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Clínica e Nutrição

COM ADAPTAÇÃO, ANIMAIS CEGOS PODEM LEVAR UMA VIDA COMUM

COM ADAPTAÇÃO, ANIMAIS CEGOS PODEM LEVAR UMA VIDA COMUM. Doutora pontua modificações necessárias dentro dos consultórios e das residências
Por Equipe Cães&Gatos
REPRODUÇÃO
Por Equipe Cães&Gatos

Doutora pontua modificações necessárias dentro dos consultórios e das residências

Wellington Torres, em casa

wellington@ciasullieditores.com.br

A cegueira é um problema que atinge inúmeros cães e pode ocorrer de diferentes formas. Contudo, estar atento para proporcionar um bom atendimento ao animal durante as consultas, assim como impedir que o mesmo sofra qualquer acidente dentro da residência, é essencial para a qualidade de vida do pet.

E, para entender melhor como fazer isso, contatamos a médica-veterinária e mestra em oftalmologia veterinária, Nívea Vieira. De acordo com ela, quando se tem um animal cego, é de suma importância mudar alguns manejos para que o pet se sinta mais confiante, seguro e amado, o que auxiliará durante todo o processo de adaptação.

Segundo especilista, os animais cegos podem ter um vida comum, após adaptação (Foto: reprodução)

No entanto, no que tange à relação com o tutor, a condição do animal é um tópico que, inicialmente, desperta muitas preocupações e incertezas. “Muitos tutores imaginam que a qualidade de vida de seu pet é afetada quando eles perdem a visão e pensam, até, na possibilidade da eutanásia. Mas isso é uma inverdade. Os pets cegos passam por um momento de dificuldade durante a fase de adaptação – o período em que precisam se acostumar com essa nova condição – mas se adaptam de maneira surpreendente”, explica a médica-veterinária.

Ainda de acordo com ela, se a adaptação for feita de maneira efetiva, o desenvolvimento do animal será mais rápido e eficaz do que se é idealizado. “Tenho pacientes que, após essa fase, dão a impressão aos seus proprietários e às outras pessoas de que até enxergam, pois brincam com seus brinquedos, mantém suas rotinas, vão passear, latem, defendem a casa, interagem normalmente. Não é porque perderam a visão que iremos abandoná-los no momento em que mais precisam de nós. Eles conseguem ser muito felizes, só precisam de uma ajuda”, afirma.

Para a adaptação das residências, a Nívea pontua algumas importantes modificações, como colocar protetor de quinas nos móveis; grades nas portas, para impedir que o pet tenha acesso a piscinas e escadas; manter os recipientes de água e comida no mesmo lugar sempre e evitar deixar a porta de acesso à rua aberta. “Trocar os brinquedos comuns por brinquedos com sinos ou que façam barulho para que ele poça ouvi-los, utilizar outros animais da casa ou um novo pet como ‘cão-guia’, para orientá-lo”, também são algumas medidas apontadas por ela.

Contudo, a profissional é muito enfática no que diz respeito ao acompanhamento capacitado. “O tutor de um pet sem acuidade visual deve sempre estar em contato com um médico-veterinário oftalmologista para manter a saúde dos olhos e a vida do paciente, pois, além da perda de visão, o pet pode ter dor, inflamação, infecção e incômodo nos olhos. Portanto, não é só porque nosso pet está cego, que não precisamos mais nos preocupar com a saúde dos olhos dele, que pode estar dando indícios de que há algo errado, como por exemplo: erliquiose (doença do carrapato), cinomose, leishmaniose, diabetes, hiperadrenocorticismo, dermatopatias, hipertensão arterial, hiperlipidemia (colesterol alto), neoplasias e outros”, reforça.

diaoftalmo

O atendimento o deve ser realizado com cautela, paraque o pet se sinta confortável (Foto: reprodução)

No atendimento clínico. Ao receber um animal nos consultórios, a profissional ressalta que, para atender o paciente com suspeita ou com cegueira, “devemos deixá-lo à vontade na sala para que ele faça a identificação do local, que, para ele, é hostil, com os outros sentidos: olfato, tato e audição, enquanto realizamos a anamnese (perguntas sobre o histórico e situação do paciente)”.

Também segundo ela, durante o exame clínico oftalmológico, a aproximação deve ser calma, sem movimentos bruscos, tocando o paciente lentamente e conversando com ele para não assustá-lo. “Deve-se ter muito amor e carinho, pois os nossos pacientes conseguem captar esses sentimentos”, finaliza.