Tutor deve apenas tomar alguns cuidados para cuidar dos animais durante o tratamento
Há mais animais de estimação no Brasil do que crianças: são cerca de 140 milhões deles, incluindo cães, gatos, aves, répteis e peixes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E, em plena pandemia causada pela Covid-19, a presença deles tem aplacado o distanciamento social. Além de fazer companhia e levar alegria para muitas casas, os pets também oferecem um importante suporte psicológico para quem passa por momentos difíceis ao longo da vida.
Para os pacientes em tratamento oncológico, conviver com os animais não só é seguro, mas, também, altamente recomendável, explica a hematologista e especialista em Medicina Integrativa, do Centro Paulista de Oncologia (CPO)/Oncoclínicas, Regina Chamon. “Além deste apoio emocional, os pets são ótimas companhias para os momentos de isolamento social, reduzindo os riscos de solidão e depressão. Ter um cão ou gato faz com que a gente invista tempo cuidando dele e isto pode nos manter ocupados, evitando uma atenção excessiva a informações alarmantes e que não são produtivas”, afirma a médica.
Segundo ela, pesquisas científicas já confirmam que o contato com os animais ajuda a liberar os chamados “hormônios do bem”, aumentando a produção de endorfina (considerada um analgésico natural) e serotonina (que atua no cérebro regulando humor, sono e apetite) e reduzindo as taxas de cortisol (relacionado ao estresse). Ainda assim, algumas espécies oferecem mais riscos e devem ser evitadas. E mesmo cães e gatos precisam de cuidados especiais para quem está em tratamento oncológico. “Nada que impeça os pacientes de terem os pets e aproveitarem da companhia”.
Entre os cuidados essenciais é sempre levar o animal ao veterinário para garantir que sua saúde esteja em dia. Também é preciso mantê-lo sempre limpo, com as unhas bem aparadas e vacinação e vermifugação atualizadas. “Evite lambidas principalmente em área que estejam com alguma ferida ou machucado ou, ainda, próximo a cateter ou outros dispositivos e na região do rosto”, destaca a profissional.
Também é indicado evitar mordidas e arranhões, já que isso pode levar a uma ferida que expõe a um maior risco de infecção, principalmente para as pessoas que estão com a imunidade alterada devido a tratamentos como a quimioterapia. “Se isso acontecer, lave bem a área afetada com água e sabão e fique de olho em qualquer sinal de infecção como vermelhidão, aumento da temperatura no local ou sinais de pus”, orienta. Ao cuidar da higiene e limpeza do animal o tutor deve utilizar luvas para evitar contato com urina e fezes e lavar bem as mãos assim que terminar a limpeza. “Se alguém puder ter este cuidado por você, ainda melhor”, salienta.
Como comentado por Regina, os pets são importantes companheiros durante o tratamento do câncer, principalmente quando o assunto é suporte emocional que eles trazem à pessoa que está em tratamento. No entanto, alguns animais trazem maior risco de infecção e, por isso, devem ser evitados. “São eles: répteis (cobras, iguanas, tartarugas), roedores (hamster, porquinho-da-índia) e aves, como galinha e pato. Estes animais com maior frequência podem transmitir um tipo de bactéria chamada Salmonela, que pode levar a infecções graves em quem tem o sistema imunológico comprometido. Outros animais exóticos, como macaco e chinchila, também devem ser evitados devido ao risco maior de mordidas e infecções. Também não é recomendado que um novo animal venha para casa ao longo do tratamento”, aponta.
Salvo os cuidados mencionados, todo paciente oncológico pode ter um animal de estimação. “Os pacientes submetidos a transplante de medula óssea devem ter cuidado redobrado devido ao sistema imune muito fragilizado no período logo após o transplante. Os cuidados também devem ser intensificados com as crianças em tratamento, sendo ideal ter sempre a supervisão de um adulto durante o contato com os pets”, finaliza.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.