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Pets e Curiosidades, Destaques

Cuidados com as fêmeas: É possível um cio após castração?

Veterinária explica que caso é raro, mas pode acontecer e alerta em relação à escolha de um profissional capacitado para o procedimento
Por Cláudia Guimarães
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Por Cláudia Guimarães

A castração de cães e gatos, independente do sexo, é uma das principais indicações dos médicos-veterinários nos cuidados com os animais. Além de contribuir para o controle populacional, o procedimento oferece uma série de benefícios, como prevenção de doenças, por exemplo, câncer de mama, piometra e câncer de próstata. Mas o que fazer quando a fêmea é castrada, mas, ainda assim, continua entrando no cio?

Antes de desvendar por que isso pode acontecer em alguns pacientes, a médica-veterinária membro do Grupo Afrovet, Thayná Albino Cardoso, considera válido abordar questões como o início do cio das cadelas e gatas e como é realizada a cirurgia de castração.

Ela explica que o primeiro cio da fêmea ocorre a partir da maturidade sexual, geralmente, entre seis e 12 meses, contudo, não há um período específico ou determinado para esse evento. “Cadelas de pequeno porte tendem a se desenvolver precocemente em comparação às fêmeas de grande porte”, informa.

Segundo a profissional, os tutores das cadelas podem observar alguns sinais indicativos desse período, tais como aumento de volume na região da vulva, secreção vaginal, comportamento de carência, agressividade, agitação e, até mesmo, atração por machos, além de lambeduras genitais constantes, que são comportamentos típicos desse período. 

“Em relação às gatas, é possível observar um comportamento mais carente, com busca intensificada por atenção e miados mais altos. Os felinos têm o costume de se esfregar constantemente em alguns locais, expondo a genitália. Esses comportamentos são indicativos do ciclo reprodutivo, revelando sinais específicos nas fêmeas que os tutores podem observar para compreender o momento em que seus animais entram no período de cio”, esclarece.

Cio após a castração está relacionado com o ovário remanescente, que significa persistência do ovário ainda na cavidade abdominal, mesmo após a cirurgia (Foto: reprodução)

O procedimento

A castração em fêmeas, segundo Thayná, é um procedimento cirúrgico que ocorre na região abdominal. “Inicialmente, é realizada a antissepsia local, seguida por uma incisão na região média do abdômen, atingindo o subcutâneo e a musculatura. Em seguida, localiza-se o corpo uterino, ligamento largo ou redondo, tracionando-o delicadamente para a cavidade abdominal. A identificação dos ovários é feita, seguida pela realização de três ligaduras na região do pedículo ovariano, tanto no lado direito quanto no esquerdo”, descreve.

Após esses procedimentos, uma ligadura é realizada no corpo uterino, permitindo a remoção completa do ovário e do útero. “O tempo estimado para a retirada dos pontos é entre dez e 15 dias, garantindo uma recuperação adequada e minimizando qualquer desconforto pós-operatório. Este método cirúrgico visa não apenas o controle reprodutivo, mas também proporciona benefícios à saúde e ao comportamento da fêmea. É importante ressaltar que a castração deve ser realizada por profissionais capacitados, assegurando um procedimento seguro e eficaz para o animal”, destaca.

Para evitar problemas, ao decidir pela castração, é essencial garantir a escolha de um local adequado para a realização do procedimento (Foto: reprodução)

Cio após castração

Voltando a essa questão apresentada no início do texto, como é possível fêmeas que foram castradas ainda apresentarem sinais que indicam o período do cio? Thayná observa que esse fator está relacionado com o ovário remanescente, que significa persistência do ovário ainda na cavidade abdominal, mesmo após a cirurgia. “Esses casos são raros, mas podem acontecer. É necessário realizar exames de citologia vaginal e ultrassom abdominal para detectar esse ovário. A partir do momento que é localizado um ovário remanescente dentro do abdômen, é necessária uma nova intervenção cirúrgica”, revela.

Quando isso ocorre, de acordo com Thayná, significa que o animal passou por uma técnica cirúrgica inadequada, com dissecção incompleta dos ovários, que pode estar relacionada com a inexperiência do profissional que realizou a cirurgia. 

Pensando nisso, a veterinária diz aos tutores e cães e gatos que, ao decidir pela castração, é essencial garantir a escolha de um local adequado para a realização do procedimento. “Buscar um profissional qualificado é fundamental para assegurar um prognóstico positivo, evitando complicações para a fêmea após a cirurgia. Também é importante destacar que qualquer procedimento cirúrgico, de fato, apresenta seus riscos. Por essa razão, a realização de exames de sangue e o acompanhamento do sistema cardíaco do paciente são necessários, independentemente de sua idade”, cita.

Ao adotar essas precauções, Thayná acredita que os tutores estão agindo de maneira responsável, priorizando a saúde e o bem-estar de suas fêmeas. “Essa abordagem cuidadosa e proativa contribui para um processo cirúrgico mais seguro e uma recuperação mais tranquila, minimizando os riscos associados à castração”, reforça.