O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS) levou ao Fórum Mundial de Saúde Animal, organizado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), realizado na França na semana passada, um documento de extrema importância sobre a tragédia climática que assola o Estado gaúcho. Mauro Moreira, presidente do CRMV-RS, apresentou os dados alarmantes e solicitou apoio internacional para enfrentar os desafios decorrentes dessa crise.
O documento foi entregue ao delegado permanente do Brasil na OMSA, Marcelo Andrade, e descreve a calamidade enfrentada pelo Rio Grande do Sul. Segundo os dados divulgados pela Defesa Civil até 25 de maio de 2024, quando o documento foi apresentado no evento que celebrava o 100˚ aniversário da OMSA, havia 469 municípios afetados, mais de 79 mil pessoas em abrigos, mais de 538 mil foram desalojadas e mais de 12 mil animais resgatados.
“Iremos construir diretrizes que terão o olhar da equipe técnica da OMSA com a ajuda do chefe-adjunto do Departamento de Status da OMSA, Manoel Tamassia, que foi um dos responsáveis por elaborar o plano de enfrentamento ao desastre causado pelo furacão Katrina, ocorrido em 2005, nos Estados Unidos”, destacou Mauro Moreira, ao destacar a importância da parceria da organização mundial para o Estado gaúcho.
No documento, Mauro Moreira reforça a necessidade de união de esforços para chamar a atenção do mundo quanto à problemática dos animais desfavorecidos. “É imprescindível o apoio desta Organização, considerando sua magnitude e atuação com mais de 180 países filiados, os quais têm a preocupação com a segurança das questões sanitárias e o combate às doenças dos animais”, disse Moreira na carta aberta.
O dirigente também ressaltou a importância da Medicina Veterinária como parte da Saúde Única, que tem a obrigação de contribuir de forma organizada com os diversos atores que trabalham para enfrentar os complexos desafios de saúde vividos pela sociedade. “A saúde e o bem-estar das pessoas, dos animais e de todo o ecossistema estão interligados e dependem de parcerias eficazes e sustentáveis entre profissões, disciplinas e sociedades”, sustentou Moreira.
Desde o início da tragédia, as classes médico-veterinária e zootécnica do Estado têm trabalhado incansavelmente, muitas vezes de forma voluntária, para prover o bem-estar animal e social nos abrigos improvisados. “A grande maioria desses profissionais está trabalhando de forma voluntária, não medindo esforços para prover o bem-estar animal e social nos abrigos improvisados e necessitam de recursos financeiros para reerguer suas vidas e continuar prestando os cuidados e suporte necessário aos animais”, disse Moreira.
O presidente do CRMV-RS solicitou uma “NOTA” requerendo ao governo federal, estadual e municipal uma atenção especial e imediata, além do direcionamento de recursos financeiros aos profissionais que estão atuando diuturnamente para dar suporte e segurança na causa do bem-estar animal.
Fonte: CRMV-RS, adaptado pela Equipe Cães e Gatos.
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