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Pets e Curiosidades, Destaques

Dia do Cão-Guia celebra parceria e conscientização sobre desafios legais e sociais

Porta-voz do Instituto Adimax, que treina e disponibiliza esses animais a pessoas com deficiência visual, comenta os processos de treinamento
Por Cláudia Guimarães
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Por Cláudia Guimarães

A última quarta-feira do mês de abril marca o Dia do Cão-Guia, quando celebramos não apenas a parceria valiosa entre humanos e cães, mas, também, refletimos sobre os desafios enfrentados pelos usuários desses animais. Um desses desafios é a persistente falta de conhecimento da sociedade sobre a legislação que garante o pleno acesso dos cães-guia a todos os espaços públicos e privados de uso coletivo. Apesar da Lei Federal 11.126/2005, regulamentada pelo Decreto 5.904/2006, que assegura esse direito, muitos ainda enfrentam obstáculos e discriminação.

O gerente Geral do Instituto Adimax, que treina e disponibiliza cães-guias a pessoas com deficiência visual, Thiago Pereira, comenta que o trabalho da entidade consiste em contribuir com a inclusão social por meio do cão-guia em diversas esferas da sociedade. “Por isso, além do treinamento e entrega dos cães, nossas atividades também consistem em palestras informativas e educativas, vivências, dinâmicas de grupos e ações de divulgação para conscientização e engajamento de pessoas para a causa. Além disso, realizamos diariamente visitas monitoradas em nossa estrutura, permitindo que as pessoas possam conhecer de perto todo o nosso trabalho”, conta.

Um exemplo desses eventos ocorreu no último sábado, dia 24 de abril, em uma celebração adiantada do Dia Internacional do Cão-guia (20), quando houve um Encontro de Usuários de Cães-guias do Instituto Adimax. “O evento reuniu 21 usuários e além do momento de soltura dos cães, também contou com a participação do Rodrigo Capita, Capitão da equipe do Magnus Futsal, que fez um bate-papo sobre Liderança. Hoje, dia 24, também teremos um Encontro de Famílias Socializadoras, que seguirá a mesma programação com a participação do Rodrigo Capita”, comenta Thiago.

As famílias socializadoras recebem o cão em treinamento em seu lar e são responsáveis por apresentar o mundo a ele durante um período de um ano (Foto: divulgação)

Treinamento e entrega

O processo de treinamento do cão-guia é de, aproximadamente, 1 ano e 8 meses até que ele seja entregue para o seu futuro tutor. “Atualmente, para o processo de socialização, atendemos as cidades de: Salto de Pirapora, Sorocaba, Votorantim, Araçoiaba da Serra, Pilar do Sul, Salto, Itu, Campinas e Indaiatuba”, lista.

O porta-voz do Instituto Adimax revela que o treinamento de um cão-guia tem início com a socialização do filhote e, para isso, é preciso o auxílio de famílias voluntárias que recebem o cão em seu lar e são responsáveis por apresentar o mundo a ele durante um período de, aproximadamente, um ano. “Após esse período, o cão retorna ao Instituto e inicia o treinamento específico junto ao instrutor. Por fim, quando o cão é formado como cão-guia, a escolha do beneficiário acontece com base no perfil do cão, buscando sempre a compatibilidade de ambos. Depois disso, a pessoa o recebe no Instituto e permanece em nosso hotel por um período de 15 dias. Dessa forma, é realizado um treinamento intensivo com a dupla, passando por diferentes situações e ambientes, visando a adaptação de ambos”, explica.

Quando o cão é formado como cão-guia, a escolha do beneficiário acontece com base no perfil do cão, conforme exposto por Thiago, buscando sempre a compatibilidade de ambos. “Esse processo de escolha é realizado pela nossa Equipe Técnica juntamente com a nossa Assistente Social. Algumas características do candidato que são importantes nessa avaliação são: altura, peso, velocidade de andar e personalidade”, menciona.

Segundo Thiago, o cão-guia promove liberdade, segurança, autonomia, independência e inclusão social para a vida das pessoas com deficiência visual. “Além disso, através desses benefícios, consequentemente, aumenta a autoestima dessas pessoas e amplia as oportunidades na sociedade”, salienta.

Próximos projetos do Instituto

O executivo anuncia que o Instituto Adimax tem como objetivo futuro ampliar o seu raio de atendimento para, dessa forma, atender cada vez mais pessoas, e continuar ampliando cada vez mais o número de cães-guias entregues, prezando, acima de tudo, pela excelência no treinamento dos cães e na prestação de serviço para a sociedade. “Por meio disso, buscamos promover cada vez mais autonomia, segurança e inclusão social para a vida das pessoas com deficiência visual, bem como fomentar o conhecimento e a conscientização da sociedade sobre essa causa tão importante e que transforma tantas vidas”, declara.

Atualmente, a principal forma de apoiar esse trabalho é por meio da socialização, que é uma das etapas mais importantes no treinamento de cães-guias. “Nessa fase, a família voluntária terá a responsabilidade de apresentar o mundo ao filhote. Além disso, também existe a possibilidade de outras empresas contribuírem e apoiarem o nosso trabalho financeiramente por meio do Projeto Adote um Futuro Cão-guia”, frisa.

Compartilhando experiências

“Minha experiência com o cão-guia é a melhor possível. Um cão-guia transforma a vida de uma pessoa. Inclui socialmente e aproxima ainda mais as pessoas. O meu cão-guia, atualmente, é o Willy, estamos juntos há dois anos e a nossa dupla está dando certo, pois somos muito ligados um ao outro e a cada pessoa que recebe o seu cão no Instituto Adimax, eu sinto como se estivesse recebendo o Willy novamente. Muitos sonhos tornando-se reais” – Katia Garcia, usuária do cão-guia Willy.

“Graças ao meu cão-guia, sou capaz de me locomover com confiança e segurança em diversos ambientes, o que me permite realizar tarefas cotidianas de forma mais eficaz e sem depender constantemente de terceiros. A sua assistência é fundamental para superar obstáculos e encontrar rotas seguras. Além disso, o cão-guia facilita a minha interação social. Ele é um verdadeiro facilitador nas interações com outras pessoas, abrindo portas para novas conexões e ajudando na quebra de barreiras que poderiam surgir devido à minha deficiência visual” – Ricardo Pedroso, usuário do cão-guia Logan.

“Ano passado, fiquei alguns meses sem cão, porque estava aguardando reposição, e percebi, de forma muito clara, como a presença do cachorro faz diferença na minha vida. Foram meses difíceis, em que eu me desgastava muito para fazer as coisas mais simples. E me sentia muito mais insegura para tudo. Além disso, o Dia Internacional do Cão-guia é muito importante, pois dessa forma, é possível chamarmos a atenção das pessoas para a causa do cão-guia e cria também a oportunidade de trazermos o tema à tona, visto que, ainda há muito desconhecimento no Brasil e precisamos falar muito para conscientizar as pessoas sobre a importância desses cães nas nossas vidas e também sobre os nossos direitos” – Maria Villela, usuária do cão-guia Venom e Presidente da União Nacional de Usuários de Cães-guia (UNUCG).

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