- PUBLICIDADE -
Clínica e Nutrição

Diabetes em pets: Como prevenir e tratar o problema?

Existem, basicamente, dois tipos de diabetes que podem acometer os animais e a doença costuma ser diferente em cães e gatos
Por Danielle Assis
Diabetes em pets: Como prevenir e tratar o problema?
Por Danielle Assis

A diabetes é uma doença comum entre os seres humanos. Porém, infelizmente, também pode acometer os cães e gatos e requer atenção dos tutores. 

Raças como poodle, schnauzer, border collie, spitz alemão e maltês possuem uma maior incidência da doença (Foto: reprodução)

A médica-veterinária mestre em clínica médica de pequenos animais e pós-graduada em endocrinologia e metabologia de pequenos animais, Paula Nassar De Marchi, explica que essa enfermidade é muito frequente em ambas as espécies, mas nos caninos algumas raças são mais predispostas. 

“No caso dos cães, raças como poodle, schnauzer, border collie, spitz alemão e maltês possuem uma maior incidência da doença. Já não felinos não existe uma predisposição racial”, afirma. 

Com relação a faixa etária, a profissional comenta que há um maior acometimento entre pets de sete a nove anos, que são animais de meia idade a idosos. Contudo, também existe a incidência de diabetes juvenil, embora seja menos comum. 

Tipos de diabetes

Existem atualmente pelo menos dois tipos de diabetes que podem acometer os animais, a diabetes mellitus insulino-dependente (DMID) e a diabetes mellitus não insulino-dependente (DMNID) (SILVA, 2014). 

De acordo com Paula, os cães costumam apresentar um quadro de diabetes mellitus semelhante ao tipo I em humanos, enquanto os gatos geralmente desenvolvem um quadro parecido ao tipo II. 

“É importante enfatizar que essa classificação da diabetes mellitus nos animais não é idêntica à dos seres humanos. Por isso, podemos fazer apenas uma analogia e não dizer que é exatamente a mesma coisa” esclarece a doutora.

Alguns fatores como obesidade, tipo de dieta, uso de algumas medicações, pancreatite, doença periodontal, entre outras, estão relacionados ao desenvolvimento da diabetes (Foto: reprodução)

A diabetes mellitus insulino-dependente é caracterizada por uma deficiência absoluta de insulina, sendo causada por um ataque autoimune maciço às células beta pancreáticas. Essa é a forma mais comum em cães (SILVA, 2009). 

Já a diabetes mellitus não insulino-dependente é equivalente a diabetes mellitus tipo II em humanos. Nesse caso existem níveis de insulina normais ou até acima do normal, contudo não há resposta de insulina à administração de glicose (CORRÊA; GONZÁLEZ; SILVA, 2010).   

Alguns fatores de risco estão associados ao desenvolvimento dessas duas variações de diabetes. “Obesidade, tipo de dieta, uso de algumas medicações, como as que possuem corticoide e progesterona, pancreatite, doença periodontal, infecções e doenças hormonais, como a síndrome de cushing em cães e o hipertireoidismo em gatos, são os mais comuns”, exemplifica De Marchi. 

Sintomas e diagnóstico da diabetes nos animais 

Os cães e gatos que estão na fase inicial da diabetes, muitas vezes, podem parecer saudáveis e ter um peso estável. Esses são classificados como diabéticos subclínicos e a enfermidade apenas é identificada em exames de rotina (SILVA, 2014). 

No entanto, em diversos casos é possível perceber algumas mudanças nos animais em casa. “Os tutores geralmente notam um aumento na ingestão de água e no volume urinário. Também pode acontecer perda de peso, mesmo com o aumento de apetite”, comenta a médica-veterinária.  

Os tutores geralmente notam um aumento na ingestão de água e no volume urinário no pet diabético (Foto: reprodução)

O diagnóstico da diabetes é feito em uma associação dos sinais clínicos com exames laboratoriais. Segundo a doutora, a aferição de glicemia e a urinálise são as técnicas mais utilizadas para detectar a doença. 

A concentração de progesterona sérica também é um exame recomendado no caso de cadelas não castradas. O motivo é a diabetes mellitus induzida por progesterona secundária ao hormônio do crescimento no diestro, que é uma das fases do cio nas fêmeas (SILVA, 2009). 

Como tratar? 

O sucesso no manejo de animais diabéticos é determinado a partir da manutenção de um escore corporal estável e da atenuação dos sinais clínicos, como sede excessiva, micção em maior quantidade e fome (COOK, 2012). 

Paula Nassar afirma que para tratar a diabetes nos cães e gatos é preciso utilizar insulina e realizar mudanças no manejo alimentar. “Em casa os tutores devem fazer a aplicação correta da insulina, inclusive respeitando os horários de administração, e evitar fornecer alimentos fora do período indicado e que não façam parte da dieta prescrita”, explica a profissional.  

Para tratar a diabetes nos cães e gatos é preciso utilizar insulina e realizar mudanças no manejo alimentar (Foto: reprodução)

A médica-veterinária acrescenta que outro cuidado por parte dos tutores é a monitoração dos sinais clínicos, sendo importante observar qualquer mudança no comportamento do animal. Também deve-se realizar aferições de glicemia semanais. 

Além disso, na fase inicial do tratamento o cão ou gato precisa passar por acompanhamento veterinário a cada 15 a 21 dias até se atingir um controle adequado da diabetes. “Após a doença estar controlada, o ideal é realizar consultas a cada seis meses. No entanto, vale lembrar que o protocolo de tratamento é individual e pode variar de acordo com diversos aspectos de cada animal”, finaliza De Marchi. 

REFERÊNCIAS 

COOK, Audrey K. Monitoring Methods for Dogs and Cats with Diabetes Mellitus. Journal of Diabetes Science and Technology, Texas, v. 6, n. 3, p 491 – 495, maio 2012. 

CORRÊA, M.N.; GONZÁLEZ, F.H.; SILVA, S.C. Transtornos Metabólicos dos Animais Domésticos. Editora da Universidade Federal de Pelotas, 2010. 

SILVA, Mariana de França Oliveira. Diabetes Mellitus Canina e Felina. Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2009. 

SILVA, Rafaela Amarante. Aspectos clínicos e patológicos da diabetes melittus em cães e gatos. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2014.

FAQ

Como prevenir a diabetes nos animais?
Não existe nenhuma maneira de prevenir 100% a diabetes em cães e gatos, porém alguns cuidados podem ajudar. O ideal é manter um escore corporal adequado, fornecer alimentação saudável e de qualidade, calcular a quantidade de ração diária, não abusar na oferta de petiscos, não utilizar injeções anticoncepcionais e evitar o excesso de medicações que contenham corticoide.

A diabetes tem cura nos pets?
Nos gatos, por conta do tipo de diabetes que costumam desenvolver, é possível alcançar a remissão. Entretanto, no caso dos cães não há cura.

Quais são os sintomas de um cão com diabetes?
Os sintomas mais comuns nos cães com diabetes são aumento da ingestão de água, frequência de micção e apetite e perda de peso. No entanto, também pode acontecer do animal ficar mais apático, dormir em excesso e apresentar pelos ralos, secos e sem brilho.

Compartilhe este artigo agora no

Siga a Cães&Gatos também no