Cláudia Guimarães, da redação
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Como forma de conscientizar as pessoas sobre o combate ao câncer de pele, a Sociedade Brasileira de Dermatologia criou, em 2014, a campanha Dezembro Laranja. O mês foi escolhido por marcar a chegada do verão, onde os raios solares se intensificam nos países do hemisfério sul. E por que é importante falarmos, por aqui, da doença nos pets?
Isso quem nos explica é a médica-veterinária que atua na especialidade de Dermatologia, no Hospital Veterinário Taquaral, (Campinas-SP), Fabiana Vitale, que revela que o câncer de pele se manifesta em cães e gatos de diversas formas, sendo as mais comuns na forma de nódulos, placas ulceradas, úlceras, áreas avermelhadas na pele ou manchas escuras acompanhadas de alterações de textura da pele.
A profissional conta que o animal pode ser assintomático (sem sintomas) ou pode apresentar dor e coceira, acompanhado de secreção sanguinolenta ou com pus nas áreas de lesões. “Há algumas raças mais predispostas à doença. No caso dos gatos, os das raças Persa e Maine Coon são os mais predispostos. Já em relação aos cães, o Boxer, Golden Retriever, Buldogue Inglês e Francês e Shih Tzu são os mais acometidos”, elenca.
Além disso, Fabiana lista outros fatores que contribuem para o surgimento da doença: predisposição genética, exposição a químicos, poluentes, agrotóxicos, poluição ambiental, radiação, etc.
Ainda, assim como para os humanos, a grande exposição do animal ao sol também pode ocasionar o câncer de pele, como explicado pela veterinária. “Os cães e gatos com menos pelos em face, orelha, abdome e que possuem pele mais clara têm maior predisposição ao câncer de pele estimulado pela radiação ultravioleta, como o carcinoma espinocelular, melanoma, hemangioma e hemangiossarcoma”, elucida.
Diagnóstico e tratamento
Fabiana conta que o diagnóstico do câncer de pele é feito por meio de exames específicos, como citologia de nódulos ou lesões de pele, que podem ser feitos no dia da consulta. “Também pode ser realizada uma biópsia com análise histopatológica da lesão ou nódulo, bem como imunohistoquímica, acompanhado de outros exames de triagem oncológica, como ultrassom, raio X, ressonância, tomografia e exames de sangue que podem auxiliar a estadiar o câncer”, menciona.
Em relação ao tratamento da doença, a profissional destaca que depende do tipo de câncer e, para isso, é necessário, primeiro, fazer a identificação do tipo tumoral. “Mas pode incluir cirurgia para remoção do nódulo ou tumor, quimioterapia, imunoterapia, radioterapia, etc”, adiciona.
A dica da veterinária para os tutores, a fim de prevenir a doença em seus pets, é controlar a exposição à radiação ultravioleta, principalmente em horários de maior índice UVA/UVB, a poluentes, produtos químicos e demais produtos potencialmente cancerígenos.
Para encerrar, Fabiana destaca que a avaliação periódica com médico-veterinário auxilia na identificação precoce de alterações dermatológicas de qualquer origem, inclusive o câncer de pele. “E, de modo geral, a Medicina Preventiva costuma ser mais efetiva e apresentar melhores prognósticos”, salienta.
Além disso, no geral, os cuidados essenciais com a pele dos animais estão relacionados à prevenção de pulgas e carrapatos, limpeza da pele e pelos, hidratação e proteção contra a radiação ultravioleta. “A pele, normalmente, funciona como um espelho da saúde geral do pet, se a pele está com problemas, pode ser um indicativo da presença de doenças sistêmicas. A pele também atua como uma barreira contra agentes agressores externos, portanto, se a pele está saudável, essa primeira forma de defesa do organismo irá funcionar adequadamente, protegendo o pet”, conclui.