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Pets e Curiosidades

Como cuidar do seu pet idoso e garantir uma velhice confortável

Visitas frequentes ao médico-veterinário para acompanhamento e adaptações no ambiente e na alimentação são alguns dos cuidados recomendados para os cães e gatos idosos
Por Danielle Assis
cão idoso
Por Danielle Assis

Para a alegria dos tutores, hoje, os cães e gatos possuem expectativa de vida mais elevada do que há alguns anos. No entanto, para garantir uma velhice com qualidade de vida é essencial adaptar os cuidados conforme o pet vai envelhecendo. 

“O envelhecimento dos animais de estimação é um processo natural, que exige mudanças na rotina de cuidados, prevenção de doenças e monitoramento constante”. Isso é o que afirma o médico-veterinário com pós-graduação em geriatria veterinária, membro fundador e atual diretor científico da Sociedade Brasileira de Geriatria Veterinária (SBGV), Enore Augusto Massoni. 

Os cães de raças pequenas e médias entram na fase sênior a partir dos sete ou oito anos (Foto: reprodução)

De acordo com o profissional, nessa fase da vida é necessário realizar pequenas adaptações no ambiente e na alimentação. “Também é importante fazer visitas frequentes ao veterinário e implementar atividades físicas e cognitivas para proporcionar uma velhice mais saudável e digna para os pets”, adiciona. 

Segundo o “AAHA Life Stage Guidelines”, da American Animal Hospital Association (AAHA), a idade com a qual um animal é considerado idoso varia.  Os cães de raças pequenas e médias entram na fase sênior a partir dos sete ou oito anos, enquanto os de raças grandes e gigantes são considerados idosos aos cinco ou seis anos. 

Para gatos isso muda um pouco. Felinos entre sete e dez anos são tidos como maduros e após os onze anos se tornam oficialmente idosos.

Cuidando do pet idoso em casa

Quem tem um pet idoso deve estabelecer uma rotina de cuidados diferenciada. O médico-veterinário explica que é necessário mudar algumas coisas na rotina para proporcionar melhor qualidade de vida a esses animais. Uma dessas alterações está no ambiente que o cão ou gato vive. 

“A adaptação do ambiente tem como intuito facilitar a mobilidade, prevenir quedas e realizar a manutenção do conforto térmico. Para isso, almofadas ortopédicas, rampas e pisos antiderrapantes são recomendados”, exemplifica. 

Outra mudança importante é com relação às atividades físicas, que devem ser ajustadas conforme a capacidade do animal para evitar esforços excessivos. Enore esclarece que caminhadas curtas e frequentes, fisioterapia e hidroterapia são alternativas benéficas para manter a mobilidade e prevenir a sarcopenia, que é a perda da massa muscular e força causadas pelo envelhecimento. 

“Ao contrário do que muitos tutores pensam, é necessário manter o idoso sempre em movimento. Não se deve deixar de passear pensando que o animal está velho, cansado ou com dor, pois isso só agrava ainda mais os sinais do envelhecimento. Outro fato é que a perda de mobilidade leva a obesidade e estresse, dois gatilhos para a aceleração dos processos de envelhecimento”, cita.

Para os pets que comem ração, é válido, também, realizar a troca do alimento específico para adultos pelas rações sênior. 

Conforme comenta o doutor, essas rações contêm menos calorias, mais fibras, que contribuem para a saúde intestinal, e nutrientes essenciais para articulações e função cognitiva. “Além disso, a textura é adaptada para facilitar a mastigação, especialmente de animais com problemas dentários, e os grãos menores são mais fáceis de serem triturados”.

Ao contrário do que muitos tutores pensam, é necessário manter o idoso sempre em movimento. Não se deve deixar de passear pensando que o animal está velho (Foto: reprodução)

Massoni esclarece que suplementos, como condroprotetores, ácidos graxos essenciais e antioxidantes, são recomendados para suporte articular, cognitivo e imunológico. 

“O uso pode ser iniciado na fase madura, entre seis e oito anos, dependendo do porte e condição de saúde do animal. No entanto, quanto antes esses protocolos começarem, maiores são as chances de garantir um envelhecimento saudável”, afirma. 

Idas às consultas veterinárias devem ser mais frequentes

A rotina de exames e consultas veterinárias dos pets idosos deve ser muito mais frequente do que a dos cães e gatos adultos. 

“Com esses animais não podemos deixar as avaliações anuais igual acontece com os mais jovens. Para eles, as consultas podem variar de semestrais, trimestrais ou até mensais, dependendo da necessidade”, esclarece o diretor científico da SBGV.

Ainda segundo o profissional, o ideal é realizar consultas veterinárias, no mínimo, a cada seis meses. Entretanto, se houver condições preexistentes, como doenças crônicas, o acompanhamento pode ser ainda mais frequente. 

Porém, caso o tutor perceba qualquer mudança nos hábitos do animal, deve-se levá-lo ao veterinário o quanto antes, pois pets idosos estão mais predispostos a desenvolver doenças. 

“Perda de peso, mudanças no apetite, sede excessiva, dificuldade de locomoção, incontinência, desorientação e mudanças comportamentais indicam a necessidade de avaliação veterinária. Por mais que pets idosos sejam mais cansados, rabugentos e preguiçosos, esses sinais não devem ser considerados normais do envelhecimento e requerem atenção”, alerta o médico-veterinário.  

Enore também comenta que a atenção aos sinais de doenças pode fazer grande diferença na qualidade de vida do animal idoso. “Proporcionar um envelhecimento ativo e bem assistido é uma responsabilidade e um gesto de amor pelos animais que nos acompanham por tantos anos”, finaliza.

FAQ

Quais são as principais doenças que podem acometer pets idosos?
Existe uma longa lista de doenças que são comuns nos animais idosos. As mais recorrentes são as doenças articulares, como osteoartrites, insuficiência renal crônica, esteatose hepática, doença mixomatosa da valva mitral, diabetes, hipotiroidismo, hiperadrenocorticismo, câncer e afecções neurológicas, tal como, a disfunção cognitiva.

O que fazer no decorrer da vida para garantir uma boa velhice ao pet?
Os principais cuidados para proporcionar uma boa velhice aos cães e gatos idosos consiste em alimentação equilibrada, manutenção do peso adequado, estímulos físicos e cognitivos, check-ups veterinários regulares e prevenção de doenças infecciosas e parasitárias.

É verdade que existe Alzheimer Canino?
A disfunção cognitiva canina (DCC), chamada popularmente de Alzheimer Canino, é uma doença comum em cães idosos e pode afetar cerca de 28% dos cachorros entre 11 e 12 anos e mais de 60% dos que têm 15 anos ou mais. Seus sinais clínicos são variados, mas incluem desorientação, andar sem rumo, ficar preso em cantos, ter dificuldade para reconhecer ambientes familiares e passar a urina e defecar em locais inapropriados.

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