O documentário turco ‘Gatos’ traz uma reflexão curiosa. Um dos entrevistados diz que enquanto os cães acham que os seres humanos são deuses, os gatos sabem que não. As pessoas seriam meros intermediários entre o profano e o sagrado. Por isso, os felinos seriam mais independentes, prezando mais a liberdade de não ter um dono.
Segundo o documentário, os felinos são capazes decurar tormentos da alma (Foto: reprodução)
A rica observação é apenas um dos motivos para assistir à obra de Ceyda Torun. Ela elege sete gatos, entre as centenas de milhares de Istambul que, sem proprietários, circulam e se relacionam com o seu entorno, constituindo autênticos personagens de uma metrópole pulsante, em que o porto, a especulação imobiliária e certo ar provinciano convivem.
O encanto do filme está na maneira como são articuladas as imagens dos gatos, se espreguiçando, caçando alimento, disputando espaço, recebendo carinhos e os habitantes da cidade. Há depoimentos tocantes, como os que atribuem aos felinos a capacidade de indicar a presença de dinheiro ou ainda de curar tormentos da alma.
Os entrevistados são das mais diversas origens: artista plástica, criador de doces, dono de restaurante, enfim, pessoas que dão aos gatos, cada um dentro de suas referências, distintos olhares. Falando em olhos, essa parte do corpo dos felinos é ressaltada ao longo da edição. Afinal, são eles que, sem adoração, nos lembram que não somos deuses.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.