Entre dor, instabilidade articular e expectativas do tutor, o cão com displasia coxofemoral exige decisões clínicas amparadas por evidências, técnica e timing adequados. O manejo ideal resulta da integração precisa entre diagnóstico ortopédico, indicação cirúrgica e reabilitação individualizada, com foco funcional e prognóstico a longo prazo.
A displasia coxofemoral (DCF) continua a ser um dos principais desafios ortopédicos na rotina clínica de pequenos animais. Com evolução multifatorial, cronicidade progressiva e impacto funcional relevante, seu tratamento exige precisão diagnóstica, planejamento cirúrgico criterioso e protocolos de reabilitação adaptativos.
Nesta edição, dois especialistas trazem visões complementares: o cirurgião Dr. Douglas Renato Cleto, do Hospital Veterinário Bionicão, e o fisiatra Dr. Tiago Ladeiro de Almeida, professor e coordenador de reabilitação animal.
Identificação clínica e avaliação inicial
Os sinais clínicos que precedem o diagnóstico de DCF são variados, mas frequentemente subestimados. “Manifestações como claudicação intermitente, andar em coelho, dificuldade para subir escadas ou levantar-se após repouso e atrofia muscular já são marcadores que justificam a avaliação ortopédica precoce”, explica o Dr. Tiago Ladeiro.
O exame físico ortopédico detalhado deve incluir goniometria, perimetria, escalas de dor validadas e testes funcionais. A base da confirmação diagnóstica, contudo, está na imagem. “Radiografias com posicionamento correto são indispensáveis para classificar o grau de displasia, mas o teste de Ortolani também orienta quanto à instabilidade articular”, complementa o Dr. Douglas Cleto.

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