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Pets e Curiosidades

Como se deu a transformação dos gatos de selvagens para raças domésticas?

Criação seletiva de raças mudou a aparência e a saúde dos felinos ao longo dos anos, aponta especialista
Por Cláudia Guimarães
persa
Por Cláudia Guimarães

Gregor Mendel, o pai da genética, apresentou inúmeros avanços nos estudos genéticos, no fim do século XIX. E, agora, você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com os animais de estimação, foco deste portal, não é mesmo? Mas acompanhe o raciocínio com a gente!

Na mesma época do pai da genética, os humanos começaram a compreender e manipular a hereditariedade dos animais de maneira mais sistemática. No caso dos gatos, a prática visava modificar a aparência física sem analisar pontos importantes do bem-estar animal, resultando na criação de raças com características visuais específicas e, muitas vezes, complicações de saúde.

No livro “O Encantador de Gatos”, o especialista em comportamento felino e autor da obra, Jackson Galaxy, lembra que, na Era Vitoriana, as primeiras raças começaram a surgir a partir de cruzamentos voltados para fins estéticos, e não práticos. “Raças como persas, siameses e manxes ganharam popularidade em concursos e exposições, onde os juízes estabeleciam padrões de características físicas desejáveis, como o formato dos olhos e do rosto” cita.

Contudo, essa manipulação genética trouxe problemas de saúde. Gatos persas, por exemplo, sofrem com problemas respiratórios por conta do focinho achatado, enquanto os scottish fold têm articulações enfraquecidas pelas dobras nas orelhas, levando a doenças degenerativas. “Os humanos se tornaram mestres das marionetes na criação de gatos de raça, mas será que entendemos, realmente, o impacto disso no bem-estar desses animais?”, questiona o especialista. Ele ainda destaca que, enquanto se buscava moldar o exterior dos gatos, pouco se considerou os efeitos nas suas condições de vida.

Gatos da raça scottish fold têm articulações enfraquecidas pelas dobras nas orelhas,
levando a doenças degenerativas (Foto: reprodução)

Embora tenha trazido grande diversidade às raças, essa prática de criação seletiva também levantou preocupações sobre o bem-estar felino. “Ao limitar o patrimônio genético dos gatos, aumentam-se os riscos de mutações prejudiciais e doenças hereditárias. Hoje, essa questão ainda desperta debates, com organizações promovendo cuidados mais éticos e enfatizando o valor do bem-estar sobre a estética”, afirma. 

Galaxy também alerta que, apesar dos avanços na genética e na criação de raças, os desafios permanecem. “Precisamos refletir sobre como tratamos esses animais que trouxemos para o convívio humano. A verdadeira compreensão de um gato vai além de sua aparência; envolve respeito pela sua natureza e necessidades”, destaca. 

FAQ

Como a criação seletiva de gatos começou a ganhar destaque?
Na Era Vitoriana, cruzamentos especiais para características estéticas deram origem às primeiras raças, como persas e siameses, impulsionados por concursos e exposições.

Quais são os problemas de saúde associados à criação seletiva de raças felinas?
Gatos persas enfrentam problemas de proteção devido ao foco achatado, enquanto os scottish fold têm articulações enfraquecidas que levam a doenças degenerativas.

Por que a criação seletiva de gatos ainda gera debates?
Porque limita o patrimônio genético, aumentando os riscos de lesões adversas e doenças hereditárias, levantando questões éticas sobre priorizar o bem-estar felino em vez da estética.

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