticas; mas também entendendo que há diferenças comportamentais entre as espécies, raças e idade dos pets.
“Brincadeiras são muito saudáveis e, principalmente cães, apresentam menos distúrbios de comportamento quando possuem um companheiro da mesma espécie”, pontua a professora da Universidade de Franca (Unifran).
Identificando os sinais de briga
Durante as interações os animais podem dar diferentes sinais de que não estão felizes e, na realidade, está ocorrendo uma briga. Os mais comuns são:
- Orelhas abaixadas e voltadas para a cauda;
- Ficar em posição de defesa ou ataque (abaixados com a barriga próxima ao chão);
- Olhos atentos;
- Cauda entre as pernas em cães e movimentação excessiva da cauda, que permanece com os pelos eriçados em gatos;
- Pelos do dorso (na linha da coluna vertebral) arrepiados;
- Vocalização (rosnar, latidos, miados longos em gatos)
Para impedir interações negativas, o tutor pode evitar ações que gerem estímulo nos animais.
Rodrigues explica que muitas brigas ocorrem por disputa de território ou alimento. Outra possibilidade é o ciclo estral (período do cio), que faz com que as cadelas briguem mais. A disputa por objetos ou atenção do tutor também são recorrentes motivações.
“Gatos machos e não castrados brigam para manter o território, seja domiciliar ou não, como nas boas brigas do telhado”, relata a a veterinária.
O que fazer durante um briga entre pets?
De acordo com o médico-veterinário Lucas Correia, na hora da intervenção o tutor deve evitar entrar em contato direto no meio da briga, pois isso pode causar machucados.
Dessa forma, o ideal é que o responsável chame a atenção dos animais de estimação, dando comandos ou batendo palmas, para separá-los. A indicação do profissional é que o tutor recorra à objetos para apartar a briga — seja com um brinquedo, uma almofada, uma toalha ou cobertor.
Correia ainda aconselha não deixar os pets perto um do outro depois de apartar a briga.
“Tente colocá-los em diferentes ambientes e, depois que os ânimos estiverem mais calmos, teste a convivência dos dois”, orienta o professor da UNINASSAU Rio de Janeiro.
Fonte: Metrópoles, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
FAQ sobre as brincadeiras e brigas dos pets
Quais são os principais motivos para os animais de estimação brigarem?
Diversas são as situações que podem causar brigas entre os pets. Porém, grande parte dos conflitos ocorrem por conta de disputa de território ou alimento.
Como saber se os pets estão brincando?
Durante as brincadeiras é comum que os gatos corram em perseguição a outro pet e alternem mordidas com lambidas no outro animal. Já os cães também podem mordiscar durante as brincadeiras, mas não apresentam sinais de defesa ou ataque.
Quais são os sinais que os pets estão brigando?
Alguns comportamentos podem indicar estresse e brigas entre os pets. Exemplos disso são orelhas abaixadas e voltadas para a cauda, ficar em posição de defesa ou ataque, olhos atentos, pelos do dorso arrepiados e vocalização (rosnar, latidos e miados longos em gatos).
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