A higiene oral dos animais de estimação é, muitas vezes, deixada de lado, mas a escovação dos dentes é essencial. Não apenas assegura a saúde bucal, mas também previne complicações que podem afetar o bem-estar geral do animal. “Em cães, o problema mais comum é o acúmulo de tártaro, enquanto em gatos, são a gengivite e a estomatite, inflamações que afetam a gengiva, os lábios e o interior da boca”, explica o médico-veterinário Danilo Lima Gonçalves.
Para prevenir tais problemas, o ideal é incluir o cuidado bucal à rotina. “Os tutores devem escovar os dentes de seus pets diariamente, se possível”, destaca a médica-veterinária Fernanda Binati. Segundo ela, é essencial utilizar escovas ou dedeiras próprias para a boca do animal e pasta de dente específica, sem flúor, possibilitando aos pets engolir sem causar prejuízos à saúde.
Como começar?
A introdução da escovação deve ser feita gradualmente. “Inicialmente, o tutor deve aplicar a pasta de dente para animais no dedo e ir massageando suavemente a gengiva e os dentes. Após cerca de uma semana, quando o animal já estiver acostumado, é possível passar para o uso de uma dedeira ou de uma gaze para realizar a fricção mecânica. Depois isso, o tutor já pode começar a utilizar uma escova própria para animais”, explica o médico veterinário.
Além da escovação, que é a mais eficaz, existem algumas medidas que podem auxiliar na manutenção da saúde bucal do animal. Uma delas, de acordo com Fernanda, é oferecer petiscos roedores de qualidade, os quais podem ajudar na prevenção do acúmulo de placas de tártaro. Além disso, existem produtos que podem ser adicionados à água, os quais auxiliam na diminuição da formação de bactérias.
É fundamental também realizar uma avaliação anual no veterinário para acompanhamento. “É pouco comum que ocorra a formação de cálculo dentário antes dos dois anos. Por essa razão, é ideal que o tutor comece a levar o animal para avaliação a partir dessa idade”, explica Danilo.
Cães menores precisam de mais atenção
As raças com focinho mais curto, segundo o médico veterinário, como pug, shih-tzu, persa, e cães de pequeno porte, como lhasa e yorkshire, têm uma predisposição genética a desenvolver mais cálculo dentário devido à proximidade dos dentes.
Atenção aos sinais
É fundamental estar atento aos comportamentos que podem indicar problemas dentários nos pets. Se o animal demonstrar desconforto ao tocar na boca ou recusar comida ou água, é importante levá-lo ao veterinário para cuidados dentários profissionais. O mesmo deve ser feito se houver o acúmulo excessivo de placas de tártaro e gengivas inflamadas e sangrando.
Além disso, “vômitos, diarreia, apatia, se esconder e secreção nasal ou ocular também podem ser sinais de problemas dentários”, alerta Danilo.
Fonte: Casa Pino, adaptado pela Equipe Cães e Gatos.
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