Aquele pet gordinho até parece fofinho aos olhos do seu tutor, mas pode não ser saudável. A obesidade em animais de estimação é uma preocupação crescente entre tutores e profissionais de saúde animal. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET), aproximadamente 30% dos cães e gatos no Brasil estão acima do peso ideal. Segundo o zootecnista Marco Túlio Almeida, este problema pode ser agravado por uma alimentação inadequada e falta de atividade física.
Uma solução para estes casos, diz o especialista, é a alimentação natural, mas é importante salientar que a alimentação dos animais não é igual a dos seres humanos. Assim como acontece com a gente, a mudança da dieta do seu bichinho deve ser recomendada e supervisionada por um profissional nutricionista animal.
Identificando o sobrepeso
O zootecnista explica que as principais causas da obesidade em pets são semelhantes às dos humanos, e algumas condições podem aumentar as chances. “A alimentação inadequada, muitas vezes muito calórica ou em excesso, a falta de atividade física, a idade avançada, animais castrados, que têm menor taxa metabólica e hormonal, além e fatores genéticos, como o hipotireoidismo, são alguns dos casos que predispõem os pets à doença’’, explica.
Para identificar se um pet está acima do peso ideal, Almeida recomenda uma avaliação visual e palpação do animal, além do ECC (Escore de Condição Corporal), uma medida utilizada para determinar a condição nutricional dos animais, com base na massa de gordura e cobertura muscular. “Podemos observar o acúmulo de gordura, principalmente na base da cauda e ao redor do pescoço, e a presença palpável de ossos nessas regiões. Nessa situação, atribuímos escalas de condição corporal, por exemplo, de 1 a 9, onde 1 é muito magro e 9 é obeso. Dessa forma um ECC entre 4 e 5 é considerado ideal.”
Fatores de risco
A obesidade em pets está associada a outras condições de saúde, como doenças cardíacas, pressão alta, problemas nas articulações, respiratórios, diminuição da expectativa de vida e menor qualidade de vida. “Assim como nos humanos, existem comorbidades que podem evoluir com o excesso de peso, e isso, atrelado a doenças comuns em algumas raças, como a displasia, por exemplo, pode ser um grande fator de risco”, alerta o profissional.
Segundo o zootecnista, além da alimentação, outras estratégias podem ajudar um pet a perder peso. “Uma dieta específica para cada animal e personalizada para atingir um objetivo é recomendada. Exercícios físicos como caminhadas regulares, brincadeiras ativas e exercícios específicos também são importantes.’’
Faça seu pet se mexer
O enriquecimento ambiental e as brincadeiras ativas são essenciais para manter os pets fisicamente ativos e mentalmente estimulados. Estudos recentes, como o publicado no “Journal of Veterinary Behavior” em 2022, demonstram que essas atividades não apenas ajudam na perda de peso, mas também melhoram o bem-estar geral dos animais, reduzindo comportamentos destrutivos e promovendo uma vida mais saudável e feliz. ‘’Essas atividades enriquecedoras como o comedouro lento, que incentiva o raciocínio, a precisão e a calma, podem ajudar no processo de emagrecimento já que gastam a energia acumulada do animal’’, resume Almeida.
Para cães, atividades como buscar bolinhas, brincar com frisbees, oferecer brinquedos de roer, incentivar práticas de busca de farejo e utilizar brinquedos interativos que liberam petiscos podem ser muito eficazes. Já para gatos, arranhadores, brinquedos com penas, elásticos no chão e caixas de papelão são ótimas opções para mantê-los ativos.
Alimentação que ajuda
A alimentação natural tem sido cada vez mais utilizada como aliada para casos de sobrepeso em pets, principalmente por se tratar de uma composição alimentar mais saudável. “Já percebemos um aumento da procura pelos tutores, e quando falamos em pets obesos, estamos falando de melhoras significativas, como aumento da disposição, diminuição da gordura corporal e até um apetite maior e mais rico em nutrientes’’, detalha Maria Mattos, sócia-diretora da Pet Chef Chico.
Almeida alerta que os tutores devem realizar uma análise clínica nos pets obesos antes de qualquer coisa, para obter um objetivo mais claro possível durante o processo de emagrecimento. ‘’Primeiramente, deve-se avaliar clinicamente o pet, para então proceder com uma formulação específica ao objetivo desejado com a alimentação. Ingredientes naturais proporcionam redução de calorias e melhor digestão e absorção de nutrientes”, explica.
Gisela Mattos, CMO e co-fundadora da empresa especializada em marmitas pet, reforça a importância de promover mais bem-estar aos bichos. “É gratificante para nós quando os tutores nos relatam que seus pets estão com mais energia, menos cansaço, com uma evacuação melhor e até retrocedendo quadros de doenças existentes. Afinal, ter um pet saudável significa também que ele viverá mais tempo”, finaliza.
Fonte: Pet Chef Chico, adaptado pela Equipe Cães e Gatos.
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