Cláudia Guimarães, da redação
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Cães e gatos estão expostos a possíveis enfermidades gengivais, também conhecidas como doenças periodontais, cuja incidência em cães varia entre 44-64%. Em alguns casos, de acordo com a médica-veterinária e coordenadora de Comunicação Científica da Royal Canin do Brasil (Descalvado/SP), Luciana Peruca, características particulares podem tornar os pets ainda mais propensos ao desenvolvimento deste problema. É o caso dos cães de porte pequeno, com menos de 10kg de peso vivo quando adulto, que possuem uma mandíbula menor, aumentando a proximidade entre os dentes e tornando mais provável o acúmulo de restos alimentares, bactérias e, por fim, de cálcio.
Embora a doença gengival em humanos tenha sido amplamente estudada, a pesquisa sobre a condição em cães ainda é limitada. Para inovar e conceber soluções de cuidados bucais eficazes para a espécie, a natureza única e os mecanismos específicos subjacentes às suas doenças orais precisam ser compreendidos. Apesar disso, os resultados obtidos com humanos podem ser um bom início para as reflexões e pesquisas.
Avaliação tradicional a olho nu é menos precisacomparada ao novo método (Foto: reprodução)
Foi com base neste conceito que o Centro de Pesquisa Waltham, parte da multinacional Mars Incorporated, começou a investigar o papel das bactérias na doença gengival em animais de companhia, em uma série de projetos distintos.
Pesquisadores da Waltham investigaram a aplicabilidade de um método, originalmente desenvolvido para pesquisa humana, chamado Fluorescência Quantitativa induzida por Luz (QLF), na pesquisa em saúde bucal canina. De acordo com Luciana, o método utiliza um sistema de imagem com câmeras especializadas para visualizar a placa nos dentes, sendo a quantidade da placa contemplada e, então, avaliada por meio de um software de computador, para medir a placa dentária em animais de estimação.
A equipe comparou a técnica QLF com métodos de avaliação mais tradicionais feitos a olho nu para ver se seria mais preciso, segundo a médica-veterinária. “Em geral, a análise computadorizada teve uma execução melhor do que uma avaliação puramente visual”, destaca.
Waltham demonstrou que a técnica QLF é sensível, repetível e reprodutível na avaliação da retirada de placas em cães. Alinhada a uma abordagem científica cuidadosa, bem como com as diretrizes 3Rs para pesquisa em animais (do inglês Reduction, Replacement, Refinement: redução, substituição e refinamento), a sensibilidade da técnica QLF, como explana a profissional, significa que são necessários menos animais para testar a eficácia dos produtos de higiene bucal em comparação com as técnicas tradicionais de medição de placas.
Leia a reportagem sobre o estudo de Waltham, aqui.