Uma pesquisa conduzida por pesquisadores do Reino Unido analisou o comportamento de cachorros adquiridos durante a pandemia de Covid-19, e constatou que até os 21 meses de idade, 97% de seus tutores relataram pelo menos um comportamento problemático.
Quando categorizado em grupos de problemas comportamentais, o mais frequente foi o de controle, seguido pelos comportamentos de procura por atenção e medo/evitação. Os comportamentos problemáticos mais relatados pelos tutores foram puxar a guia (67%), saltar em pessoas (57%) e não voltar quando é chamado (52%).
Comportamentos problemáticos relacionados com a separação foram relatados por um terço dos tutores (31%), sendo mais comum em animais que mostraram já outras formas de problemas comportamentais, principalmente de procura por atenção, medo e cães com tutores com idades entre os 25 e 34 anos de idade.
Uma elevada percentagem de tutores (82%) admitiu utilizar técnicas para suprimir estes comportamentos, sendo as mais comuns movimentar fisicamente o cão, seguido por gritos e por correções mais hostis, com 39% relatando usar mais de duas destas técnicas.
Os tutores admitiram serem mais propensos a usar estas técnicas se o seu cão mostrasse uma série de comportamentos problemáticos, incluindo agressividade, procura por atenção e reação a pessoas ou a outros cães. Os tutores também referiram que aulas sobre comportamento on-line ajudaram a alcançar melhorias.
Quase todos os proprietários mencionaram elogiar verbalmente os seus cães como método de treino, utilizando também alimentos/guloseimas, brinquedos e brincadeiras. Quase um terço dos tutores subestimou o quão difícil seria treinar o seu cão, principalmente quem assumiu o papel de tutor pela primeira vez. De acordo com o estudo, isto “sugere que há uma necessidade em definir expectativas realistas de comportamento e treino, e um melhor suporte, especialmente entre os tutores de primeira viagem, antes da aquisição”.
A maioria dos tutores diz não ter procurado conselho especializado para os comportamentos problemáticos dos seus cães. Já para aqueles que procuraram, as fontes mais comuns de aconselhamento foram as suas próprias experiências em ter cães no passado, treinadores, livros, família/amigos que possuíam um cão, redes sociais ou programas de televisão.
“Isso é preocupante, já que o comportamento do cão e as informações de treino exibidas nas redes sociais e na televisão, frequentemente, levantam preocupações dentro da comunidade comportamental sobre a promoção de métodos de treino”, realça o relatório.
Os resultados do estudo “levantam inúmeras preocupações para o bem-estar da população de cães e destacam a necessidade crítica de intervenção educativa precoce com os tutores”, conclui o estudo.
Um total de 1.007 tutores recrutados, em 2020, preencheram um questionário on-line e forneceram dados sobre 985 filhotes.
Fonte: Veterinária Atual, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
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