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Clínica e Nutrição

Células-tronco também são opção de tratamento para pets

Terapia celular ajuda desde doenças articulares até cuidados paliativos derivados de outras enfermidades
Por Equipe Cães&Gatos
pets juntos
Por Equipe Cães&Gatos

Uma poodle fêmea, com 22 anos de idade, apresentava diversas comorbidades, mas foram os sintomas da doença articular as principais queixas da tutora. O plano traçado pela equipe veterinária, então, foi fazer o tratamento com células-tronco. Após a primeira intervenção, a equipe percebeu melhoras em sintomas específicos. Esse tipo de terapia celular, há anos aplicada na medicina humana e veterinária, ainda está sendo pesquisada por especialistas para compreender seu potencial completo. Mesmo assim, isso não tem impedido que os efeitos positivos das células-tronco se mostrem, como no caso da Poodle.

“Se antes ela estava mais apática devido às dores, depois da intervenção, ela se mostrou mais ativa e brincalhona”, explica Nathalia Chiroze, patologista clínica e citologista responsável pelo setor de laboratório do Nouvet, centro veterinário em São Paulo. “Na pós-avaliação do tratamento, que pode levar de 15 a 30 dias, percebe-se diferença mesmo nos sintomas mais tímidos”, explica. 

Antes de qualquer ação, é essencial a avaliação do diagnóstico e a realização do check-up (Foto: Reprodução)

Por serem de origem embrionária, as células-tronco têm potencial para se transformarem em diferentes tipos de células presentes no tecido lesionado, sejam tendíneas, ósseas ou cartilaginosas, além de liberarem biofatores que promovem a recuperação do tecido. 

Dessa forma, elas operam no reparo de lesões, migrando para o local lesionado, controlando a inflamação e degeneração do tecido e estimulando sua regeneração. Em alguns quadros, se transformam nas células do tecido danificado, substituindo as células perdidas, como no caso das osteoartroses. 

Contra quais doenças o tratamento age?

Entre as patologias que mais respondem positivamente ao tratamento são as doenças articulares. Mas, ele também trata doenças autoimunes, oculares e sequelas de cinomoses, além de atuar como paliativo de distúrbios renais e auxiliar a recuperação celular em processos cicatriciais de lesões, por exemplo. 

Alguns exemplos de doenças são a Ceratoconjuntivite Seca (conhecida como “olho seco”), Doença Renal Aguda e Crônica e Aplasia e Hipoplasia de Medula (não produção suficiente de uma ou todas as linhagens das células do sangue pela medula óssea). As sequelas de cinomoses em cães em que a terapia age de forma paliativa são na perda da cognição, alterações de equilíbrio e locomoção, problemas de visão, entre outros.

“Para muitas doenças, as células-tronco agem auxiliando etapas e agilizando o tratamento, principalmente em casos paliativos, que ajudam muito os pacientes. As respostas nem sempre são imediatas, mas é possível observar seu efeito positivo, por menor que seja”, explica Chiroze. 

Por serem de origem embrionária, as células-tronco têm potencial para se transformarem em diferentes tipos de células (Foto: Reprodução)

Como o tratamento é aplicado?

A veterinária ressalta que, antes de qualquer ação, é essencial a avaliação do diagnóstico e a realização do check-up, com exames de sangue ou de imagem. “É preciso analisar com cautela o quadro clínico do paciente para entender o tipo da doença e ver como, quando e se o tratamento é aplicável. Todo o processo é seguindo um protocolo documental e de bem-estar do pet”. 

Sobre o modo de aplicação, Nathalia explica que vai depender da doença ou grau da lesão. Pode ser feita direto no local danificado, como doenças oculares, articulares ou traumas e feridas muito grandes. Outras, podem demandar ação conjunta da aplicação local com a intravenosa, ou apenas a intravenosa. 

Já em relação a quantidade de aplicações necessárias, a veterinária reforça que também depende da comorbidade e quadro clínico do pet, mas que raramente células-tronco em apenas uma sessão é possível solucionar a problemática. Em geral, o ideal é seguir o protocolo médico para ter mais eficácia.

Fonte: Centro Universitário Nouvet, adaptado pela Equipe Cães e Gatos.

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