O dia 19 de outubro é marcado pela mobilização mundial de combate ao câncer de mama. Os animais também recebem uma atenção especial para essa ação, pois, infelizmente, a doença também afeta cães e gatos. De acordo com o Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB), cerca de 45% das cadelas e 30% das gatas desenvolvem tumores mamários, sendo que 85% apresentam comportamento maligno.
A médica-veterinária Ana Claudia Selpuveda de Souza, destaca que o câncer de mama pode afetar tanto macho como as fêmeas, por isso. a atenção dos tutores para ambos os sexos é necessário. “As raças de pequeno porte acabam sendo mais afetadas por essa patologia. Observamos, geralmente, mais em fêmeas, mas os machos também podem desenvolver nódulos na cadeia mamária”. A profissional ainda destaca que nem todo tumor é um câncer, mas todo câncer é um tumor, então, os tutores precisam sempre buscar um médico-veterinário para que o diagnóstico seja dado corretamente.
“Geralmente, identificamos casos de câncer, tanto em macho como em fêmeas, por meio do surgimento de algum nódulo, onde colhemos o exame de citologia, ou dependendo do caso, um exame de histopatologia é solicitado”.
Mas então, quais os sintomas?
Segundo a profissional, os sintomas mais comuns nos pets são nódulos, deformidade do teto (mudança de formato ou tamanho do teto) e secreção anormal no teto. “Alguns casos, podem conter uma inflamação, podendo ficar mais avermelhado e quente a região, apresentando uma sensibilidade maior. Em casos avançados, os animais podem apresentar letargia e dificuldade respiratória ou até mesmo falta de apetite”.
O tutor deve permanecer atento aos sinais que o animal apresente, independente da idade. “Sempre bom reforçar que alguns animais apresentam alterações no comportamento, na rotina alimentar e de exercícios, podendo estes sinais serem um primeiro alerta para investigações clínicas de uma possível doença ou câncer de mama”, salienta a veterinária.
E como prevenir?
Uma das maneiras de potencializar o tratamento e aumentar a expectativa de vida dos animais é por meio da identificação precoce dos casos, portanto, é importante sempre que os tutores fiquem atentos à saúde dos pets. “Sempre devemos realizar check-ups nos nossos animais. Em casa, os tutores podem observar as questões mamárias”. A veterinária ainda reforça que as aplicações de hormônios não são recomendáveis. “É uma forma de evitar o câncer por meio de vias hormonais e metabólicas. Também é importante uma alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos, que auxiliam no sistema metabólico do animal”, destaca a profissional.
Em cadelas que possuam histórico familiar de casos de câncer, a castração precoce também é indicada pela profissional. “Quando sabemos que o pai ou a mãe do animal apresentou algum nódulo, é indicada a castração precoce para evitar o surgimento de câncer por vias hormonais”.
E como tratar?
Atualmente, a Medicina Veterinária evoluiu bastante, possuindo diversas opções de tratamentos. Cada caso deve ser analisado por um médico-veterinário, que irá verificar a melhor forma de tratar o animal. “As opções de tratamento para cães consistem na quimioterapia, radioterapia ou, até mesmo, ações cirúrgicas”, destaca a veterinária. “Mesmo não sendo tão frequente em gatos, as alterações surgem de forma mais agressiva, portanto, os profissionais e tutores devem observar os animais com mais dedicação”, complementou a profissional.
Durante o tratamento, a profissional indica que é importante manter uma rotina, evitando o estresse no animal, além ter um monitoramento na saúde mais frequente que anteriormente. Estas ações irão auxiliar ainda mais na recuperação do seu animal, possibilizando um aumento na expectativa de vida do pet.
Vale ressaltar que muitos casos de câncer de mama em pets são descobertos muito tarde, causando dores e prejuízo à vida dos animais. “Infelizmente nem sempre os casos têm um final feliz, mas, quanto mais cedo a doença for diagnosticada, mais efetivo será o tratamento e as chances de recuperação irão crescer. Por isso os tutores precisam dar atenção aos animais, monitorando-os com frequência”, conclui a profissional.
