Buscar na cães e gatos

Pesquisar
Close this search box.
- PUBLICIDADE -
Clínica e Nutrição

CLORIDRATO DE DOXORRUBICINA É UM GRANDE ALIADO DA ONCOLOGIA

Por Equipe Cães&Gatos
Por Equipe Cães&Gatos

O cloridrato de doxorrubicina é um antibiótico antineoplásico pertencente ao grupo das antraciclinas, isolado a partir de culturas fúngicas de Streptomyces peucetus var. caesius. Estudos sugerem três diferentes mecanismos de ação deste grupo farmacológico, relacionados com a sua ligação aos fosfolipídios das membranas celulares, carregando-os negativamente, alterando sua fluidez e, consequentemente, o transporte de íons para dentro e fora das células; estímulo da produção de radicais livres de oxigênio por meio de um processo de redução enzimática; formação de ligações interfilamentares com o DNA, processo conhecido como intercalação, o que causa bloqueio da síntese dos ácidos nucleicos, diminuição da atividade da enzima topoisomerase II e ruptura dos filamentos do DNA 1. 

Desde o final da década de 1960, este antiblástico vem sendo amplamente utilizado na Oncologia para o tratamento de diversos processos neoplásicos em mama, fígado, cólon, linfoma e leucemia. Apesar da sua eficácia no tratamento de inúmeras neoplasias em pequenos animais, alguns médicos-veterinários clínicos expressam preocupação quanto ao seu potencial de causar consequências debilitantes nos tecidos biológicos, especialmente no tecido cardíaco. Portanto, seu uso é limitado devido à potencialização de seus efeitos adversos, como cardiotoxicidade e cardiomiopatia, a qual predispõe o paciente à insuficiência cardíaca congestiva (ICC), hipotensão, anormalidades eletrocardiográficas, arritmias e morte súbita; complicações gastrintestinais, como náusea e êmese; alterações dermatológicas, como alopecia, além de mielossupressão. 

Em relação à cardiotoxicidade, este fármaco determina menor contratilidade e consequente redução da fração de ejeção do ventrículo esquerdo, o que ocorre em 5% a 25% dos casos, tendo início logo nas primeiras sessões de tratamento; esta toxicidade é acima de 240mg/m² de superfície corpórea, o que pode resultar em danos permanentes no miocárdio, como apoptose dos cardiomiócitos, fibrose e perda da função cardíaca. 

Para ler o artigo completo, acesse a edição de novembro.

Abaixo, encontra-se as referências bibliográficas utilizadas pelos autores:

ALMEIDA, V. L. et al. Câncer e agentes antineoplásicos ciclo-celular específicos e ciclo-celular não específicos que interagem com o DNA: uma introdução. Química Nova, v. 28, n. 1, p. 118-129, 2005. 

ARMENIAN, S. H. et al. Recommendations for cardiomyopathy surveillance for survivors of childhood cancer: a report from the International Late Effects of Childhood Cancer Guideline Harmonization Group. The Lancet Oncology, v. 16, n. 3, p. 123-136, 2015. 

BUCHANAN, J.W.; BÜCHELER, J. Vertebral scale system to measure canine heart size in radiographs. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 206, n. 2, p. 194-199, 1995. 

CARDOSO, M.; CALUDINO, J.; MELUSSI, M. Mensuração do tamanho cardíaco pelo método VHS (vertebral heart size) em cães sadios da raça American pit bull terrier. Ciência Rural, v. 41, n. 1, 2011. 

CASTRO, M. G. et al. Avaliação radiográfica da silhueta cardíaca pelo método vertebral heart size em cães da raça Yorkshire Terrier clinicamente normais. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia. v. 63, n. 4, p. 850-857, 2011. 

FILHO, K.; I Diretriz Brasileira de Cardio-Oncologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arquivo Brasileiro Cardiologia, v. 96, n. 2, p. 01-52, 2011. 

