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Clínica e Nutrição

Controle da pressão arterial é estratégia fundamental no tratamento do animal cardiopata

Por Equipe Cães&Gatos
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Por Equipe Cães&Gatos

Cerca de 10% dos atendimentos de rotina na clínica de pequenos animais envolvem cardiopatias, fator intimamente relacionado com o aumento da longevidade dos pets. Em muitos casos, a cardiopatia promove uma redução no débito cardíaco, que leva à ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), um sistema compensatório que tem como objetivo de manter a pressão sanguínea e redistribuir o sangue de maneira adequada para os órgãos vitais.

A médica-veterinária e gerente de Produtos Terapêuticos da Avert Saúde Animal, Tais Motta Fernandes, explica que o controle da pressão arterial por meio de bloqueio do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) é estratégia fundamental no tratamento do animal cardiopata, com o objetivo de prevenir o comprometimento da função cardíaca e manter o fluxo sanguíneo adequado para todos os tecidos do corpo, garantindo o fornecimento de nutrientes e oxigênio, e a remoção de CO2 e outros metabólitos.

“Independente da sua causa, progressão da doença cardíaca e as alterações hemodinâmicas promovidas pelo SRAA com uma cronicidade moderada acelera o processo de decréscimo da função cardíaca e tem como principal consequência a insuficiência cardíaca congestiva (ICC), caracterizada pelo edema pulmonar e de membros, ascite, efusão e congestão. Além disso, a vasoconstrição promovida pela ativação da angiotensina atua no aumento da pós-carga e reduz o débito cardíaco, desencadeando um refluxo valvar mais intenso”, destaca.

Cerca de 10% dos atendimentos de rotina na clínica de pequenos animais envolvem cardiopatias (Foto: reprodução)

A primeira escolha para o tratamento das doenças cardíacas na Medicina Veterinária, segundo a profissional, são os fármacos inibidores da ECA (enzima conversora de angiotensina), que atuam prevenindo a conversão de angiotensina I em angiotensina II ativa. “Desta forma, os iECA são responsáveis por diminuir a vasoconstrição periférica promovida pela angiotensina II e, também, inibir a reabsorção de água e de sódio estimuladas pela aldosterona”, discorre.

Apesar de não serem agentes vasodilatadores arteriolares puros, os iECA são capazes de modular a resposta neuro-hormonal da insuficiência cardíaca, uma característica muito vantajosa para uso em longo prazo, atuando de maneira positiva na redução da tosse e esforço respiratório, e na melhora da tolerância aos exercícios (Nelson e Couto, 2006).

Dentre essa classe de fármacos, o benazepril é o mais indicado para os pets, conforme mencionado pela veterinária, especialmente para os felinos e animais mais velhos. “O pico de inibição da ECA ocorre duas horas após a ingestão oral e ele é capaz de promover uma completa inibição da ECA por até 24h após sua administração. A sua excreção é hepática e renal nos cães, e predominantemente hepática nos gatos, sendo seguro para a utilização em pacientes que também apresentam problemas renais (Kitagawa et al., 2000; Ware, 2011)”, cita.

Estudos realizados com felinos portadores de doença renal crônica também demonstraram que o benazepril pode auxiliar na diminuição da deterioração renal, reduzindo consideravelmente a proteinúria destes animais (King et al., 2006). “A eficácia e a tolerabilidade da administração de benazepril a longo prazo na dose de 0,5mg/Kg SID em cães sintomáticos com ICC discreta à moderada foram estudadas no ‘The Bench Study Group’. O estudo demonstrou que os animais que receberam benazepril tiveram uma taxa de sobrevida 2.7 vezes maior em comparação ao grupo placebo, e os animais medicados melhoraram a tolerância ao exercício e as condições clínicas a curto prazo”, revela.

Os estudos e aprimoramento das melhores práticas farmacêuticas, assim como o desenvolvimento contínuo da Medicina Veterinária, para Tais, reforçam os benefícios que o benazepril traz aos pacientes que necessitam dos inibidores de ECA para a manutenção de sua saúde e bem-estar. “As formulações presentes no mercado facilitam a administração do fármaco e o ajuste de doses, aumentando a adesão ao tratamento e impactando de maneira positiva a longevidade dos animais”, encerra.

Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.

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