A decisão de castrar ou não os pets é uma questão que gera debates entre os tutores e os profissionais da Veterinária. A castração, que envolve a remoção dos órgãos reprodutivos dos animais, é um procedimento comum, mas suas implicações podem variar dependendo de vários fatores. Essa tomada de decisão deve ser realizada após conversas com um médico-veterinário, que saberá tirar todas as dúvidas dos tutores e, principalmente, explicar como funciona o procedimento.
De acordo com médico-veterinário plantonista e domiciliar nas cidades de Sorocaba e Votorantim, Alex Júnior, “felizmente, hoje em dia, a maioria dos tutores tem a consciência de que o procedimento de castração é algo necessário que irá trazer inúmeros benefícios”.
Quando pensamos em uma cirurgia de castração, não somente a questão da prevenção de doenças é importante, mas, também, a evolução no comportamento animal. “O procedimento pode ajudar na redução de comportamentos agressivos, frustração sexual, a necessidade de buscar parceiros durante o cio e a marcação excessiva de território, especialmente em machos. Além disso, melhora a qualidade de vida do pet, ajudando, também, na prevenção de doenças”, reforça o profissional.
Mas afinal, quais os benefícios da castração?
A castração oferece diversos benefícios tanto para os animais quanto para a sociedade. Entre as vantagens mais citadas, estão a redução de riscos de certas doenças. Para as fêmeas, a castração elimina o risco de câncer de útero e reduz significativamente a probabilidade de câncer de mama. Nos machos, a castração previne problemas como o câncer de próstata e reduz o risco de tumores testiculares.
Além dos benefícios de saúde, a castração pode contribuir para o controle populacional de animais de estimação. “A esterilização ajuda a reduzir o número de filhotes indesejados, o que, por sua vez, diminui o número de animais abandonados e em abrigos. Isso é especialmente relevante em áreas onde há superpopulação de pets”, informa o veterinário.
Considerações a serem feitas
No entanto, a decisão de castrar deve levar em conta o bem-estar do animal e as circunstâncias individuais, como apontado pelo profissional. “Alguns estudiosos sugerem que a castração precoce pode afetar o desenvolvimento físico e comportamental dos pets. Há evidências de que a castração antes da maturidade pode influenciar no crescimento ósseo e no comportamento, potencialmente resultando em um aumento na ansiedade e na agressividade em alguns casos”, menciona.
Vale lembrar que a castração é uma cirurgia e, como qualquer procedimento cirúrgico, envolve riscos. “Por ser uma cirurgia, o animal também passa por anestesia e, para isso, antes da castração em si, é essencial a realização de exames pré-operatórios para verificarmos como está a saúde do animal e para que o anestesista do procedimento consiga elaborar o plano anestésico mais seguro para cada animal, avaliando de forma individual. É essencial que o procedimento seja realizado por um veterinário qualificado e que o animal receba os cuidados pós-operatórios adequados”, destaca Alex. De acordo com o veterinário, alguns casos indicam um período de preparação maior para o animal, mas sempre priorizando a saúde deles.
E agora, devo realizar a castração ou não?
“A idade ideal para a castração também é sempre algo polêmico, alguns veterinários dizem que o ideal é fazer após o primeiro cio, no caso das fêmeas; outros, um pouco antes, outros um pouco depois… e eu digo que, depende! Cada animal é individual e devemos avaliar ele de forma individual, nunca generalizando uma idade ideal para todos”, reforça o veterinário.
A decisão de castrar um pet deve ser baseada em uma análise cuidadosa dos benefícios e riscos envolvidos. Consultar um médico-veterinário pode fornecer orientações personalizadas e ajudar os tutores a tomar a melhor decisão para a saúde e o bem-estar de seus animais de estimação. A castração pode ser uma escolha responsável, mas cada caso é único e merece consideração individual.
