A população de animais domésticos no Brasil vem crescendo constantemente nos últimos anos. Em 2019, correspondia a 141,6 milhões, sendo 2,4 milhões a quantidade correspondente ao grupo de répteis e pequenos mamíferos. Dentre os últimos, estão os coelhos domésticos (Oryctolagus cuniculus), espécie que tem grande aceitação como pet por sua característica sociável e interativa, que se beneficia da companhia de outros animais ou de seus tutores e, apesar de serem presas para cães e gatos, podem ser bons companheiros dos mesmos.
Dos diversos parasitos que podem acometer coelhos, o Cryptosporidium spp. é de grande importância por afetar o trato gastrointestinal. Quando o hospedeiro ingere os oocistos, seus esporozoítos internos são liberados no intestino e estes infectam as células entéricas. Dentro destas, ocorre um desenvolvimento assexuado seguida de reprodução sexuada que irá dar origem aos oocistos, formas infectantes que serão eliminadas no ambiente por meio das fezes. Estas formas parasitárias evolutivas infectantes podem infectar outros animais ou o ser humano e dar continuidade ao ciclo biológico. A forma de transmissão e perpetuação dos oocistos é diversa, o que contribui para sua sobrevivência no ambiente. Eles são propagados principalmente pela via fecal-oral por conta de higiene inadequada e ingestão de água e alimentos contaminados. Além disso, podem ser disseminados pelo ambiente por meio do solo, ventos e, principalmente, por veiculação hídrica.
Para ler o artigo completo, acesse a edição de dezembro de 2020, em www.caesegatos.com.br.
Abaixo, as referências bibliográficas utilizadas pelos autores:
- Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET) [homepage na internet]. Mercado Pet Brasil 2019 – Folder institucional [acesso em 03 de outubro de 2020]. Disponível em: URL: http://abinpet.org.br/mercado/.
- Richardson, V. C. G., 2000. In: Rabbits – Health, Husbandry and Diseases, Chpt.: 1 (Husbandry), 9600 Garsington Road, Oxford OX4 2DQ – UK, Blackwell Publishing Company, ISBN 0-632-05221-x.
- Tzipori, S. e Widmer, G., 2000. Cryptosporidiosis and Microsporidiosis. Contrib Microbiol. Basel, Karger, v.6, pg. 1-32.
- Fayer, R.; Morgan, U.; Upton, S. J., 2000. Epidemiology of Cryptosporidium: transmission, detection and identification. International Journal for Parasitology, v.30, pg. 1305-1322.
- Xiao, L. e Ryan, U. M., 2004. Cryptosporidiosis: an update in molecular epidemiology. Curr. Opin. Infect. Dis., v.17, pg. 483-490.
- Ryan, U.; Fayer, R.; Xiao, L., 2014. Cryptosporidium species in humans and animals: current understanding and research needs. Parasitology, v.141, n.13, pg. 1667-1685.
- Kaupke, A.; Kwit, E.; Chalmers, R. M.; Michalski, M. M.; Rzezutka, A., 2014. An outbreak of massive mortality among farm rabbits associated with Cryptosporidium infection. Research in Veterinary Science.
- Zahedi, A.; Monis, P.; Gofton, A. W.; Oskam, C. L.; Ball, A.; Bath, A.; Bartkow, M.; Robertson, I.; Ryan, U., 2018. Cryptosporidium species and subtypes in animals inhabiting drinking water catchments in three states across Australia. Water Research, v.134, pg. 327-340.
- Shiibashi, T.; Imai, T.; Sato, Y.; Abe, N.; Yukawa, M.; Nogami, S., 2006. Cryptosporidium infection in juvenile pet rabbits. J. Vet. Med. Sci., v.68, n.3, pg. 281-282.
- Efstratiou, A.; Ongerth, J. E.; Karanis, P., 2017. Waterborne transmission of protozoan parasites: Review of worldwide outbreaks – An update 2011-2016. Water Research, v.114, pg. 14-22.
- Chalmers, R. M.; Robinson, G.; Elwin, K.; Hadfield, S. J.; Xiao, L.; Ryan, U.; Modha, D.; Mallaghan, C., 2009. Cryptosporidium sp. rabbit genotype, a newly identified human pathogen. Emerging Infectious Diseases, v.15, n.5, pg. 829-830.
- Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Cryptosporidiosis < https://www.cdc.gov/dpdx/cryptosporidiosis/index.html >. Acesso em: 03/10/2020.
- Robinson, G.; Wright, S.; Elwin, K.; Hadfield, S. J.; Katzer, F.; Bartley, P. M.; Hunter, P. R.; Nath, M.; Innes, E. A.; Chalmers, R. M., 2010b. Re-description of Cryptosporidium cuniculus Inman and Takeuchi, 1979 (Apicomplexa: Cryptosporidiidae): Morphology, biology and phylogeny. International Journal for Parasitology, v.40, pg. 1539-1548.
- Shi, K.; Jian, F.; Lv, C.; Ning, C.; Zhang, L.; Ren, X.; Dearen, T. K.; Li, N.; Qi, M.; Xiao, L., 2010. Prevalence, Genetic Characteristics, and Zoonotic Potential of Cryptosporidium Species Causing Infections in Farm Rabbits in China. Journal of clinical microbiology, v.48, n.9, pg. 3263-3266.
- Elliot, A.; Morgan, U. M.; Thompson, R. C. A., 1999. Improved staining method for detecting Cryptosporidium oocysts in stools using malachite green. J. Gen. Appl. Microbiol., v.45, n.3, pg. 139-142.
- Kotloff, K. L.; Nataro, J. P.; Blackwelder, W. C.; Nasrin, D.; Farag, T. H.; Panchalingam, S.; Wu, Y.; Sow, S. O.; Sur, D.; Breiman, R. F.; Faruque, A. S. G.; Zaidi, A. K. M.; Saha, D.; Alonso, P. L.; Tamboura, B.; Sanogo, D.; Onwuchekwa, U.; Manna, B.; Ramamurthy, T.; Kanungo, S.; Ochieng, J. B.; Omore, R.; Oundo, J. O.; Hossain, A.; Das, S. K.; Ahmed, S.; Qureshi, S.; Quadri, F.; Adegbola, R. A.; Antonio, M.; Hossain, M. J.; Akinsola, A.; Mandomando, I.; Nhampossa, T.; Acácio, S.; Biswas, K.; O’Reilly, C. E.; Mintz, E. D.; Berkeley, L. Y.; Muhsen, K.; Sommerfelt, H.; Robins-Browne, R. M.; Levine, M. M., 2013. Burden and aetiology of diarrhoeal disease in infants and young children in developing countries (the Global Enteric Multicenter Study, GEMS): a prospective, case-control study. Lancet, v.382, n.9888, pg. 209-222.
- Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Treatment < https://www.cdc.gov/parasites/crypto/treatment.html >. Acesso em: 03/10/2020.
- Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Prevention e Control < https://www.cdc.gov/parasites/crypto/prevention-control.html >. Acesso em: 03/10/2020.
- Dillingham, R. A.; Lima, A. A.; Guerrant, R. L., 2002. Cryptosporidiosis: epidemiology and impact. Microbes and Infection, v.4, pg. 1059-1066.