GORINI, S. et al. Chemotherapeutic drugs and mitochondrial dysfunction: focus on Doxorubicin, Trastuzumab, and Sunitinib. Oxidative Medicine and Cellular Longevity, vol. 2018, article ID 7582730, 15 pages. 

GRANADOS-PRINCIPAL, S. et al. New, advances in molecular mechanisms and the prevention of adriamycin toxicity by antioxidant nutrients. Food and Chemical Toxicology, v. 48, n. 6, p. 1425-1438, 2010. 

GUO, R. M. et al. Activation of the p38 MAPK/NF-κB pathway contributes to doxorubicin-induced inflammation and cytotoxicity in H9c2 cardiac cells. Molecular Medicine Reports, v. 8, n. 2, p. 603-8, 2013. 

HALLMAN, B. E. et al. Incidence and risk factors associated with development of clinical cardiotoxicity in dogs receiving doxorubicin. Journal of Veterinary Internal Medicine. v. 33, n. 2, p. 783-791, 2019. 

JACOBS, G. J. Secondary canine cardiomyopathies: their causes and characteristics. Veterinary Medicine, v. 91, n. 6, p. 534-542, 1996. 

JUNGSUWADEE, P. Doxorubicin-induced cardiomyopathy: na update beyond oxidative stress and myocardial cell death. Cardiovascular Regenerative Medicine, v. 3, n. 1127, p. 1-8, 2016. 

KITTIWARAWUT, A. et al. Serum NT-proBNP in the early detection of doxorubicin-induced cardiac dysfunction. Asia-Pacific Journal of Clinical Oncology, v. 9, n. 2, p. 155-161, 2013. 

KREMER, L. C. M. et al. A worldwide collaboration to harmonize guidelines for the long-term follow-up of childhood and young adult cancer survivors: A report from the international late effects of Childhood Cancer Guideline Harmonization Group. Pediatric Blood and Cancer, v. 60, n. 4, p. 543-549, 2013. 

LEPOUTRE, J. G. et al. Prospective evaluation of Doppler echocardiography, tissue Doppler imaging and biomarkers measurement for the detection of doxorubicin-induced cardiotoxicity in dogs: A pilot study. Veterinary Science, v. 105, p. 153-159, abr. 2016. 

MOHAJERI, M.; SAHEBKAR, A. Protective effects of curcumin against doxorubicin-induced toxicity and resistance: a review. Critical Reviews in Oncology/Hematology, v. 122, n. 2, p. 30-51, 2018. 

MOURA, L. R. et al. Cardiotoxicidade induzida pela doxorrubicina: patogenia, diagnóstico e terapias antioxidantes. Enciclopédia Biosfera, v. 11, n. 22, p. 711-736, 2015. 

POLEGATO, B. et al. Acute doxorubicin-induced cardiotoxicity is associated with matrix metalloproteinase-2 alterations in rats. Cellular Physiology and Biochemistry, v. 35, n. 5, p. 1924-1933, 2015. 

SILVA, C.; CAMACHO, A. Alterações ecocardiográficas em cães sob tratamento prolongado com doxorrubicina. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 57, n. 3, p. 300-306, 2005. 

SURACHETPONG, S. D. et al. Serial measurements of cardiac troponin I (cTnI) in dogs treated with doxorubicin. Japanese Journal of Veterinary Research, v. 64, n. 4, p. 221-233, 2016. 

SUSANECK, S. J. Doxorubicin therapy in dog. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 182, n. 1, p. 70-72, 1983. 

TATER, G. et al. Assessment of cardiac troponin I (cTnI) and tissue velocity imaging (TVI) in 14 dogs with malignant lymphoma undergoing chemotherapy treatment with doxorubicin. Veterinary and Comparative Oncology, v. 15, n. 1, p. 55-64, 2017. 

Fonte: Redação Cães&Gatos VET FOOD.