Apesar de não existir nenhuma pesquisa definitiva sobre as taxas de eutanásia nas férias, muitos médicos-veterinários identificam um aumento perceptível entre novembro e o início de janeiro, especialmente para animais de estimação mais velhos ou com doenças crônicas, segundo a publicação Today’s Veterinary Practice.
Segundo a médica-veterinária cofundadora do Lap of Love Veterinary Hospice, uma rede americana de veterinários dedicada exclusivamente aos cuidados veterinários em fim de vida, Dani McVety, a escolha de eutanasiar um animal é difícil e, muitas vezes, depende, também, de fatores financeiros, conveniência e, ainda, de aspetos emocionais das famílias. “Acredito que há certo constrangimento financeiro nesta época e há muitas coisas acontecendo, as emoções estão em alta. Então, para certas pessoas, a ideia de cuidados de fim de vida pode ser difícil”, explica.
De acordo com Dani, nessa época, as pessoas saem da cidade e estão preocupadas em deixar o seu animal de estimação mais velho sozinho e, quando voltam, o animal de estimação normalmente piorou, enquanto estiveram fora. Ela partilha, ainda, que, em Tampa Florida, nos Estados Unidos da América, a semana após o Dia de Ação de Graças é muito agitada. “Os tutores pedem regularmente para deixarmos passar mais um feriado ou até que a família possa vê-los mais uma vez”, complementa.
Ela conta que os veterinários querem tanto facilitar que, às vezes, quando não podem ou talvez como clínico geral, quando percebem que o tutor teve de ir à clínica no meio da noite porque o animal de estimação caiu, pode haver muita culpa associada a essa decisão.
Apesar das tensões, Dani encontra satisfação e pontos positivos na prestação de cuidados em fim de vida: “Podemos nos envolver muito no que precisamos de fazer pelas pessoas, mas, na realidade, um pouco de empatia basta. Só estar presente e compreender, é um presente enorme para uma pessoa nesta situação”, conclui.
Fonte: Veterinária Atual, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.