Foi possível observar dias de fortes chuvas neste mês de fevereiro, provocadas pelo calor e pela alta umidade na atmosfera, que têm deixado várias cidades de São Paulo, por exemplo, em estado de alerta para alagamentos. As inundações causam muitos transtornos, além de aumentarem o risco de zoonoses – doenças ou infecções transmissíveis entre animais e seres humanos.
De acordo com o médico-veterinário membro da Comissão Técnica de Saúde Pública Veterinária do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), Luiz Henrique Martinelli Ramos, o excesso de chuvas pode provocar um aumento no número de casos de leptospirose.
“Isto ocorre principalmente porque a água invade as tocas e galerias que servem de moradia para as ratazanas, espalhando a bactéria causadora dessa doença. Portanto, todas as ações que evitem acúmulo de materiais em bocas de lobo, beira de córregos ou no leito d’água ajudam a minimizar a ocorrência da doença”, afirma Ramos.
A médica-veterinária que integra a Comissão Técnica de Saúde Ambiental do CRMV-SP, Ana Claudia Furlan Mori, explica que moradores de regiões próximas a áreas de alagamento devem ficar atentos e tomar os cuidados necessários para evitar a contaminação da água, do solo e até mesmo dos alimentos com a urina de roedores portadores da Leptospira.
Proteção. Ramos também recomenda evitar andar por áreas alagadas. “Se for necessário entrar em contato com a água, o ideal é utilizar vestimentas e calçados adequados, como botas de borracha, evitando, assim, as chances de contaminação”, orienta.
Além da proteção individual, é indicado descartar todos os alimentos que estavam abertos ou que tiveram contato com a água contaminada e higienizar os utensílios de cozinha com água sanitária.
O médico-veterinário reforça que, além da leptospirose, o acúmulo de água favorece a transmissão de outras doenças como dengue, zika e chikungunya. “Essas zoonoses têm grande impacto na Saúde Pública e cada um deve fazer a sua parte para evitar sua proliferação”, observa.
Segundo Ana Claudia, “o controle das zoonoses está diretamente relacionado com o nível de exposição da população, às condições de manejo ambiental, à espécie animal envolvida, às ações da vigilância epidemiológica e à vacinação nos casos de doenças imunopreveníveis”.
Além desses cuidados individuais, é preciso proteger os animais de estimação. Cada espécie de animal doméstico tem a sua particularidade no que se refere à susceptibilidade e transmissão de doenças. “Entre os pets, os cães são os que nos trazem maior preocupação, pois também são susceptíveis à leptospirose”, explica Luiz Henrique Ramos.
Fonte: CRMV-SP, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
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