A Mpox, doença causada pelo vírus do gênero Orthopoxvirus, tem se tornado uma preocupação crescente não apenas para a saúde humana, mas também para a saúde animal. O CRMV-RJ enfatiza o papel essencial do médico-veterinário na identificação, prevenção e controle da doença em animais, além de destacar a importância de evitar maus-tratos aos animais, especialmente no contexto de surtos zoonóticos como esse.
Desde 2022, com a apresentação da cartilha “Mpox em Animais” pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), em parceria com a RedeVírus MCTI e o CRMV-SP, médicos-veterinários têm sido orientados sobre como lidar com possíveis casos de Mpox em animais. O material detalha procedimentos para identificar a manifestação da doença, isolar casos suspeitos e descartar resíduos de forma segura, além de guiar na coleta e envio de amostras para diagnóstico. A cartilha também lista os laboratórios da Rede Previr MCTI, aptos a realizar testes diagnósticos para animais.
A doença pode infectar diversos mamíferos, como roedores, cães, gatos e até mesmo animais de produção, o que reforça a necessidade de atenção redobrada por parte dos profissionais. Recentes relatos de transmissão da doença de responsáveis para seus cães, tanto na França quanto no Brasil, demonstram a relevância de medidas preventivas, como evitar o contato direto entre humanos infectados e seus animais de estimação. A transmissão pode ocorrer por contato direto ou indireto, como durante o manejo ou pelo compartilhamento de objetos contaminados.
A propagação do vírus para animais domésticos é uma preocupação, pois pode levar à infecção de animais periurbanos e silvestres, potencialmente criando novos reservatórios do vírus fora do continente africano. Dessa forma, o CRMV-RJ orienta que, em caso de suspeita ou confirmação da Mpox em humanos, o contato com animais deve ser evitado até a completa recuperação do indivíduo.
O diagnóstico da Mpox em animais deve ser confirmado por meio de testes laboratoriais específicos, como PCR e sequenciamento genético. Os resultados devem ser notificados às autoridades competentes, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde, para que as devidas ações sejam tomadas.
O CRMV-RJ também reforça a necessidade de os responsáveis e a população em geral não praticarem maus-tratos contra animais, especialmente em casos de surtos zoonóticos. O medo e a desinformação não devem levar a atitudes prejudiciais aos animais, que também são vítimas em potenciais surtos de doenças como a Mpox.
A vigilância e a atuação responsável dos médicos-veterinários são fundamentais para conter a disseminação da Mpox, proteger a saúde pública e garantir o bem-estar animal. O CRMV-RJ continua à disposição para orientar os profissionais e a sociedade, contribuindo para o controle da doença e a preservação da saúde de todos.
Fonte: CRMV-RJ, adaptado pela Equipe Cães e Gatos.
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